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| Renée e Leo: mais drama do que humor. |
Sou daqueles que leu O Diário de Bridget Jones quando não se falava de outra coisa. Li nos tempos de faculdade e também li a sequência, Bridget Jones no Limite da Razão, mas já não curti tanto. Eu também assisti ao filme de 2001 que rendeu a primeira indicação ao Oscar para Renée Zellwegger e ouvi todo mundo falando sobre o sotaque inglês que a texana precisou simular para derrotar nomes como Kate Winslet e Helena Bonhan-Carter na disputa pelo papel. No fim das contas a personagem acabou ficando nas melhores mãos, já que passado tanto tempo desde que a personagem se tornou febre mundial (tempo suficiente para Renée ganhar dois Oscars em sua carreira) a atriz continua interpretando a personagem com as mesmas caras, bocas e leveza de antes. É verdade que o tempo passou e a vida da personagem se tornou bem menos interessante do que quando era disputada pelo almofadinha Mark Darcy (Colin Firth) e pelo canastra Daniel Cleaver (Hugh Grant), ela também se tornou bem mais ocupada para gastar o tempo contando as calorias ingeridas ao longo do dia. Na verdade, Louca pelo Garoto é o terceiro livro com a personagem, mas houve tanta confusão em sua adaptação que resolveram criar uma outra história para a telona em 2016 por considera-lo muito deprimente. Confesso que não li este terceiro livro, mas diante do que vejo nesta adaptação os produtores fizeram muito bem em utilizar o material do livro em outro momento. Adaptado originalmente para a TV (e exibido nos cinemas daqui), Bridget agora cuida dos dois filhos após ficar viúva de Darcy e precisa encarar a nova fase de sua vida, com os problemas das crianças na escola, o retorno ao mercado de trabalho, encontrar tempo para os amigos e superar o luto que ainda não passou. Como ela não tem mais idade para cair nas lorotas do Daniel Cleaver, agora os dois são só amigos e ela acaba tendo interesse por um rapaz mais jovem, Roxster (Leo Woodall). Esta atração irá fazê-la reviver alguns conflitos com sua imagem, só que agora, com o acréscimo da passagem do tempo e as inseguranças de um mundo mais digital e hiperconectado assombrado pelo ghosting. No entanto, além do jovem rapaz, existe um gosto pela presença do professor Scott (Chiwetel Ejiofor), que também pode ser a promessa de um belo recomeço. Se há um problema em Louca pelo Garoto é o temor de tudo ficar melancólico demais, o que faz com que o roteiro busque soluções um tanto fáceis e apressadas para as situações apresentadas. Outro problema é que o humor do filme é bem fraquinho, bem distante das risadas que o primeiro longa provocava. O tempo passou para Bridget Jones e a sensação é que a vida dela mudou bastante, pode não ser tão animada, mas se tornou mais próxima dos mortais que acompanham sua trajetória desde que foi publicada pela primeira vez. É um tanto fora da curva cinematográfica da personagem, mas eu adoraria ver daqui dez anos um outro filme da personagem em que ela se juntasse com os amigos e fosse curtir férias em algum canto longe de toda seriedade da vida madura e sem se preocupar tanto com a vida amorosa.
Bridget Jones - Louca Pelo Garoto (Bridget Jones - Mad About the Boy / Reino Unido - França - EUA / 2025) de Michael Morris com Renée Zellweger, Chiwetel Ejiofor, Leo Woodall, Hugh Grant, Colin Firth, Sally Phillips, Mila Jankovic e Casper Knopf. ☻☻☻

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