Yelchin e Felicity: amor tentando sobreviver à distância.
Me apaixonei por Felicity Jones quando vi aquela última bobagem de Julie Taymor, a versão de A Tempestade (2010) de Shakespeare - que só não foi um desastre por conta da performance de alguns atores. Eu não lembrava de ter visto nenhum filme com Felicity (ela lembra um pouco a Mel Lisboa), mas quando a vi interpretando de igual para igual com Helen Mirren ela ganhou meu coração! Pelo visto não foi só o meu, já que ela tem sete filmes para entrar em cartaz até o ano que vem (um deles é a comédia Histeria que acaba de chegar ao Brasil). Sem dúvida, sua carreira ganhou um grande impulso quando se tornou protagonista deste Like Crazy (que no Brasil ganhou esse título que não cai muito bem à trama) - que lhe valeu o prêmio de melhor atriz dramática em Sundance, o National Board of Review e Hollywood Awards de atriz revelação. Além disso, foi até uma das pré-candidatas a uma vaga no Oscar, mas não vingou. Trata-se de uma produção independente muito bem cuidada, um drama romântico sem firulas, mas que sabe exatamente o que fazer para causar identificação no público. Se você gosta do chororô gratuito das obras de Nicholas Sparks é melhor ficar longe deste aqui... mas se você já sentiu o desgaste de um relacionamento ao ponto de que tudo o que resta é a lembrança da intensidade de outrora, a identificação será inevitável. A inglesinha Anna (Felicity) e o americano Jacob (Anton Yelchin) se conhecem na Universidade de Los Angeles, percebem que tem muita coisa em comum e se apaixonam. Pena que o romance engata justamente quando o visto de estudante de Anna está prestes a expirar. Diante do dilema de voltar para a Inglaterra ou aproveitar o verão ao lado do amado, Anna decide violar o período do visto. O problema é quando ela volta para a Inglaterra para visitar os pais e é barrada no aeroporto ao chegar nos EUA. A violação do visto se torna um grande problema na vida do casal. Anna e Jacob vão tentar contornar a distância estabelecida a contragosto seguindo suas vidas (ele começa a deslanchar a carreira em design de móveis e ela começa a progredir ao trabalhar numa revista feminina inglesa), mas sempre com a lembrança do que aquele romance poderia ter sido. O diretor Drake Doremus conduz o romance de ambos sem atropelos, mas conseguindo transmitir claramente cada estágio que o relacionamento do casal atravessa. O período em que fingem não se incomodar com a distância, o ciúme que ganha cada vez mais espaço, as mudanças que as personalidades sofrem com o passar do tempo e a incômoda sensação de que um não pertence à vida do outro quando se encontram. Entre os encontros e desencontros do casal são agregados ao roteiro dois personagens importantes para o desfecho da trama, a doce Samantha (Jennifer Lawrence, ótima como sempre) e o vizinho Simon (Charlie Bewley) que apontam novos caminhos na vida do casal, mas que hesitam em percorrer. Não sei se posso contar mais do que isso e estragar a viagem pelas sensações que os personagens provocam na plateia, portanto é melhor eu parar por aqui. Resta dizer que o filme tem momentos de partir o coração, além de boas atuações amparadas por um roteiro de opções curiosas (não existe cenas de sexo entre Anna e Jacob, o momento em que a pulseira quebra, a cadeira...), a produção ainda se beneficia de uma excelente trilha sonora muito bem utilizada para ampliar o que vemos na tela. Ou seja, o filme alcança um resultado surpreendente para o custo de 250 mil dólares. Com sua melancolia romântica, o filme me lembrou Namorados para Sempre (2010) que assim como este se tornou um exemplo cult do gênero. Eu continuo apaixonado por Felicity Jones...
Loucamente Apaixonados (Like Crazy/EUA-2011) de Drake Doremus com Felicity Jones, Anton Yelchin, Jennifer Lawrence, Charlie Bewley, Alex Kingston e Oliver Muirhead.☻☻☻
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