Felicity à frente do grupo: universo em expansão.
Não deixa de ser curioso como depois de George Lucas parecer ter estragado a saga Star Wars para sempre com os (horrorosos) episódios I, II e III, a saga tenha recebido novo fôlego ao ser comprada pela Disney e ter novos diretores à frente. Pois é meus amigos, com todos os méritos que Lucas possa ter, ele perdeu a mão para lidar com o universo que ele mesmo criou - e quando percebeu isso os fãs agradeceram! Rogue One é a prova de que todos só tem a ganhar com os novos filmes, sendo que em comparação aos outros este era o mais arriscado. Se O Despertar da Força tinha o peso de ter que colocar a saga de volta aos trilhos, Rogue era uma espécie de teste para saber se os fãs abraçariam novos filmes que não contam com a presença dos personagens famosos no centro da trama - é verdade que o longa traz de volta a figura icônica de Darth Vader em um filme novo, mas, o projeto tinha o risco de ter como protagonistas um bando de desconhecidos, numa história que acontece antes mesmo de sermos apresentados a tudo o que Lucas imaginou em sua primeira trilogia. Rogue One está tentre os episódios III e IV, mais precisamente no momento em que um grupo de rebeldes roubaram os planos da Estrela da Morte e entregaram à Aliança Rebelde para que pudessem impedir o poder destruidor do Império (e isso aparece nos famigerados letreiros de abertura do Episódio IV). Rogue One tem como protagonista Jyn Erson (Felicity Jones), filha de um arquiteto, Galen Erso (Mads Mikkelsen) que foi sequestrado, quando ela ainda era pequena, para construir a famigerada arma capaz de destruir planetas inteiros. É meio que por acaso que Jyn se torna parte da Aliança Rebelde e a contra gosto que aceita trabalhar com Capitão Cassian Andor (Diego Luna) para conseguir uma mensagem que seu pai enviou a um extremista - que Jyn conheceu há tempos. Jyn, Cassian e o robô K-2SO (voz pefeita de Alan Tudyk) formam um trio de heróis que ganha sintonia aos poucos - e que funciona justamente por conta disso. A eles se juntarão ainda um Jedi cego chamado Chirrut (Donnie Yen) e o sabido Bodhi Rook (Riz Ahmed) numa missão quase suicida contra as investidas de Orson Krennic (Ben Mendelsohn) e seus planos de ascensão junto ao império. Dirigido pelo quase novato Gareth Edwards (que assinou a última versão de Godzilla/2014 e o terror intimista Monsters/2010, que colocou Hollywood de olhos vidrados no moço) o longa apresenta desde o início ter voz própria dentro do universo Star Wars, ainda que utilize elementos recorrentes da série (afinal, a relação entre pais e filhos parece ser tão importante para o poder da saga quanto a própria força Jedi), Edwards demonstra ainda saber dosar boas atuações (e que belo elenco internacional ele conseguiu reunir) com efeitos especiais (o que era obrigatório para um diretor que começou a carreira justamente trabalhando com efeitos especiais para a TV). Com ritmo constante de aventura o filme consegue ir além justamente em seus momentos finais, não apenas por colocar Darth Vader devastador em uma luta (rápida) com um grupo de soldados, mas pelo desfecho concedido à sua heroína (Felicity Jones convence como dura na queda sem perder a doçura de seu olhar usado diversas vezes em mocinhas românticas), como se não bastasse ele ainda nos brinda com uma cena final que ganhou o gosto de homenagem. É ótimo perceber que Rogue One acerta justamente por correr riscos dentro de um universo que já parecia tão conhecido, mas que agora, ganha licença para se expandir ao infinito, desde que seja criativamente.
Rogue One - Uma História Star Wars (Rogue One / EUA-2016) de Gareth Edwards com Felicity Jones, Diego Luna, Riz Ahmed, Ben Mendelsohn, Mads Mikkelsen, Donnie Yen. ☻☻☻☻
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