10+ Cotados para o Oscar 2026

Eu sei que demorei muito para postar os filmes que estão mais cotados para o Oscar do próximo ano, mas convenhamos que nem são tantos assim... sei não, mas parece que diante da falta de criatividade de Hollywood que chafurda em remakes, reboots e continuações que ninguém pediu, o espaço será cada vez mais ocupado por filmes estrangeiros. Será que tem vaga para todo mundo? É o que dizem os especialistas e pelo menos três longas gringos devem aparecer em várias categorias no cobiçado careca dourado do ano que vem (e tem brasileiro no páreo). Quem pode se beneficiar também com o marasmo são as produções de terror que sempre ficam de escanteio (Pecadores e A Hora do Mal tem chances ainda de ganhar votos?). A seguir os mais cotados até o momento: 

#01 "Uma Batalha Após a Outra" de P.T. Anderson

 Os caminhos do Oscar cruzam com o de Paul Thomas Anderson faz tempo, desde quando lançou seu segundo filme em 1997. De lá para cá, vieram onze indicações e nenhuma estatueta. Será que o próximo Oscar irá mudar isso? Segundo a aclamação de Uma Batalha Após a Outra tudo indica que sim. A trama sobre ex-revolucionários em conflito já rende a maior bilheteria de um filme do diretor (efeito Leonardo DiCaprio?) e já é a grande aposta da Warner para o Oscar (desbancando até o celebrado Pecadores de Ryan Coogler). O filme tem tudo para ser o longa ser batido na disputa e deve concorrer em várias categorias (filme, direção, categorias técnicas e de elenco). A dúvida é: consegue manter o favoritismo até lá?

                                  #02 "Hamnet" de Chloe Zao

A diretora oscarizada por Nomadland volta ao páreo depois de todas as críticas de se aventurar pela Marvel com Eternos (que o tempo demonstrou nem ser tão desastroso assim). Baseado no livro de Maggie O'Farrell, a produção especula sobre a vida de William Shakespeare e a esposa, Agnes, após a morte do filho, Hamnet. É um projeto ambicioso, estrelado por Jessie Buckley (que já desponta como favorita ao Oscar de atriz) e Paul Mescal (que deve ser indicado ao prêmio de coadjuvante). O longa deve ser um dos mais cotados para a temporada de prêmios e deve dar trabalho ao filme de Paul Thomas Anderson nas principais categorias. 

                                  #03 "Marty Supreme" de John Safdie

O primeiro filme de Jonh separado de seu irmão (que está com outro filme na temporada que aparecerá em breve na lista) conta a história de um ambicioso jogador de tênis de mesa que deseja provar que nenhum obstáculo é capaz de impedi-lo rumo ao sucesso. A comédia dramática estrelada por Thimothée Chalamet já o coloca novamente no páreo de melhor ator (naquela que deve ser sua terceira indicação ao prêmio). Outros nomes que chamam atenção nos créditos são Gwyneth Paltrow, Fran Drescher e Sandra Bernhard. Cotado para as categorias principais, o filme precisa ganhar impulso nos próximos meses.    

 

#04 "O Agente Secreto" de Kléber Mendonça Filho

 

Quem também está cotado para uma vaga no páreo de melhor ator é o brasileiro Wagner Moura. O impacto do prêmio de melhor ator no Festival de Cannes somado ao apelo de seus trabalhos internacionais o colocam de fato entre os favoritos da categoria. O diretor também tem chances de ser indicado após o prêmio de direção em Cannes somado aos elogios que o filme recebe da imprensa internacional. O thriller político sobre um homem que se muda para Recife para fugir de seu passado (e começa a suspeitar que é perseguido) aparece em listas de apostas ainda nas categorias de roteiro original e até atriz coadjuvante. Certeza mesmo é aparecer na categoria de Filme Internacional - mas o barulho da torcida tupiniquim deve fazer a diferença na campanha mais uma vez no páreo que ainda deve contar com It Was Just An Accident de Jafar Panahi, No Other Choice de Park Chan-Wook e o novo de Joachim Trier. 

 

#05 "Bugonia" de Yorgos Lanthimos

 

Quem deve aparecer de novo no Oscar é Emma Stone que tem sua presença entre as indicadas ao prêmio de melhor atriz como certa (mas será que a Academia banca um terceiro Oscar para uma atriz tão jovem?). Em sua quarta parceria com o diretor grego, Emma vive uma CEO que é sequestrada por uma dupla de radicais que acreditam que ela é uma alienígena enviada para destruir o planeta Terra. O cinema de Lanthimos sempre primou pelos absurdos, mas aqui ele faz um remake de um filme sul-coreano que pegou até seus fãs mais ardorosos um tanto desprevenidos. Quem também pode ser lembrado é Jesse Plemons, que vive um dos sequestradores à beira do delírio. 

 

#06 "Sentimental Value" de Joachin Trier 

 

Faz um tempinho que o primo distante de Lars Von Trier merece um pouquinho mais de atenção da Academia. É curioso que um dos diretores europeus mais interessantes dos últimos tempos tenha filmes impecáveis no currículo e que somente em seu último trabalho tenha concorrido ao Oscar de filme estrangeiro e roteiro original. A coisa pode ficar muito melhor com este celebrado novo filme sobre um cineasta que resolve filmar em sua própria história em sua antiga casa e afeta definitivamente seu relacionamento com as filhas. Elogiado no Festival de Cannes, o filme coleciona fãs fervorosos que tornam este um dos maiores concorrentes ao prêmio de filme internacional, sendo que deve aparecer em outras categorias, como filme do ano, direção, roteiro original e atuação. Espero que lembrem da Renate Reinsve desta vez...

 

#07 "Wicked: Parte 2" de John M. Chu 

 

Acho que depois de todo apelo do primeiro filme no Oscar e nas bilheterias, ninguém duvida que o filme sobre as entrelinhas do Mágico de Oz deverá marcar presença novamente na maior premiação do cinema dos Estados Unidos e... mais do que isso, especialistas apontam que Ariana Grande tem chances concretas de levar o Oscar de coadjuvante para casa. Agora, Elphaba (Cynthia Erivo) vive exilada, mas uma multidão fará com que o caminho dela se cruze mais uma vez com Glinda (Ariana) para transformar Oz em um lugar melhor. O filme deve repetir as mesmas indicações do anterior, em que concorreu a dez estatuetas (e foi premiada em duas: design de produção e figurino). 

 

#08 "Jay Kelly" de Noah Baumbach

 

Embora ninguém esteja muito empolgado com o novo filme de Baumbach, ao menos a Netflix parece apostar nele como seu grande favorito ao Oscar depois que Casa de Dinamite naufragou em suas intenções (mas não tire Frankenstein totalmente do páreo por enquanto). Ajuda muito no marketing do filme a presença de George Clooney e Adam Sandler, que está cotado na categoria de ator coadjuvante após algumas esnobadas da Academia nos últimos anos. A trama gira em torno de um astro de cinema que, ao lado do empresário, passa a refletir sobre as escolhas que fez ao longo da vida e da carreira. Será que esta comédia dramática convence a Academia em sua maioria de votantes de atuação?

  

 

#09 "The Smashing Machine" de Benny Safdie

 

Será que Hollywood é grata pelos sucesso de bilheteria que The Rock já fez com aqueles roteiros capengas que escolheu ao longo da carreira? Se for, o moço deve ser indicado ao Oscar de melhor ator por seu trabalho neste filme da outra metade Safdie em seu primeiro trabalho solo.  O filme conta a história do campeão de UFC Mark Kerr. O ator teve que passar por uma transformação física para viver o papel e ficou bastante feliz com o resultado de estar iniciando uma nova fase em sua carreira - resta saber se o Oscar vai lhe render o reconhecimento que precisa. A julgar pelo desempenho fraco nas bilheterias, o astro precisa de ajuda do fã clube para cravar indicações na temporada de prêmios e sustentar sua chegada ao Oscar. Só para lembrar, existe um documentário com o mesmo nome lançado em 2002 sobre o mesmo lutador (e isso ajuda ou atrapalha?).  

 

#10 "If I Had Legs I'd Kick You" de Mary Bronstein

 

Quem tem suas chances em ascensão é Rose Byrne que ganhou o prêmio de melhor atriz no Festival de Berlim deste ano pelo papel da terapeuta sobrecarregada com os cuidados com a filha doente e uma sucessão de acontecimentos complicados ganham amplitude ainda maior com o trabalho da atriz. Famosa por seus trabalhos em comédias (o filme se classifica como uma comédia dramática), a torcida em torno de uma indicação para a atriz ao Oscar se torna cada vez mais forte, superando as campanhas de Jennifer Lawrence (Morra, meu Amor) e Amanda Seyfried (O Testamento de Ann Lee).