sexta-feira, 30 de maio de 2025

MOMENTO ROB GORDON: Personagens icônicos de Harrison Ford

 Nascido na cidade de Ilinois em Chicago em 13 de julho de 1942, Harrison Ford começou sua carreira como ator nos anos 1960 e na década seguinte já estava participando de sucessos na telona. Ford ajudou a escrever a história do cinema desde então e poucos atores coleciona tantos papéis icônicos no cinema. Alguns dos trabalhos do ator se tornaram verdadeiras referências ao longo do tempo e este Momento Rob Gordon serve para lembrar cinco de seus trabalhos mais marcantes:

#05 John Book (A Testemunha)  

 John quem? Eu sei que é exatamente isso que você disse ao ver o início dessa lista, no entanto trata-se do único personagem que valeu ao ator uma indicação ao Oscar. No papel do policial que se esconde em uma comunidade Amish para proteger um menino que testemunhou um crime, Ford consegue inserir nuances que surpreenderam a crítica sob a direção do renomado Peter Weir. O filme foi indicado em outras sete categorias no Oscar (incluindo filme e direção), mas levou para casa somente os prêmios de roteiro original e montagem. Embora seja pouco lembrado, é uma das produções de maior prestígio do ator. Também estão no elenco Kelly McGillis, Lukas Haas, Pati LuPone e Danny Glover. 
 
 
Todo mundo sabe que a Academia tem preconceito com filmes de ação, mas em 1993, Ford ao lado do diretor Andrew Davis provou que um filme de ação pode ser levado a sério. Foram sete indicações ao Oscar, incluindo melhor filme, mas faltou uma indicação para o ator por viver o doutor Richard Kimble que é acusado de matar a esposa - já que todas as evidências apontam para ele. Começa então sua fuga com intenção de provar a inocência. Esta versão de uma série de TV dos anos 1960 supera todas as expectativas e gera torcida na plateia, especialmente pela destreza com que Ford constrói um personagem acima de qualquer suspeita. A prova de que Ford merecia uma indicação ao Oscar foi a estatueta de ator coadjuvante que Tommy Lee Jones levou para casa por persegui-lo o filme inteiro. 
 
#03 Deckard (Blade Runner)

Fosse para escolher meu filme favorito da lista, este aqui estaria em primeiro lugar, mas como não é sobre isso, o personagem fica em terceiro lugar - muito por conta do filme não ter encontrado seu público na estreia em 1982 e ter ganho reconhecimento somente com o passar do tempo se tornando cult e um clássico da ficção científica. Em Blade Runner, Deckard é um caçador de replicantes que em um clima noir ciberpunk começa a duvidar de sua própria humanidade (além de se apaixonar por uma replicante, a Rachel). Por muito tempo falou-se de uma continuação e ela veio somente em 2017 com Blade Runner2049, filme excepcional que também não encontrou seu público (embora seja um sucesso de crítica). 
 
#02 Han Solo (Star Wars)
 
Difícil escolher os dois primeiros lugares desta lista, mas acho que a medalha de prata fica bem no pescoço do aventureiro mercenário de charme irresistível Han Solo. O personagem surgiu no filme que iniciou a saga de Star Wars em 1977 pilotando a antológica Millenium Falcon e tendo como amigo fiel o co-piloto wookie Chewbacca. Seu crush pela Princesa Leia rendeu um dos romances mais falados das galáxias e perdurou por outros três filmes até que o personagem recebeu seu desfecho em O Despertar da Força (2015). Vale lembrar que a origem do personagem foi abordada em Solo (2018) em que o personagem é vivido por Alden Ehrenreich, mas não alcançou o sucesso desejado. 
 
#01 Indiana Jones (O próprio)
 
Apesar de suas duas últimas aventuras não serem tão empolgantes e não honrarem o legado de Henry Jones Junior, o fato é que Indiana Jones é um dos heróis de filmes de ação mais queridos de todos os tempos. O personagem foi concebido por Steven Spielberg em homenagem aos heróis de ação da década e 1930. Lançado em Os Caçadores da Arca Perdida (1981), o personagem conquistou fãs e apareceu em mais duas aventuras lendárias: O Templo da Perdição (1984) e A Última Cruzada (1989). Nelas perdemos o fôlego com o pacato professor que se aventura atrás de relíquias pelo mundo como se tivesse uma dupla personalidade. Em Reino da Caveira de Cristal (2008) e A Relíquia do Destino (2023) a coisa de perde. Fique com a trilogia original e pronto. 

PL►Y: Capitão América - Admirável Mundo Novo

Mackie: pagando os pecados na pele do Capitão América.
  
Se Thunderbolts animou parte do público, mas não o suficiente para alcançar a bilheteria esperada, considero que teve alguma relação com Capitão América: Admirável Mundo Novo (2025). Ouvi poucos comentários quando o filme estreou nos cinemas e, em sua maioria, não foram muito empolgados. Esse desânimo tem relação não apenas com o histórico recente do estúdio, mas também com a trama empolada, cheia de ideias para articular, mas sem esperteza para tanto. O triste é saber que o Falcão, Sam Wilson (Anthony Mackie) merecia mais dedicação em sua estreia como protagonista de um longa metragem com o escudo do Capitão. A Marvel estava cansada de saber de toda a desconfiança em torno do personagem herdar o título, mas colocar um projeto arriscado desses nas mãos de um cineasta como Julius Onah mostra-se um problema. Julius assinou o controverso O Paradoxo Cloverfield (2018) e fez bonito no ambíguo Luce (2019), mas não faço a mínima ideia de onde imaginaram que ele daria conta de um filme de super-herói. As cena de ação não empolgam e o clima de conspiração não engrena - e este seria o aspecto principal para que o filme funcionasse. O vilão também é um baita problema e as referências ao primeiro filme do estúdio (O Incrível Hulk/2008 aquele com Edward Norton correndo em uma favela brasileira) e (finalmente) citar alguma razão para Os Eternos (2021) ter existido, só demonstra o desespero da Marvel voltar a construir uma unidade em seu universo depois de atirar para todos os lados e pagar o preço de perder o público fiel. O filme segue alguns dos acontecimentos da série Falcão e o Soldado Invernal (2021), com Sam assumindo de vez o título de Capitão América e tendo que lidar com o pedido do presidente Thaddeus Ross (papel que era do falecido William Hurt no filme do Hulk e agora é interpretado por Harrison Ford) para criar os Novos Vingadores enquanto o presidente está muito interessado na descoberta de um metal indestrutível: o Adamantium, encontrado mediante as explorações da Ilha Celestial (aquele deus que nasceria no final de Eternos e acabaria com o planeta Terra). Acontece que enquanto o novo presidente dos EUA pretende convencer seus aliados de suas nobres intenções, ele sofre um atentado que aos poucos desencadeia a descoberta de segredos obscuros do seu passado. O filme inventa tantas pontas para amarrar, tantos segredos a descobrir, que o resultado fica mais confuso do que interessante. Eu só não fico com mais pena do Anthony Mackie tentando tirar leite de pedra de um texto tão insosso, porque no meio do caminho tem Tim Blake Nelson vivendo um vilão risível e Harrison Ford exercendo seu profissionalismo ao levar a sério um personagem tão mal desenvolvido. Quando o filme terminou eu fiquei imaginando o dia em que a Marvel decidiu que Guerras Secretas (2027) dará um reboot em seu universo cinematográfico que anda capengando em reencontrar o rumo. 
 
Capitão América - Admirável Mundo Novo (Captain America - Brave New World / EUA - 2025) de Julius Onah com Anthony Mackie, Harrison Ford, Danny Ramirez, Shira Haas, Carl Lumbly, Tim Blake Nelson, Giancarlo Esposito e Liv Tyler. ☻☻  

domingo, 25 de maio de 2025

PL►Y: Herege

Grant: labirinto retórico que funciona.
 
Duas jovens mórmons (Sophie Tatcher e Chloe East) batem de porta na busca novos fiéis para sua religião. Entre ridicularizações que parecem testar a fé das duas, elas costumam conversar nas visitas que realizam afim de esclarecer dúvidas que possam ter sobre a religião da qual são devotas. Elas nem imaginam no início de uma terrível tempestade elas baterão na porta de Mr. Reed (Hugh Grant). Ele mostra-se bastante simpático e receptivo, até menciona que a esposa fez uma torta para receber as meninas. Conversa vai, conversa vem, a mulher do homem nunca aparece. As perguntas parecem cada vez mais provocativas e algumas mentiras, do antes simpático Mr. Reed, começam a ser reveladas. Durante a melhor parte de Herege, o que temos é uma interessante discussão sobre religião e fé. O trio principal deixa a conversa sempre estimulante e constrói um elaborado labirinto retórico aos olhos e ouvidos do espectador. Os diretores Bryan Woods e Scott Beck conseguem manter o interesse do espectador em uma tensão crescente que desperta aquela curiosidade por onde aquela situação irá chegar. Os dois têm o crédito por participarem da elaboração de Um Lugar Silencioso (2018), mas também possuem culpa no cartório por estrearem na direção com aquela bomba Ameaça Pré-Histórica (2023) estrelada por Adam Driver. Isso diz um pouco sobre a estrutura do filme, que vai muito bem até um pouco além da metade, mas se perde quando começa a delirar demais, deixando o suspense e a bela retórica de lado e descamba para um terror de apelo trash. Deixa a impressão de que os dois não acreditavam que o filme daria conta do recado somente com as reflexões que provocam nas duas devotas (e na plateia) que se veem prisioneiras do jogo doentio de um homem misterioso. É verdade que os jovens talentos de Sophie Tatcher e Chloe East tem papel importante em nosso envolvimento com a história, afinal, nos importamos com as duas desde a primeira cena. No entanto, os maiores elogios foram para Hugh Grant. Muitos críticos consideraram que a melhor interpretação da carreira do veterano está neste filme. Indicado a vários prêmios por sua performance (incluindo o BAFTA, o Critic's Choice e Globo de Ouro) é interessante ver como o ator, que figurou entre os maiores galãs da Inglaterra dos anos 1990 soube assumir as rugas e os cabelos brancos, sabendo reconfigurar seu sorriso e expressões para dar vida a um tipo tão ameaçador. Obviamente que o ator utiliza seu charme de sempre para convencer aquelas meninas de que não é um mal sujeito, para logo depois, mostra-se um completamente insano. Essas oscilações do personagem faz até a plateia esquecer das escorregadas que o filme possui para criar um desfecho tão elaborado quanto insatisfatório. Herege seria um filme muito melhor se mantivesse sua discussão sobre a escolha de uma religião e a fé envolvida nisso.

 Herege (Heretic / EUA - Canadá / 2024) de Bryan Woods e Scott Beck com Hugh Grant, Sophie Tatcher, Chloe East, Topher Grace, Elle Young e Elle McKinnon. ☻☻☻

PL►Y: Here

Liyo e Stefan: de humanos e musgos.
 

Confesso que tenho um pouco de dificuldade em acompanhar as narrativas dos filmes do belga Bas Devos. Sei que ele tem fãs ao redor do mundo e realmente os admiro por enxergar atrativos em suas narrativa quando, na maioria das vezes, o que geram é minha desatenção. Tenho um amigo que é muito fã do cinema de Devos e vê-lo falar tão entusiasmado do último filme do cineasta (que acabou de chegar no Filmicca), tornou assistir Here uma verdadeira questão de honra. O curioso foi que se tornou o primeiro longa do diretor que consegui assistir completo (como ele possui apenas quatro longas no currículo, talvez eu possa dar uma segunda chance aos outros). Se não fosse o comentário do tal amigo, mais uma vez, eu não veria nada demais na história que temos aqui: Stefan (Stefan Gota) é um trabalhador da construção civil que está prestes a sair de férias e ir visitar à família na Romênia. Paralelo a isso conhecemos Shuxiu (Liyo Gong), que leciona microbiologia na faculdade de manhã e ajuda a tia em um restaurante chinês à noite. Se ele habita um ambiente urbano, com muitos prédios e concreto (ampliado pelos planos abertos utilizados pelo diretor), Shuxiu volta-se cada vez mais para o micro, um universo tão pequeno em comparação aos arranha-céus que passa desapercebido pela grande maioria das pessoas. O encontro dos personagens faz com que a narratia estabeleça uma espécie de zoom, que vai da construção de um prédio na cidade, passando para os núcleos familiares de seus personagens até chegar ao estudos de Shuxiu sobre musgos. Não é por acaso que o roteiro explora o encontro de um rapaz que está de férias e volta às suas origens e uma microbiologista de origem estrangeira. Existe entre os dois uma busca por conexão com os lugares que habitam (e com o mundo em si) e o diretor estabelece um quase romance entre os dois personagens de forma bastante discreta e singela, mas que não deixa de ter uma certa sensualidade ao explorar o sorriso irresistível de Shuxiu ou as pernas sempre à mostra de Stefan (a quem a personagem se refere como "o rapaz de short"). Bas Devos sempre mostrou-se um diretor que gosta de criar belas imagens, muitas vezes estando mais preocupado com a estética dos filmes do que com seus roteiros. Aqui ele consegue conciliar isso de forma quase terapêutica, estabelecendo uma viagem do macro ao micro da vida na Terra, seja da vida dos seres humanos em seus encontros, idas e vindas ou da presença de musgos que irão herdar o mundo quando as pessoas partirem. Essa sensação de respiro que o filme proporciona rendeu no Festival de Berlim o prêmio de melhor longa na mostra Encounters, do qual saiu também com o prêmio da crítica. 

Here (Bélgica - 2024) de Bas Devos com Stefan Gota, Liyo Gong, Cédric Luvuezo, Teodor Corban, Saadia Bentaïeb, Alina Constantin e ShuHuan Wang. ☻☻☻

sábado, 24 de maio de 2025

PREMIADOS FESTIVAL DE CANNES2025

Um Simples Acidente: Palma de Ouro em Cannes 2025.

Parece que o páreo da 78ª Edição do Festival de Cannes foi acirrado! Ouvi tantos comentários entusiasmados da crítica sobre os filmes exibidos que foi difícil prever quem seria o ganhador. No fim das contas, o apelo do cinema iraniano clandestino de Jafar Panahi prevaleceu. Com isso, Panahi se tornou o raro tipo de diretor que conquista os principais prêmios dos maiores festivais de cinema do mundo (antes, ele já recebeu o Leão de Ouro por Taxi Teerã/2015 no Festival de Berlim e o Leão de Ouro no Festival de Veneza por O Círculo/2000). Se muitos apontavam o novo de Joachin Trier como o favorito, ele ficou com um honrado segundo lugar com o Grande Prêmio do Júri (que este ano foi presidido por Juliette Binoche e contava ainda com nomes como Halle Berry, Alba Rohrwacher e Jeremy Strong). O representante brasileiro não levou o prêmio principal mas não fez feio, levando três prêmio importantes que selam seu passaporte no início de sua repercussão na temporada. Abaixo todos os premiados do maior Festival de Cinema no mundo... (e já podemos começar a campanha do Wagner para melhor ator no Oscar do ano que vem?):

    Palma de Ouro | "It Was Just an Accident" de Jafar Panahi
    Grand Prix | "Sentimental Value" de Joachim Trier 
    Prêmio do Júri | "Sirât" de Olivier Laxe 
Prêmio da Crítica | "O Agente Secreto" de Kleber Mendonça Filho
    Melhor Diretor | Kleber Mendonça Filho (O Agente Secreto)
    Melhor Atriz | Nadia Melitti (The Little Sister)
    Melhor Ator | Wagner Moura (O Agente Secreto)
    Melhor Roteiro | "Young Mothers" de Luc e Jean-Pierre Dardenne
    Prêmio Especial do Júri | "Ressurection" de Bi Gan
    Câmera de Ouro | "The President's Cake" de Hasan Hadi
 
Wagner e Kléber: melhor ator, melhor diretor e prêmio da crítica. 

PL►Y: A Cura

Yakusho, Ujiki e Hajiwara: e se serial killer tiver super-poderes?

Muitos consideram o cineasta Kiyoshi Kurosawa um mestre do terror japonês. Dirigindo desde a década de 1970, ele acumula vários títulos que são dignos de culto pelos fãs. Um deles é este intrigante A Cura, que foi lançado em uma época em que os serial killers cinematográficos estavam em alta em produções de Hollywood - e se David Fincher soube fazer a diferença com Se7en (1995), dois anos depois, Kurosawa (que não tem nenhum parentesco com o Akira Kurosawa) também soube deixar a plateia hipnotizada com o suspense de sua trama. O filme conta a busca do detetive Kenichi Takabe (Kôji Yakusho) pela relação que existe entre uma série de crimes cometidos por pessoas diferentes em circunstâncias semelhantes. No entanto, alguns elementos demonstram que os crimes possam ter uma relação entre si. Seus autores eram pessoas inofensivas que, subitamente, sem maiores explicações, assassinaram pessoas próximas. O interessante é que a trama conta esta história de uma forma diferente, ao invés de manter o foco somente no detetive, a narrativa parece um tanto dispersa no início, apresentando vários personagens e, aos poucos, nos damos conta do painel traçado como se fosse um mapa das pistas que levarão até o provável responsável pelas atrocidades. Quando ele aparece (um ótimo trabalho de Masato Hagiwara), esquecido, perdido, sem identidade, somos incapazes de dizer do que aquele jovem é capaz de fazer - mas não demora para que possamos perceber o quanto aquela figura difusa é ameaçadora. Em determinados momentos o detetive parece até mais ameaçador do que o rapaz de fala macia e conversas enigmáticas. Colocando o vilão emaranhado na mente de seus "cúmplices", o filme assume riscos que o torna ainda mais estimulante e surpreendente, deixando os caminhos do detetive tão imprevisíveis quanto os crimes cometidos. Não por acaso, o final lembraria o filme de Davi Fincher se o roteiro não se esticasse mais um pouco e apresentasse que ameaça pode estar em qualquer lugar. Vendo o filme lembrei de uma conversa sobre Longlegs/2024 em que dois alunos (que curtem muito cinema) me recomendaram este filme que não estava disponível em streaming algum (agora está fresquinho no Filmicca). Kiyoshi Kurosawa faz um filme seco e até elegante perante a atmosfera psicológica que emana desde os momentos iniciais. 

A Cura (Cure/Kyua - Japão/1997) de Kiyoshi Kurosawa com Kôji Yakusho, Masato Hagiwara, Tsuyoshi Ujiki, Anna Nakagawa, Yoriko Dōguchi, Yukijirō Hotaru e Ren Osugi. ☻☻☻

sexta-feira, 23 de maio de 2025

4EVER: Sebastião Salgado

08 de fevereiro de 1944  ✰   23 de maio de 2025

Sebastião Ribeiro Salgado Júnior nasceu na cidade de Aimorés em Minas Gerais. Graduou-se em Economia na Universidade do Espírito Santo, realizou mestrado na Universidade de São Paulo e doutorado na Universidade de Paris. Economista de formação, inicialmente trabalhou como secretário para a Organização Internacional do Café (OIC). Sua primeira sessão de fotos foi nos anos 1970 e o inspirou a ser fotojornalista independente. Depois de passagens por agências de fotografia renomadas, passou a ser ainda mais reconhecido por seus livros de fotojornalismo que se tornaram referências mundiais. O seu olhar crítico social fez de obras como Êxodos (sobre os movimentos migratórios) sucessos editoriais. Salgado contribuiu ao longo dos anos com causas humanitárias, trabalhando ao lado da UNICEF, ACNUR, OMS, Médicos sem Fronteiras e Anistia Internacional. Junto à esposa, Lélia Wanick, apoiaram o Instituto Terra em causas de reflorestamento. O engajamento do fotojornalista gerou o documentário O Sal da Terra (2014) dirigido pelo alemão Win Wenders que ganhou o César de Melhor Documentário e foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional.