sexta-feira, 26 de julho de 2013

KLÁSSIQO: Intriga Internacional

Grant e Eva: não sendo o que parecem. 

Recentemente comecei a rever vários filmes de Alfred Hitchcock. Lembro que fui apresentado à maioria deles pela minha irmã mais velha que sempre assistia aos seus suspenses quando passava na televisão, por um tempo acho que Hitch foi até o diretor favorito dela. Lembro que eu era bem novinho na época e na maioria das vezes eu não entendia toda a complexidade das tramas que eram apresentadas, não me preocupava com enquadramentos, planos, closes, atuações... sei apenas que eu gostava do que assistia. O último que revi foi Intriga Internacional que se tornou um dos longas mais populares do diretor, especialmente por conta das altas doses de humor. O filme gira em torno de Roger Thornbill (Cary Grant), um publicitário que é confundido com um agente secreto chamado George Kaplan e passa a ser perseguido por um grupo de misteriosos agentes. O filme com mais de duas horas de duração dá tempo de sobra para Hitchcock explorar reviravoltas e surpresas na trajetória do protagonista, surpresas que envolvem a CIA, microfilmes, guerra fria... Não deixa ser um elemento fantástico que o bem humorado Thornbill depois de ser embebedado, quase assassinado e preso por dirigir embriagado considere uma questão de honra descobrir quem é George Kaplan - afinal, somente descobrindo esse sujeito misterioso ficará provado que tudo não passa de um grande equívoco. As aventuras envolvem até a mãe dele, mas quem o ajuda mesmo é a misteriosa Eve Kendall (Eva Marie Saint), que seduz Roger e ainda diz ser o contato dele com o verdadeiro Kaplan. Se sobre os filmes de Hitchcock não se pode falar muita coisa para não estragar as surpresas, aqui a coisa se complica ainda mais, já que descobrimos os fatos junto com o protagonista. Considero que é neste filme que o cineasta criou suas maiores cenas de aventura, cenas como Roger sendo perseguido pelo avião pulverizador em meio ao deserto (alguns planos nesse cenário me lembraram muito a utilizada no desfecho de Se7en/1995 por David Fincher) e a descida pelo Monte Rushmore enquanto Roger e Eve são perseguidos pelos bandidos podem ser consideradas antológicas na história do cinema. Ao contrário dos outros filmes do diretor, aqui tudo é meticulosamente explicadinho e o humor até exaustivo serve para aproximar suas intenções ainda mais do público. Hitch pega leve no tom sombrio (que pode ser considerado somente nos momentos iniciais sobre a troca de identidade de Roger), mas ainda assim consegue crias sequências de ótimo suspense. Além dos méritos cinematográficos, rever o filme me fez perceber o motivo de sempre compararem George Clooney com Cary Grant! Longe de ser o meu longa favorito do diretor, aqui a ambição parece ser realizar um passatempo para o público e isso ele consegue com maestria. 

Intriga Internacional (North by Nothwest/EUA-1959) de Alfred Hitchcock com Cary Grant, Eva Marie Saint, James Mason e Martin Landau. ☻☻☻

Nenhum comentário:

Postar um comentário