Amy e Goldie: mãe e filha em roteiro fracote.
Havia dezesseis anos que a veterana Goldie Hawn não fazia um filme. Desde Doidas Demais/2002 (que lhe rendeu uma indicação ao Globo de Ouro de atriz de comédia) que a loura não aparecia na telona. Este foi um dos motivos para que Snatched fosse considerada uma das comédias mais esperadas do ano passado. Além de trazer a estrela oscarizada (por Flor de Cacto/1970), a comédia traz uma comediante em ascensão nos EUA: Amy Schumer. O humor das duas é completamente oposto, mas consideraram uma boa ideia juntar as duas atrizes num mesmo filme. A ideia é ótima... o problema fica por conta do fraco roteiro que motiva este encontro. Goldie interpreta a mãe de Amy. Amy é Emily, garota que perde o emprego e o namorado resolve terminar o relacionamento quando a banda dele começa a fazer sucesso. Obviamente que estes dois momentos são tratados com o estilo de humor habitual de Amy, com grosserias e um toque de baixaria que a tornaram famosa em programas de TV e shows de stand up (mas aqui até que ela pegou mais leve que em em seus outros trabalhos). Emily também comprou um pacote de férias (não reembolsável) para o Equador e ela resolve convidar a mãe para acompanhá-la. Faz tempo que Linda (Goldie) prefere ficar em casa sossegada com os gatos e um bom livro. No início ela não se anima com a ideia, mas acaba acompanhando a filha - que é totalmente sem noção e não percebe que está prestes a sofrer um verdadeiro golpe naquele país desconhecido. Admito que o filme rendeu algumas risadas, mas o roteiro é frouxo e não faz o mínimo esforço para costurar as situações em que as duas personagens se metem. O filme diz ser inspirado em fatos reais, mas chega a ser vergonhoso como o filme sugere e não consegue construir a relação entre mãe e filha tendo a chance de acertar os ponteiros. Amy e Goldie mereciam um texto melhor. Curiosamente a direção de Jonathan Levine - dos bons 50% (2011) e Meu Namorado é um Zumbi (2013) - é praticamente nula, não acrescentando nada ao texto ou atuações. Fora isso o filme ainda gerou comentários sobre a imagem que faz dos países sul americanos e fazer troça do irmão de Emily que tem síndrome do Pânico (e é vivido por Ike Barinholtz, a versão animada de Mark Wahlberg) - ninguém disse que fazer humor em tempos politicamente corretos era fácil. No entanto, me incomoda muito mais o desperdício de bons atores que cruzam o caminho das atrizes durante o filme. Joan Cusack, Wanda Sykes e Christopher Meloni aparecem em personagens que poderiam render bons momentos, mas são pouco aproveitados em situações um tanto sem graça. Batizado de Viagem das Loucas (um título que não ajuda em nada despertar interesse pelo filme), o longa nem estreou nos cinemas por aqui diante do fiasco que foi nas bilheterias americanas. Se você desligar o cérebro e não exigir nada demais deste filme você pode até rir em alguns momentos.
Viagem das Loucas (Snatched/EUA-2017) de Jonathan Levine com Amy Schumer, Goldie Hawn, Ike Barinholtz, Joan Cusack, Wanda Sykes e Christopher Meloni. ☻☻
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