terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Na Tela: Bravura Indômita


Hailee Steinfeld: Bravura Indômita juvenil rumo ao Oscar

Os manos Joel e Ethan Coen sempre deixaram bem claro que o Bravura Indômita que estavam preparando era menos um remake do clássico que oscarizou John Wayne em 1970, e mais uma adaptação fiel do livro de Charles Portis que deu origem ao filme. Enquanto público e crítica mantinham a pulga atrás da orelha, os caras fizeram seu filminho tanquilamente até que chegou às telas no final de 2010. O sucesso alcançado (mais de cem milhões de bilheteria em pouco mais de um mês em cartaz) e os elogios da crítica o colocaram entre um dos maiores sucessos do ano e fez (assim como Cisne Negro) os estúdios repensarem a prática de guardar seus melhores filmes até o fim do ano enquanto por dez meses as telas são dominadas por produções bobas que vão mal das pernas. Quem viu o Bravura Indômita de Henry Hathaway aponta que a maior diferença é trato que os diretores dão à menina Mattie Ross (Hailee Steinfeld, indicada ao Oscar de coadjuvante) que na adaptação anterior era mostrada com mais doçura enquanto neste é ela que parece dar o título ao filme. Mattie quer se vingar do bandido (Josh Brolin, em mais uma parceria bem sucedida com os Coen) que matou seu pai, para isso contrata um xerife caolho e beberrão (Jeff Bridges, indicado ao Oscar de ator) para ajudar na empreitada e conta ainda (involutariamente) com um ranger cheio de si vivido por Matt Damon. Os três vão se estranhar durante o início da sessão, mas depois vão amadurecer a relação enquanto parceiros na caçada pelo mesmo homem. Se os Coen já mostravam seu interesse pelo faroeste em Onde os Fracos Não tem Vez (2007) que rendeu quatro Oscars para eles, aqui eles abraçam o gênero com todo o charme que pode proporcionar: homens maus, mulheres que não tem medo de cara feia, índios feitos de chacota e duelos onde a defesa da honra é o combustível – só que misturam todas essas características ao humor peculiar que lhe rederam indicação ao Oscar de filme e roteiro original no ano passado com Um Homem Sério (2009). Sendo assim, não se contentam em ter um Jeff Bridges confortável no papel de beberrão Rooster Cogburn, eles fazem verdadeira chacota com o personagem, não deixando dúvidas de que a bravura do título pertence à menina Mattie Ross e sua determinação de matar o assassino de seu pai. Neste ponto está a parte mais elogiada do filme, a atuação da menina (ela tinha treze anos na época das filmagens) Hailee Steinfeld vinda de comerciais para a Tv. Devo admitir que a atuação da garota é boa, mas no papel ela consegue ser apenas correta fazendo exatamente o que esperamos dela. Não considero justo que derrote suas concorrentes à estatueta por ser ainda uma adolescente que age como uma adulta diante das câmeras. Mas isso não vai estragar a sessão para quem curte o gênero, ainda mais com os belos momentos finais onde Mattie paga o preço caro por amadurecer tão depressa. A obra mais acessível dos Coen, além das indicações de Jeff e Hailee, concorre a outras oito categorias no Oscar deste ano: filme, direção, roteiro adaptado, direção de arte, fotografia, figurino, edição de som e mixagem de som.

Bravura Indômita (True Grit/EUA-2010) de Ethan e Joel Coen com Jeff Bridges, Hailee Steinfeld, Matt Damon e Barry Pepper. ☻☻☻

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