segunda-feira, 13 de julho de 2015

PL►Y: Frankie & Alice


Berry: múltiplas personalidades.

A bela Halle Berry fez história em Hollywood ao se tornar a primeira atriz negra a ganhar o Oscar de melhor atriz. Sua atuação no drama A Última Ceia (2001) dirigido por Marc Foster também lhe rendeu o prêmio dos Sindicato dos Atores (SAG) e o de Melhor Atriz no Festival de Berlim. De lá para cá a carreira da atriz vive de muitos tropeços e poucos acertos. Um bom exemplo do rumo de sua carreira segue é esse drama que lhe rendeu uma indicação ao Globo de Ouro de melhor atriz dramática (depois de uma suada campanha de marketing que ambicionava o Oscar). O filme não é para tanto. A história da mulher que sofre de personalidades múltiplas tinha tudo para tornar o filme interessante nas mãos da atriz, pena que Geoffrey Sax não faz a mínima ideia do que fazer com um roteiro que já tem a sua cota de irregularidades. Berry vê em sua personagem um prato cheio para exercitar a versatilidade, mas o roteiro não ajuda. Na pele da go-go-girl Frankie, ela é a mulher desinibida que arrasa os corações masculinos, mas repentinamente sua postura muda, torna-se agressiva e violenta. Esquizofrenia? Bipolaridade? Nada disso, são nesses momentos que Frankie se torna Alice, uma mulher branca e preconceituosa. Entre as duas está uma personalidade infantil, que dá pistas para o psiquiatra que estuda o caso da personagem (Stellan Skarsgaard) sobre a confusão que está a mente de Frankie. Geoffrey Sax se perde no meio dos dramas e personalidades variadas de sua protagonista, errando no ritmo do princípio ao fim. Berry e Stellan são esforçados como sempre, mas o roteiro amarra a situação ao ponto do espectador não se identificar com a protagonista, não gerando interesse em saber o que acontece com a personagem. A trilha sonora em excesso também atrapalha na hora de criar o clima apropriado nas cenas mais dramáticas, tornando os momentos mais promissores em apenas melodramáticos. No fim das contas, Frankie e Alice tem boas intenções, mas faz todas elas naufragarem perante uma direção sofrível que não colabora com as ambições de Berry, que produziu o filme para ver se as pessoas voltam a reconhecê-la como atriz de respeito. De fato, era o projeto certo, mas caiu nas mãos erradas.

Frankie & Alice (Canadá/2010) de Geoffrey Sax com Halle Berry, Stellan Skarsgaard, Chandra Wilson e Matt Frewer.  

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