domingo, 10 de agosto de 2025

NªTv: Dept Q.

Salim, Goode e Leah: investigações em meio a traumas do passado. 
Embora não considere o britânico Matthew Goode um mau ator, sempre tenho a impressão que ele interpreta o mesmo personagem. Com corpo esguio e maior pinta de modelo de ternos masculinos, confesso que percebi uma certa implicância minha com ele. Uma dessas coisas que nem você sabe explicar direito. É estranho porque gosto bastante dele interpretando o Ozymandias do Watchmen (2009) de Zack  Snyder, mas dali em diante, só implicâncias... eis que ouvi muita gente falando bem da série estrelada por ele,  Dept Q da Netflix (que alguns exagerados disseram que seria a nova Slow Horses em referência à excelente série da AppleTV, mas não é para tanto). Eis que um dos maiores acertos da série é justamente ter Goode no alto dos créditos, especialmente em um papel diferente do que costumamos vê-lo. De barba crescida, descabelado e com roupas amarrotadas, ele em nada lembra os outros personagens que já interpretou na vida e, mais do que isso, a profundidade emocional que ele proporciona ao amargo Carl Morck é um verdadeiro deleite. Criada por Scott Frank e Chandni Lakhani, a série britânica é baseada no livro de Jussi Adler-Olsen e conta a história de um grupo de personagens que se envolve em resolver casos sem solução. Por conta de um arranjo governamental, a responsabilidade do tal departamento do título recai sobre  Carl que tem seus fantasmas a exorcizar quando o assunto é crimes não resolvidos. Afinal, logo nos primeiros minutos da série, ele é baleado no cenário de um crime junto ao parceiro (Jamie Sives) que fica comprometido fisicamente e um jovem policial (que morre no local). A situação sempre gerou especulações, mas nada foi resolvido. Carl também tem problemas de fazer a terapia como deve ser e parece mais interessado na terapeuta (Kelly MacDonald) do que em melhorar sua saúde mental. A relação com o filho adolescente (Aaron McVeigh ) também não é das melhores e a situação só complica quando seu nome fica em evidência novamente por conta de seu temperamento instável. Bom que indicam Akran Salim (Alexey Manvelov) para ajudá-lo no e depois a secretária Rose (Leah Byrne) também torna-se parte do departamento. Misturando personagens cheios de fantasmas para solucionar o mistério da temporada (o sumiço de uma advogada pouco querida), confesso que o mistério em torno do caso foi o que menos me motivou a ver a série, mas tenho que admitir que a forma como a narrativa se estrutura mudando o foco das suspeitas é bem realizado. A construção dos personagens e a forma como eles interagem é feito de forma tão redondinha que ao terminar a série, tive vontade de ver logo mais episódios (e olha que sou daqueles que gosta de ver aos poucos, uns dois episódios por dia). Ao que parece a segunda temporada já está confirmada e desejo ver muitas outras. E desculpa, Matthew, você é mesmo um bom ator, só precisava estar menos lindo diante da câmera. 
 
 Dept Q (Reino Unido / 2025) de Scott Frank e Chandni Lakhani com Matthew Goode, Alexey Manvelov, Leah Byrne, Kelly MacDonald, Chloe Pirrie, Kate Dickie, Steven Miller, Shirley Henderson e Aaron McVeigh ☻☻  

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