Homem-Aranha e Mysterio: o universo fora do eixo.
Não sei se alguém acompanha o blog ao ponto de perceber que fiquei praticamente um mês sem colocar novas postagens por aqui. Uma pena que não se tratou de férias, mas sofri um acidente e passei várias semanas resolvendo situações pelas quais nunca imaginei. Por sorte só houve perdas materiais, mas a imprudência de alguns motoristas me deixa ainda mais assustado depois de ficar de ponta cabeça preso pelo cinto de segurança. Pareceu cena de filme. A angústia do momento não dá para descrever, mas no fim das contas, estamos bem. No meio desta confusão eu nem conseguia escrever, por falta de tempo e paciência. Aos poucos a vida voltou ao normal e colocarei o blog de novo na ativa. Passada a confusão eu assisti Homem-Aranha-Longe de Casa, o filme que a Marvel vendeu sendo o final da fase 3 após o sucesso arrebatador de Vingadores: Ultimato/2019. Eu demorei tanto para escrever que o novo filme do aracnídeo já ultrapassou o bilhão de dólares em bilheterias (o primeiro do herói a conseguir tal feito) logo após Ultimato ultrapassar Avatar (2009) e se tornar o filme com maior bilheteria de todos os tempos. Se com isso o público deixa claro que curte muito a Marvel (e elevou o estilo do estúdio ao posto de padrão do gênero super-heroico no cinema), por outro lado, é preciso deixar claro que as aventuras de Peter Parker tem uma linha própria dentro do estúdio e que precisa amadurecer. Assim como o anterior, o estilo é aquele filme de adolescentes ingênuo ambientado em escola, com paqueras, piadinhas inofensivas e um protagonista atrapalhado. A fórmula é a mesma de Homem-Aranha de Volta ao Lar (2019), só que aqui ela ganha um tempero diferente por contar um pouco de como o mundo lidou com aquele maldito estalar de dedos. Ficamos sabendo que foi difícil para quem virou pó retornar após cinco anos e, com isso, enfrentar um mundo diferente. É neste mundo diferente, que surge Mysterio (Jake Gyllenhaal), novo escolhido por Nick Fury (Samuel L. Jackson) depois que os Vingadores sofreram baixas consideráveis. Fury ainda não está convencido de que Homem-Aranha (Tom Holland) tenha maturidade para se tornar um herói - e o roteiro dá motivos de sobra para ele continuar pensando assim, mesmo com monstros de outra dimensão capazes de destruir o mundo. Com o peso de honrar o legado dos heróis sobre os ombros, o resultado consegue ser apenas divertido, já que não avança nada em comparação ao que vimos no filme anterior do aracnídeo em sua nova casa. Embora Mysterio seja um dos meus vilões favoritos dos quadrinhos (aquela bola enfumaçada na cabeça dele sempre me deu calafrios), não me incomodou o fato do rosto famoso de Jake Gyllenhaal precisar aparecer para vender o filme. Incomoda muito mais a performance de Zendaya como uma pífia Mary Jane. No primeiro filme eu até relevei com o pouco destaque que ela tinha na trama, mas aqui seu maior talento parece ser indiferente ao que acontece durante toda a história. Voltando à trama, existe um verniz de homenagem ao Homem de Ferro que confere charme à produção, mas o que gostei mesmo foi o flerte constante de Tia Mae (Marisa Tomei) com Happy (Jon Favreau), que funciona muito bem dentro da cadência esquemática da produção. Neste ponto do Universo Marvel eu não percebi muita relevância desta produção no contexto que vem por aí, mas algumas falas do Mystério ainda são capazes de pensar sobre o mundo em que vivemos atualmente com pessoas que acreditam em qualquer coisa.
Homem-Aranha Longe de Casa (Spider Man: Far From Home / EUA-2019) de Jon Watts com Tom Holland, Jake Gyllenhaal, Marisa Tomei, Jon Favreau, Zendaya, Tony Revolori e Cobi Smulders. ☻☻☻
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