sábado, 18 de outubro de 2025

PL►Y: O Macaco

O menino: pensando que é o dono do macaco.  

Acho que todo mundo já percebeu que Osgood Perkins, ou Oz Perkins para os íntimos, é um dos cineastas mais estranhos em atividade. O mais interessante é que ele tenta cravar o nome dele entre os grandes diretores de terror da atualidade na marra, tendo o diferencial de um sobrenome de peso no gênero, afinal é filho de Anthony Perkins - o lendário Norman Bates do clássico Psicose (1960) de Hitchcock. Depois de um tempo com produções sinistras que ninguém dava bola, ele chamou atenção no ano passado com Longlegs, filme que conseguiu aparecer em várias listas de mais interessantes do ano passado após se tornar um sucesso surpresa (rendeu quase treze vezes seu orçamento de 10 milhões de dólares) e ser reconhecido por alguns críticos, como o melhor terror do ano passado (eu particularmente gostei bastante). Depois do sucesso vem o desafio do passo seguinte e não deixa de ser corajoso Oz investir em um tom diferente com O Macaco. Seria muito mais fácil ele se repetir e fazer algo parecido com o seu sucesso anterior, mas ele preferiu escolher um conto macabro de Stephen King e transformá-lo em um longa cheio de sangue e humor bizarro, dizem até o diretor conseguiu agilizar o financiamento por enganar os produtores que não sabiam exatamente qual seria o tom do filme. Apesar de rebuscar um pouco a narrativa (com uma introdução em que não se sabe muito bem quem é o personagem vivido por Adam Scott) somos apresentados ao  brinquedo em formato de macaco com um tambor. Apesar de ser um boneco arrepiante, a coisa só piora quando ele bate as baquetas é faz com que algo muito ruim aconteça. Logo vemos que o objeto padece de alguma maldição misteriosa e a saga continua quando ele é encontrado no porão de dois irmãos gêmeos que não tem um bom relacionamento (vivido por Christian Convery e Colin O'Bryen). Os dois vivem com a mãe (Tatiana Maslany) que precisa lidar com toda a tensão na relação entre os filhos, seja em casa ou na escola. A coisa desanda quando um dos irmãos desconfia dos poderes do macaco e resolve achar que ele pode realizar seus pedidos. Grande engano. Acho que o filme fica mais interessante quando descobrimos que o brinquedo é incontrolável e faz o que quer - mesmo depois que decidem acabar com ele. Particularmente gosto mais da parte do filme em que os irmãos são pequenos, depois quando são crescidos (e vividos por Theo James) o filme tenta se explicar e acaba ficando um tanto confuso nas situações que escolhe narrar. O filme segura o tom sinistro e o humor dissonante cheio de sangue jorrando a todo instante, mas não assusta e também não é engraçado apesar de todo esforço. A plateia pode até rir de nervoso, mas é difícil dizer se o filme alcança suas reais intenções. Ao menos ele consegue prender a atenção e inserir mais um brinquedo sinistro no gênero do terror. Serve para passar o tempo, mas dificilmente alguém irá lembrar dele por muito tempo. 

O Macaco (The Monkey - EUA / 2025) de Osgood Perkins com Theo James, Tatiana Maslany, Christian Convery, Colin O'Bryen, Adam Scott, Elijah Wood e Osgood Perkins. 

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