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Elenco de milhões: o caos diante e atrás das câmeras. |
No próximo dia 11 de outubro o humorístico Saturday Night Live irá comemorar 50 anos de existência! Com tantas décadas em cartaz, o programa se tornou uma marca cultural da comédia dos Estados Unidos e revelou dezenas (ou já se pode dizer centenas?) de artistas ao longo de sua existência. Nomes como Chevy Chase, James Belushi, Maya Rudolph, Amy Poehler, Will Ferrell, Mike Myers, Molly Shannon, Adam Sandler, Dan Aykroyd, Jimmy Fallon, Tina Fey, Eddie Murphy, Bill Murray e Kristen Wiig alguns nomes que migraram o programa para as telas de cinema. Provavelmente o diretor Jason Reitman ouviu tantas histórias sobre o programa que ficou instigado em saber como toda essa história começou e, ao lado do roteirista Gil Kenan, resolveu contar como foram os noventa minutos que antecederam a primeira transmissão do programa. Se o SNL já transparece uma energia caótica até hoje, os bastidores da noite de estreia não são muito diferentes. O filme é uma colagem de vários personagens e situações que ajudaram a construir a identidade do programa, quem costura tudo isso é Lorne Michaels (Gabriel LaBelle), o idealizador do programa que corre de um lado para o outro no estúdio da NBC para fazer com que as coisas se organizem minimamente na estreia. Os roteiros não estão finalizados e uma censora faz questão de identificar qualquer frase que tenha duplo sentido. Os comediantes escolhidos para participar do programa oscilam entre as piadas engraçadas, as perigosas e disputas de ego inflado. Com tanta gente trabalhando contra o relógio, paira no ar a ameaça do programa ser cancelado antes mesmo da estreia pelos executivos do canal (capitaneados por Willem Dafoe). Sorte que Lorne tem seus cúmplices, a produtora Rosie Shuster (Rachel Sennott, ótima como sempre) e o dedicado Dick Ebersol (Cooper Hoffman) e, de vez em quando, os lampejos de genialidade de nomes como Chevy Chase (Cory Michael Smith, um desses atores que eu adoraria ver mais em filmes) e Andy Kauffman (Nicholas Braun) ajudam a bancar o projeto. Jason Reitman realiza aqui um dos seus melhores trabalhos e se arrisca muito ao abraçar a atmosfera caótica do programa. O cineasta bebe diretamente na fonte de Robert Altman e constrói um filme milimetricamente orquestrado por trás de toda a bagunça que se vê na tela. O elenco com dezenas de atores vivendo nomes conhecidos como Dan Aykroyd (Dylan O'Brien), Joh Belushi (Matt Wood), Billy Crystal (Nicholas Podany), deixa cada um com seu momento para brilhar - e em alguns momentos beiram o surreal. Durante o filme eu fiquei tenso, dei risadas e fui invadido por uma certa nostalgia de um tempo de ousadia criativa que não existe mais. Ignorado nas premiações e pelo público, o filme se tornou um fracasso de bilheteria rendendo menos da metade de seu orçamento. No entanto, Saturday Night consegue ser mais interessante do que muito filme que pairou no Oscar deste ano.
Saturday Night: A Noite que Mudou a Comédia (Saturday Night - EUA / 2024) de Jason Reitman com Gabriel LaBelle, Rachel Sennott, Cooper Hoffman, Willem Dafoe, Kaia Gerber, Kim Matula, Cory Michael Smith, J. K. Simons, Ella Hunt, Nicholas Braum, Dylan O'Brien, Matt Wood, Andrew Barth Feldman, Lamorne Morris, Emily Fairn e Finn Wolfhard. ☻☻☻☻
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