sábado, 21 de maio de 2011

Combo: Rainhas

5 Sua Majestade, Mrs Brown (1997)  Dame Judi Dench era celebrada como a rainha dos palcos ingleses, mas faltava-lhe a devida atenção nos cinemas. Foi com este drama de época na pele da Rainha Victória do Reino Unido (1819-1901) deprimida com a morte de seu esposo Albert, que ela alcançou a projeção de uma das mais brilhantes atrizes do mundo. Por viver um período tão difíccil desta figura histórica (que ficou famosa justamento pelo luto que justificava sua ausência em eventos públicos) e o momento em que encontra a promessa de um novo rumo em John Brown (Billy Connoly). Ele é encarregado de acompanhá-la cotidianamente e tornas-e amigo da rainha - amizade esta provocadora de escândalo na monarquia. Dench ganhou o Globo de Ouro pelo papel e ainda foi indicada ao Oscar por sua atuação. Vale a pena conferir o filme como sequência do recente A Jovem Rainha Victória (2009) com Emily Blunt no papel título. 

4 A Rainha (2006) Helen Mirren já tinha duas indicações ao Oscar quando finalmente levou sua estatueta para casa por sua personificação assustadora da Rainha Elizabeth II da Inglaterra. A semelhança física entre a atriz e a monarca é acentuada com maquiagem e outros recursos, mas o mais impressionante é como Mirren capta a alma da personagem em meio a um de seus maiores desafios: a morte da princesa Diana. Neste momento o filme de Stephen Frears explora as entranhas de Elizabeth, os efeitos de sua educação na sua construção enquanto líder, suas prioridades e sacrifícios para sempre aparentar força e resistência. Ao mesmo tempo explora como incomodava a forma como Lady Di tinha certo desprezo a toda essa estrutura cuidada com tanto zelo. A Rainha pode não ser estéticamente exuberante, mas a atuação de Helen compensa qualquer deslize.  

3 Elizabeth (1998) A australiana Cate Blanchett surgiu para o mundo neste filme dirigido por Shekar Kapur onde os acontecimentos históricos eram misturados e triturados para dar mais agilidade à trama sobre a rainha Elizabeth I (1533-1603) da Inglaterra. O filme retrata as dificuldades da monarca em meio aos preconceitos em torno de sua coroação (era considerada filha bastarda de Henrique VII com Ana Bolena). No trajeto para manter-se firme, muitos interesses amorosos ficaram pelo caminho - assim como boatos sobre a sexualidade da rainha eram constantes (alguns diziam que morreu virgem, outros que era na verdade um homem...). Apesar de bagunçar os fatos históricos, o filme de Kapur consegue imprimir bom ritmo, belo visual  e clima de conspiração durante boa parte da sessão. Nada mal para a biografia de uma mulher que fundamentou o que seria o Império Britânico, inclusive no campo das artes. O filme acabou rendendo uma sequência em 2007 e fala-se de uma terceira parte a ser rodada em breve.


2 Maria Antonieta (2006) A rainha decapitada da França rendeu o terceiro filme de Sofia Coppola e deu o que falar, já que a diretora apelou para deliciosos anacronismos para retratar sua protagonista como o que realmente era: uma adolescente. A austríaca Marie Antoinette (1755-1793) tinha quatorze anos quando se casou com  Luís XVI - e a vida de rainha na França não era muito fácil. Enquanto Coppola capricha no visual de seu filme (tons pastéis, trilha sonora pop, all star entre os sapatinhos), Kirsten Dunst tem a tarefa de mostrar a rainha decapitada na Revolução Francesa como uma deslumbrada pelo universo ao seu redor (com a ajuda do esposo impagável vivido por Jason Schwartzman - primo de Sofia). O filme foi baseado nos estudos da historiadora Antonia Fraser e causou polêmica ao ser exibido em Cannes, rendendo vaias ao filme. Mas esqueça tudo isso e aprecie um dos filmes de época mais estilosos e originais que já foram feitos.

1 A Rainha Margot (1994) Nenhum filme sobre rainha conseguiu me tirar do sério como esta cineobiografia realizada por Patrice Chereáu. Tudo no filme me impressiona, do visual realista às atuações impressionantes, o tom de tragédia da narrativa... todos estes elementos colaboram para colocar Rainha Margot entre os filmes mais impressionantes da década de 1990. Na França de 1572, os conflitos religiosos seriam minimizados pelo casamento da católica Marguerite de Valois (Isabelle Adjani, estupenda) e o protestante Henri de Navarre (Daniel Auteil). Mal sabia que seu irmão Carlos IX e sua mãe Catharina de Médici (Virna Lisi, premiada em Cannes) estavam planejando o massacre dos convidados protestantes no dia do casamento. O massacre de mais de três mil pessoas ficou conhecido como A Noite de São Bartolomeu.  Entre intrigas e muita libido, Chereáu nos fascina com uma história de amor, sangue e política.

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