domingo, 7 de novembro de 2010

DVD: Alice no País das Maravilhas


Helena: a melhor coisa de um filme que está longe de ser uma maravilha.

Semana passada Helena Bonham Carter mostrou que está no páreo do Oscar por dois filmes, além de The King's Speach ela anda cotada para a categoria de coadjuvante por sua inesquecível Rainha de Copas no último filme de seu marido Tim Burton. Na semana passada a atriz ganhou o Hollywood Award de coadjuvante pelo papel. O prêmio não chega a ser um grande termômetro para o Oscar - afinal premia os filmes antes que alguns trunfos dos estúdios para a época de ouro sejam lançados. Devido a esse prêmio resolvi vencer meus preconceitos e escrever essa breve resenha sobre aquele que julgo ser o pior filme de Tim Burton (sim, o acho pior do que o trash Marte Ataca!). Assim que o filme foi lançado Burton foi esperto para tirar o corpo fora e dizer que o filme foi feito sob encomenda para a Disney, com uma única exigência: ser em 3D. Diante do resultado nas bilheterias (o filme rompeu a barreira do bilhão) o estúdio não tem do que reclamar, já os fãs do cineasta... Pra começo de convera é completamente inútil fazer a personagem principal aparecer crescida e insatisfeita com seu noivado se dali para frente o que vemos é uma espécie de versão diluída e sem graça da clássica história de Lewis Carrol (que já chegou aos cinemas numa versão mais competente em animação da própria Disney). Mia Wasikowska passa o filme todo com a mesma cara de quem comeu algo estragado e que está prestes a desmaiar, como Alice ela se contenta em fingir que está surpresa em ver que sua Wonderland na verdade é Underland (?!) e que tudo está muito mais obscuro com a Rainha de Copas (Helena Bonham Carter) reinando por lá. curioso é que o motivo da decadência de Underland é a melhor coisa do filme! Num filme cheio de erros e que tropeça em suas próprias pretensões, o que salva mesmo é a atuação de Helena com um estranho efeito em que aparece com uma cabeça gigantesca. Em meio a tanta artificialidade que vemos na tela são os olhos repletos de alma da atriz que chama a atenção mais do que qualquer efeito especial. Nem adianta tentar falar do efeito 3D que não faz a mínima diferença da trama sofrível. Até Johny Depp (como Chapeleiro Maluco) acaba fazendo mais do mesmo (só acrescenta uma dancinha ridícula ao final da sessão) e Anne Hathaway merecia coisa melhor depois de sua indicação ao Oscar (por O Casamento de Rachel) do que interpretar a insossa (e inventada) Rainha Branca.  No fim das contas a marca de Burton se restringe ao visual (que deve render indicações pelo figurino, maquiagem, efeitos especiais e direção de arte) e seus atores fetiches (Helena e Depp que já estão na sexta  parceria com Burton), mas o que o diretor poderia ter feito com a clássica Alice de Carrol só podemos ver num breve momento onde vemos a personagem pequenina ao final da sessão. Um dos filmes mais esperados do ano mostrou-se um dos mais decepcionantes e só não é pior por conta da magistral patroa de Burton, o qual ele deve agradecer todos os dias por tê-la em casa.

Alice no País das Maravilhas (Alice/EUA-2010) de Tim Burton com Mia Wasikowska, Helena Bonham Carter, Johny Depp e Anne Hathaway.

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