Derek Zoolander: alfinetadas fashion.
Quando Zoolander estreou em 2001 o humor de Ben Stiller chegava ao auge contando a história do modelo masculino de uma expressão só e que não conseguia girar para a esquerda. Além de fazer troça com o mundo da moda, o filme explorava a história de um personagem bastante peculiar. Filho de carvoeiros e totalmente sem noção, Zoolander (o próprio Stiller) era uma referência no mundo da moda e acaba se metendo numa truncada conspiração para eliminar um obstáculo para os lucros de uma sociedade secreta - de estilistas famosos liderados por Mugatu (Will Ferrell). O filme acumulava pilhas de besteirol e rendia muitas risadas por não se levar a sério e ser tão despretensioso em criar piadas bem sacadas com um mundo igualmente cultuado e considerado fútil pela maioria dos mortais. Some isso à rivalidade com o novo top masculino da vez, Hansel (Owen Wilson, dá para acreditar?) e participações especiais inusitadas que iam de David Duchovny (como um horroroso modelo de mãos) e David Bowie (como o árbitro de uma competição fashion cheia de testosterona) e você terá ideia do que foi ver o filme entre os lançamentos do primeiro ano do século XXI. Depois de consolidar na direção com Trovão Tropical (2008) e derrapar com A Vida Secreta de Walter Mitty (2013) a autoestima de Stiller achou que era a vez de retomar a história de Derek Zoolander quinze anos depois. Misturou participações especiais (Justin Bieber, Billy Zane, Susan Boyle, Kiefer Suterland...) , retomou alguns personagens importantes do universo criado por ele, misturou piadas com redes sociais e lançou um trailer de rolar de rir. Quando chegou aos cinemas o filme se mostrou um verdadeiro abacaxi sem graça. Desta vez, após uma tragédia pessoal Zoolander é recrutado por uma agente da Interpol, Valentina Valencia (Penélope Cruz) para descobrir o mistério por trás de estrelas do mundo pop (que na hora da morte fazem aquela cara característica do modelo em questão). Esse é o fio minúsculo que conduz a trama cheia de piadinhas infames. Stiller não se preocupou em construir uma história interessante para a sequência, investindo em algumas modernizações que já parecem datadas em sua época de lançamento. Tudo o que o filme anterior tinha de bem sacado, aqui aparece diluído em piadinhas auto-referenciais que são bem menos engraçadas do que seu diretor pensa. Obviamente que existem piadas com o mundo fashion que até funcionam (como a plastificada Antonia Atoz, vivida por uma irreconhecível Kristen Wiig, uma clara alusão à Donatella Versace - mas que lembra a Miley Cirus!!!), mas esses momentos são apenas pontos muito específicos de uma narrativa de colagem desgovernada e sem foco. Quem diria que Zoolander II só ressaltaria os méritos do primeiro filme, que hoje soa como um pretinho básico (ainda que espalhafatoso) que nunca sai de moda.
Zoolander (EUA-2001) de Ben Stiller com Ben Stiller, Owen Wilson, Will Ferrell, Christine Taylor, Milla Jovovich e Jon Voight. ☻☻☻☻
Zoolander 2 (EUA-2016) de Ben Stiller com Ben Stiller, Owen Wilson, Penélope Cruz, Will Ferrell, Kristen Wiig e Benedict Cumberbatch. ☻
Zoolander 2: um tanto fora de moda.
Zoolander (EUA-2001) de Ben Stiller com Ben Stiller, Owen Wilson, Will Ferrell, Christine Taylor, Milla Jovovich e Jon Voight. ☻☻☻☻
Zoolander 2 (EUA-2016) de Ben Stiller com Ben Stiller, Owen Wilson, Penélope Cruz, Will Ferrell, Kristen Wiig e Benedict Cumberbatch. ☻
Nenhum comentário:
Postar um comentário