McCarthy, Byrne e Wiig (à frente): momentos hilariantes pré-casório.
Rendendo mais frutos do que o esperado, Missão Madrinha de Casamento rendeu mais de 300 milhões de dólares em bilheteria mundial e já andava aparecendo em premiações pré-Oscar. No Globo de Ouro, por exemplo, concorreu a melhor Filme Comédia/Musical e melhor atriz comédia/musical (para Kristen Wiig que também assina o roteiro). Quando o filme foi lançado muito se falou sobre parecer um Se Beber Não Case (2009) de calças - saindo os padrinhos atrapalhados do filme de Todd Phillips e dando espaço para um grupo de madrinhas que podiam mostrar que poderiam ser tão grosseiras quanto qualquer homem. O filme prova que isso é verdade, mas há pelo menos quatro cenas hilariantes no filme e a costura surpreendentemente sentimental feita por Wiig garante a diversão, até para quem não curte esse tipo de comédia mais escrachada (e o nome de Judd "O Virgem de 40 anos" Apatow na produção já dá ideia do que está por vir). Wiig interpreta Annie que é chamada para ser madrinha de casamento da melhor amiga de Lilian (Maya Rudolph), que fica surpresa ao ter a mão pedida pelo namorado. Aqui no Brasil nós temos uma pequena noção do que é ser madrinha de casamento nos Estados Unidos - por conta dos filmes que chegam por aqui vemos que são inúmeros jantares, formalidades, provas de vestido além de possíveis viagens, despedida de solteira e ainda uma versão anabolizada de nosso humilde chá de panela que pode virar uma superprodução! As coisas poderiam ser bem mais fáceis se Annie não atravessasse uma terrível maré de azar. Descontente e frustrada com sua vida profissional e pessoal, a moça tem que se contentar com um parceiro sexual esporádico, um emprego numa joalheria conseguido às custas da mãe que é conselheira do AA e dividir o apartamento com um casal de irmãos ingleses! A vida poderia ser muito melhor se a confeitaria aberta por Annie não houvesse fechado em meio à crise econômica. Tanto estresse vem a tona quando conhece Helen (Rose Byrne, a Moira de X-Men Primeira Classe), esposa do patrão do noivo e que tem uma personalidade, digamos, muuuito competitiva. Helen quer sempre mostrar que é melhor do que Annie (e o discurso repetitivo na festa de noivado é apenas um aperitivo do que está por vir). A tensão instalada entre as duas personagens irá avacalhar com todas as etapas comuns nas ocasiões de pré-casamento com direito a várias piadinhas que não são comuns num filme estrelado essencialmente por mulheres (incluindo alguma escatologia) além de um clima de romance sincero entre Annie e um policial de bom coração (Chris O'Dowd). Dizem que a campanha de marketing do longa nos EUA foi agressiva, mostrando que assistir ao filme era um ato civil para a mulherada, a estratégia não só funcionou como deixou claro que se o filme não tivesse seus méritos não teria feito o sucesso - e recentemente recebido duas preciosas indicações para o Oscar. Em meio ao elenco feminino a Academia preferiu a atuação de Melissa McCarthy, totalmente diferente de sua adorável personagem no seriado Mike & Molly (que até lhe rendeu um Emmy de atriz de série cômica), na pele da abrutalhada cunhada de Lilian, a atriz tem até um momento sentimental de desabafo (em que morde o traseiro da protagonista) e deve ser a estrela da continuação do longa - já que as outras atrizes reclamaram do pouco retorno financeiro de receberam do estúdio. Apesar de McCarthy ter a atuação reconhecida pela Academia, nosso vínculo afetivo durante toda a sessão é com a Annie de Kristen Wiig que aos trancos e barrancos só precisa tomar as rédeas de sua própria vida.
Missão Madrinha de Casamento (Bridesmaid/EUA-2011) de Paul Feig com Kristen Wiig, Maya Rudolph, Rose Byrne, Melissa McCarthy, Jill Clayburgh e Chris O'Dowd. ☻☻☻
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