domingo, 8 de janeiro de 2017

Na Tela: Minha Mãe é Uma Peça 2

Mariana, Paulo e Rodrigo: piadas pela metade. 

Em duas semanas de exibição Minha Mãe é uma Peça 2 já atingiu mais de quatro milhões de espectadores. O filme é a sequência do filme de 2013 que levava para as telas a peça de sucesso do ator Paulo Gustavo - onde ele vivia a Dona Herminia, personagem inspirada em sua própria mãe. O primeiro filme se tornou um grande sucesso e, diante do gosto do público brasileiro por comédias nacionais, uma sequência era inevitável. Mais uma vez Gustavo vive Dona Herminia em seus eternos conflitos com os filhos e o ex-marido, no entanto, embora o filme gere risadas, o roteiro precisava de um pouco mais de cuidado. No longa de 2013 ainda se percebia um fio condutor na trama, mas nessa segunda empreitada carece não apenas de uma história que amarre começo meio e fim, como também existe um certo desperdício em não aproveitar as situações que aparecem pelo meio do caminho, ou seja, muitos assuntos surgem durante o filme, mas são sub-aproveitados, deixando a sensação de que o riso está pela metade. Parece coisa de mal humorado, mas basta lembrar do primeiro grande conflito do filme quando Herminia descobre que seu filho, Juliano (Rodrigo Pandolfo) não é mais gay, mas sim bissexual. O assunto gera várias situações engraçadas, justamente por inverter os padrões geralmente vistos nesse tipo de filme, no entanto, não demora muito para que o filme deixe o assunto de lado e a sexualidade de Juliano não faça a mínima diferença para o andamento da história. A mesma sensação acontece quando a protagonista precisa usar um aparelho que registre seus batimentos cardíacos durante 24 horas, o que poderia render situações hilariantes é deixada após algumas piadas e ninguém toca mais no assunto. Assim segue a visita da irmã (Patrícia Travassos), a doença da tia (Suely Franco), a visita do netinho bagunceiro, os convidados do programa que nunca aparecem muito, a viagem de avião... o resultado pode até agradar os fãs do ator e de sua célebre personagem, mas oferece bem menos do que as ideias prometiam. Lá pelo final você entende que o filme marca o desprendimento dos filhos de sua matrona histérica. É verdade que o talento cômico de Paulo Gustavo está todo ali, sua agilidade em dizer o roteiro, seu talento vocal  e, principalmente, sua capacidade em fazer graça com situações triviais do cotidiano domiciliar (o melhor exemplo é a discussão sobre a tampa do pote). Talvez a necessidade de manter o filme curto (pouco mais de noventa minutos) tenha vitimado boa parte das situações que vemos na telona, se for assim, melhor esperar o DVD recheado de cenas deletadas e poder rir muito mais sem ter que aturar o povo que adora conversar na sala do cinema. 

Minha Mãe é uma Peça 2 (Brasil - 2016) de César Rodrigues com Paulo Gustavo, Rodrigo Pandolfo, Herson Capri, Mariana Xavier, Alexandra Richter e Patricya Travassos. ☻☻

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