Sharpe, Aubrey, Meghaan e Theo: amigos até o capítulo dois.
Eu gostaria de escrever sobre a segunda temporada de White Lotus quando ela ainda estava fresquinha na minha cabeça, mas a última semana foi tão atribulada que acabei demorando mais do que devia. Talvez tenha passado da hora de comentar sobre a série, mas ainda tenho vontade de expor meu ponto de vista sobre este delicioso exercício de Mike White sobre o que hóspedes de um luxuoso hotel podem ter de mais mordaz. Se na primeira temporada as relações de classe eram o foco da temporada, aqui White volta sua criatividade para os relacionamentos amorosos e tudo que possa ter relação com isso: casamento, traição, desejo, fidelidade, aparências... o mais interessante é ver como o diretor e roteirista brinca com seus personagens em torno deste tema, os descascando sem piedade e expondo o que o ser humano pode ter de mais contraditório. Aqui ele lida com um número de personagens ainda maior do que na temporada anterior, mas ao longo dos capítulos consegue estabelecer aquele mesmo equilíbrio no desenvolvimento de cada um deles. Quem está de volta é a milionária Tannya (Jennifer Coolidge) que está em crise no seu casamento e segue sua rotina de visitar os hotéis da rede luxuosa White Lotus, no entanto, a contragosto do esposo (Jon Gries), ela leva a assistente (Haley Lu Richardson) para as férias - e as discussões já começam por aí. Existe também três gerações de uma família, o avô (F. Murray Abraham), o pai (Michael Imperioli) e o filho (Adam DiMarco) que se hospedam no hotel na Sicília para procurar seus parentes distantes, mas nos momentos em que estão juntos, o assunto que está em pauta é a forma como estas diferentes gerações enxergam as mulheres, o amor e o sexo. Existem ainda duas garotas de programa locais (Simona Tabasco e Beatrice Grannò) que tentam ganhar a vida como podem enquanto a gerente do hotel (Sabrina Impaciatore) vive de vigilância em cima delas. Para completar, temos dois casais de amigos, um riquíssimo formado por Cameron (Theo James) e Daphne (Meghann Fahy) e outro composto pela advogada Harper (Aubrey Plaza) e o empresário Ethan (Will Sharpe) que viverão uma tensão crescente até o último episódio. Ah, claro, no primeiro episódio fica claro que aconteceram algumas mortes no hotel - até que a história retroceda e conte como foi a semana daqueles personagens enquanto especulamos quem morreu e quem matou diante. Se Jennifer Coolidge faz mais do mesmo na pele de sua personagem, o prêmio de minha personagem favorita da temporada vai para Aubrey Plaza, que está perfeita como a mulher que não suporta o casal de amigos do esposo que lhe fazem companhia naqueles hotel. Após o final absurdo desta temporada, ficamos com o gostinho de quero mais e esperando para ver o que Mike White irá aprontar da próxima vez. Aqui ele parece um tantinho mais controlado do que na temporada anterior (e os personagens tiveram que ralar muito para se impor aos cenários de encher os olhos que aparecem por aqui), mas, como parece ser o lema de White Lotus, mesmo o paraíso está contaminado por um verdadeiro inferno astral de seus habitantes. Não sei porquê, mas depois de duas temporadas praianas, seria legal ver os personagens em férias de inverno em uma nova temporada.
White Lotus - Segunda Temporada (EUA-2022) de Mike White com Jennifer Coolidge, Aubrey Plaza, Theo James, F. Murray Abraham, Haley Lu Richardson, Michael Imperioli, Adam DiMarco, Will Sharpe, Simone Tabasco, Tom Hollander, Beatrice Grannò, Meghann Fahy e Sabrina Impacciatore. ☻☻☻☻
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