Cinco filme assistidos no mês que merecem destaque:
domingo, 30 de novembro de 2025
PL►Y: Sonhos de Trem
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| Felicity e Joel: a vida e o tempo. |
sábado, 29 de novembro de 2025
PL►Y: Belén - Uma História de Injustiça
PL►Y: A Melhor Mãe do Mundo
Sou fã do cinema de Anna Muylaert desde que assisti ao curta A Origem dos Bebês Segundo Kiki Cavalcanti (1995). Lembro até hoje quando fui ao cinema para assistir seu longa de estreia, Durval Discos (2002) que até hoje está entre os meus filmes brasileiros favoritos em sua guinada que separa o Lado A do Lado B. Muylaert ficou mais conhecida do grande público quando Que Horas Ela Volta? (2015) e tornou um sucesso ao mostrar-se um verdadeiro retrato de um país em mudança. A identificação foi tanta que o longa até foi indicado pelo Brasil à concorrer por uma vaga ao Oscar de Filme Estrangeiro. Alguns filmes depois, o cinema de Anna voltou a ser pauta com A Melhor Mãe do Mundo, que aborda temáticas delicadas com o jeito disfarçadamente inofensivo da cineasta. Quando somos apresentados à Gal (Shirley Cruz), ela está literalmente sem palavras diante da agressão que acaba de sofrer de seu companheiro. O rosto carrega as marcas da violência, mas também o cansaço de quem não aguenta mais e resolveu fazer uma denúncia. No entanto, é visível que Gal não tem um plano diante do que virá a seguir e o turbilhão de emoções que misturam em sua cabeça a fazem apenas repetir as palavras de uma atendente. O que vemos a seguir é apenas uma certeza: do jeito que está, não dá para continuar. Ela então busca seus filhos e parte rumo à sua única certeza: sair dali. Gal é uma catadora de recicláveis e enquanto carrega Benin (Benin Ayo) e Rihanna (Rihanna Barbosa) em seu "veículo" de trabalho, ela tenta garantir algum dinheiro para mantê-los por alguns dias até que consiga ajuda na casa de uma parente. Andando pelas ruas de São Paulo, as dificuldades são muitas e ela tenta fazer com que tudo seja disfarçado de uma aventura. Muylaert opta aqui por uma direção que parece "inexistente", as cenas soam improvisadas e dão impressão de que a câmera está escondida para registrar a vida daquela família que parece real. Se por um lado esta opção confere autenticidade ao filme, por outro, faz com que a maior parte do tempo tenhamos a impressão que a narrativa está um tanto dispersa, pelo menos até a chegada do trio ao local em que Gal terá que tomar uma das maiores decisões de sua vida. Difícil imaginar o filme sem Shirley Cruz no papel de Gal, ela vive uma mãe que guarda para si todas as incertezas daquele momento difícil, mas que ao mesmo tempo, encontra nos filhos uma espécie de espelho para enxergar e ponderar sobre sua realidade e seu amor próprio. As crianças também são um destaque a parte com uma espontaneidade que confere ao filme uma doçura irresistível. O posto de rosto mais famoso da produção vai para Seu Jorge como Leandro, o esposo agressor de Gal - e impressionante como ele confere uma presença ameaçadora desde a primeira cena em que ouvimos sua voz para somente depois vê-lo em cena. A Melhor Mãe do Mundo é mais um filme sensível de Anna Muylaert sobre mulheres fictícias que parecem de verdade, justamente por saber representar pessoas de carne e osso com bastante veracidade.
A Melhor Mãe do Mundo (Brasil/2025) de Anna Muylaert com Shirley Cruz, Rihanna Barbosa, Benin Ayo e Seu Jorge. ☻☻☻
10+: Paul Thomas Anderson
O primeiro filme de Paul Thomas Anderson foi lançado em 1988 e quando despontou no cinema independente nos anos 1990 ficou famosa aquela história de que ele abandonou a faculdade de cinema por não se adequar aos padrões. Desde sua estreia em 1996 ele chamou atenção por conta de seus jeito único de contar histórias. Se muitos consideraram sua estreia fria, nas obras seguintes era visível como buscava um calor cada vez maior na complexidade de seus personagens. Hoje, PTA já acumula onze indicações ao Oscar e nenhuma estatueta. Será que ano que vem ele leva algum? Porém, a qualidade de seu currículo não pode ser medida pelo careca dourado. A seguir seus dez filmes classificados pelo meu favoritismo (e só na hora de criar os links me dei conta de que dois deles não tem resenha por aqui, que feio...):


















