Faz mais de uma década de Dwayne Johnson, mais conhecido como The Rock, queria levar o personagem Adão Negro para as telonas. No entanto, no meio do caos que imperava no Universo DC nos cinemas, nem a sua popularidade empolgou para que o filme saísse do papel. Demorou um bocado para que a situação das produções da editora começasse a dar uma melhorada na Warner e The Rock aproveitou a deixa para fazer suas exigências garantindo que o filme seria um sucesso. Em tempos em que a Marvel anda deixando os fãs um tanto desapontados, o astro do momento provou entender o que o público desejava e o resultado é que os críticos não se empolgaram muito, mas a plateia parece ter gostado de tudo que o filme trouxe. A começar pelas várias cenas de ação, o humor encaixado (em vários momentos) na hora certa e algumas surpresas. Eu por exemplo não fazia a mínima ideia de que A Sociedade da Justiça aparecia antes do filme ser lançado, ver Senhor Destino (Pierce Brosnan), Gavião Negro (Aldis Hodge), Ciclone (Quintessa Swindell) e Esmaga-Átomo (Noah Centíneo) na telona é grata surpresa para os fãs, especialmente pela dinâmica que se estabelece com o protagonista que é, em sua essência, um anti-herói. Dwayne Johnson faz praticamente o de sempre, mas se esforça para entregar um personagem sombrio cheio de frases de efeito, concebido pela mesma magia que deu os poderes para SHAZAM (2019), mas que seu temperamento explosivo perante a vida torna seus métodos questionáveis. Ele vive repetindo que não é um herói, após um grupo de rebeldes invadirem o seu templo e o evocarem após cinco mil anos, após tanto tempo, ele não reconhece o país em que nasceu, mas parece identificar que existe uma intervenção militar estrangeira por lá e um grupo de pessoas que precisa de sua ajuda. O fato é que Amanda Waller (Viola Davis) passou a se preocupar com o que pode acontecer por lá com a vinda de Adão Negro e manda a sociedade da Justiça intervir. Não espere uma trama muito elaborada, aqui você precisa se contentar com certo viés político e as ponderações do que faz uma pessoa um herói ou um vilão. De certa forma isso trabalha a favor do filme, que traz de volta uma narrativa dos tempos em que filmes de heróis eram mais simples e que o importante era apenas nos importarmos com eles perante os desafios que enfrentam. Sendo assim, Johnson, Brosnan e Hodges (favor colocar este moço em outros filmes, obrigado) cumprem seu papel sem maiores problemas, enquanto Noah e Quintessa fazem o que pode com o pouco destaque que possuem na trama, mas não decepcionam como novatos no ofício super-heróico. Com uma surpresa aqui e outra ali, se tornou o filme de super-herói em que vi o público sair mais satisfeito do cinema em 2022, o que não deixa de ser um elogio e um marco positivo para a escaldada DC - que acabou de dispensar seu chefão nos cinemas, o Walter Hamada após vários problemas em sua concepção dos heróis para a telona. Seria um recomeço para o universo cinematográfico da DC? O interessante é que Adão Negro se torna um sinal de esperança na tela e fora dela... os fãs agradecem.
Adão Negro (Black Adam / EUA - 2022) de Jaume Collet-Serra com Dwayne Johnson, Pierce Brosnan, Aldis Hodge, Noah Centineo, Quintessa Swindell e Viola Davis. ☻☻☻
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