domingo, 10 de agosto de 2025

Na Tela: Quarteto Fantástico - Primeiros Passos

O Quarteto: heróis tamanho família. 

Quarteto Fantástico: Primeiros Passos demonstra que a Marvel realmente parou para pensar na vida e tentar ajustar a grande confusão que seu universo se tornou. Se Thunderbolts (2014) já demonstrava que a coisa ainda tinha jeito, este reboot no grupo de heróis mais clássico da editora demonstra, mais uma vez, a boa vontade de colocar tudo nos trilhos. A impressão geral é que depois de complicar demais o que deveria ser apenas produções para divertir, o estúdio resolveu criar uma história mais simples e redondinha, capaz de se resolver por conta própria  - o que já está de bom tamanho. Os heróis do filme vivem na Terra 828 e já são conhecidos e consagrados por serem os defensores daquele planeta. Assim como o recente Superman (2025), o filme não gasta tempo mostrando a origem dos personagens (para isso usa uma reportagem que já dá conta de explicar aos iniciantes, desta forma já sabemos de cara quem são o Reed Richards/Sr. Fantástico (Pedro Pascal), Sue Storm/Mulher Invisível (Vanessa Kirby), Tocha-Humana (Joseph Quinn) e Coisa (Ebon Moss-Bacharach), assim como fica fácil notar que eles foram uma família após o incidente que lhes deram super-poderes. Falando em família, ela está prestes a crescer, já que Sue está grávida. Por um bom tempo, ela e Reed ficaram temerosos da forma como o herdeiro poderia ser concebido devido aos efeitos que a radiação provocaram em seus corpos, mas ao que parece está tudo na mais perfeita ordem com o bebê. Pelo menos até surgir a Surfista Prateada (Julia Garner) com o anúncio da chegada do devorador de mundos Galactus (Ralph Ineson) e que a Terra será poupada somente se o casal de heróis entregar o bebê para o vilão. Como disse anteriormente, a história é mais simples, mas os dilemas dos personagens não deixa de ser complexos. Afinal, você entregaria seu filho para salvar o planeta? Esta ideia insere um grande peso à história já que, pelo fato de serem heróis, eles devem sacrificar tudo para salvar vidas? Por serem pessoas públicas, a opinião pública se torna responsável por decidir o que eles devem fazer? Some isso à dinâmica da relação entre Reed e Sue e o filme consegue construir um drama que sustenta o filme. Muito disso se deve ao trabalho de Pedro Pascal que, ao encarnar o homem mais inteligente do mundo, torna sua personalidade cerebral em algo que o torna sempre pensativo e reflexivo. Por outro lado, a interpretação de Vanessa Kirby, impregnada pela maternidade se torna um contraponto para seu parceiro de cena. Kirby está colhendo muitos elogios por sua performance (e acho que o seu trabalho premiado em Pieces of a Woman/2020 tem muita relação com sua escolha para o papel). Bela, elegante e talentosa, a atriz se torna a alma do filme. Com menos tempo em cena, Quinn e Ebon ficam como alívio cômico para a sessão. Vale destacar ainda a direção eficiente de Matt Shakman (responsável por Wanda Vision) e a excelente ambientação retro-futurista. Embora muita gente dirá que o filme tem pouca ação, considero que o filme consegue se organizar de forma bastante eficiente até chegar ao desfecho emocional. Com uma cena pós-crédito bastante instigante (e outra até nostálgica), Quarteto Fantástico soa como um passo importante para o aguardado Vingadores: Doomsday previsto para dezembro de 2026. Se antes disso o Homem-Aranha: Um Novo Dia (2026) seguir a mesma linha, parece que a Marvel tem jeito. 

Quarteto Fantástico: Primeiros Passos (Fantastic Four: First Steps / EUA - 2025) de Matt Shakman com Vanessa Kirby, Pedro Pascal, Ebon Moss-Bacharach, Julia Garner, Ralph Ineson, Natasha Lyonne, Paul Walter-Hauser e Sarah Niles. ☻☻ 

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