Indicado em nove categorias (concorre ainda aos prêmios de direção, ator/Michael Keaton, ator coadjuvante/Edward Norton, atriz coadjuvante/Emma Stone, roteiro original, fotografia, mixagem de som e edição de som), o filme de Alejandro González Iñárritu ganhou fôlego de favorito na reta final do Oscar - e pode surpreender quem o achou estranho demais ao contar a saga do ator que deseja ser reconhecido pelo seu talento depois de anos esquecido. A tensão em espiral funciona do início ao fim num dos filmes mais criativos dos últimos anos.
O filme de Richard Linklater é do tipo que assim que você escuta falar dele, imagina que ele iria estar entre os indicados ao Oscar da categoria, afinal o diretor acompanha o crescimento do seu personagem filmando seus atores por doze anos! Crescendo diante da tela, personagens e atores compõe uma narrativa sutil sobre a passagem do tempo. O longa também está no páreo de direção, atriz coadjuvante/Patrícia Arquette, ator coadjuvante/Ethan Hawke, roteiro original e edição num total de seis categorias.
O risco de rachar os votos entre os dois candidatos anteriores faz com que o filme de Wes Anderson tenha chances concretas de ganhar na categoria. A história das desventuras do concierge de um luxuoso Hotel na Europa antes da II Guerra Mundial é conduzida com o tom peculiar do diretor numa atmosfera única de visual impressionante. Lançado em março nos EUA o filme continuou na memória do público, dos críticos e dos votantes do Oscar que lhe renderam nove indicações: filme, diretor, roteiro original, fotografia, edição, design de produção, figurino, maquiagem e trilha sonora). Só faltou a indicação de Ralph Fiennes para melhor ator!
O filme já foi considerado um dos favoritos ao Oscar depois que ganhou do prêmio no Festival de Toronto, mas perdeu fôlego na reta final. O filme conta a história do matemático Alan Turing, que decifrou o código de guerra nazista durante a Segunda Guerra Mundial (criando uma máquina que é considerada como o primeiro computador). O filme tem fortes chances nas categorias de roteiro adaptado e eu também não estranharia se Benedict Cumberbatch levasse a de melhor ator (num páreo acirrado com Michael Keaton e Eddie Redmayne). O filme ainda concorre nas categorias de direção (Morten Tyldum), atriz coadjuvante (Keira Knightley), edição, design de produção e trilha sonora.
Apesar de considerarem o Oscar "mais branco" dos últimos anos, parte da história sobre a luta pelos direitos civis dos afro-americanos americanos se faz presente na cerimonia com o filme dirigido por Ava Duvernay. O filme sobre a luta de Martin Luther King e seus seguidores é retratada com cenas impactantes e dilemas que servem para destacar a importância do líder pacifista na história mundial - além de mostrar um pouco do homem por trás do mito. A marcha pelo voto entre as cidades de Selma e Montgomery em meio ao racismo latente do Alabama gerou um belo filme - que teve problemas sérios de distribuição e concorre só em duas categorias: Filme e canção original.
A ala mais conservadora e patriótica da Academia deve votar no novo filme de Clint Eastwood que conta a história do atirador de elite do exército americano que, em suas ações no Oriente Médio, foi responsável por mais de duzentas mortes (o filme lhe atribui umas cento e vinte). O filme também aborda sua fama de "herói" e suas dificuldades em voltar a ter uma vida normal ao lado da família. O destaque fica com Bradley Cooper que desbancou atores mais cotados e cravou sua terceira indicação seguida ao Oscar. O filme ainda concorre ao prêmio de roteiro adaptado, edição, mixagem de som e edição de som.
A vida do casal formado pelo cientista Stephen Hawking e a esposa Jane Hawking rendeu um filme belamente romanceado sobre a história de como eles conduziram a vida diante da doença degenerativa sofrida por ele (até que conflitos inevitáveis começaram a aparecer). O diretor James Marsh evita polêmicas e entrega um filme bem feito para cair no gosto das plateias. Além de concorrer na categoria principal, o longa ainda tornou Eddie Redmayne o favorito na categoria de ator. Felicity Jones também foi lembrada na categoria de melhor atriz e o filme também tem chances nas outras duas categorias a que concorre: roteiro adaptado e trilha sonora.
Nem os mais otimistas imaginavam que o filme modesto (filmado em vinte dias) e sucesso em Sundance conseguiria tantos elogios e cinco indicações ao Oscar. A história sobre o tempestuoso relacionamento de um promissor baterista com seu mestre temperamental deve dar o prêmio de ator coadjuvante para o veterano J.K. Simmons (na pele de um dos maiores carrascos do cinema). O longa de Damien Chazelle ainda concorre nas categorias de roteiro, edição e mixagem de som - e há quem acredite que é o quarto mais possível ganhador da categoria (o que seria uma bela surpresa)!
OS ESQUECIDOS:
O ANO MAIS VIOLENTO ficou totalmente fora do Oscar, ainda que colhesse elogios e estivesse presente na maioria das listas de melhores do ano. O visual que remete aos grandes filmes da década de 1970, direção precisa de J.C. Chandor e ótimas atuações de Oscar Isaac e Jessica Chastain não foram suficientes para o filme receber uma indicação sequer. Por outro lado, FOXCATCHER é o candidato mais óbvio que ficou de fora da categoria, mas pelo menos concorre em outras cinco (direção, ator/Steve Carrell, ator coadjuvante/ Mark Ruffalo, roteiro original e maquiagem). Acho que ninguém reclamaria se os dois se juntassem à lista de indicados no total de dez candidatos que sempre fica desfalcada pelo novo critério de pontos adotado pela Academia.
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