sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

NªTV: Wandinha

 

Ortega: Wandinha como manda o figurino. 

O melhor de escrever sobre uma série de sucesso feito Wandinha da Netflix é não precisar implorar para que vocês assistam para que exista uma nova temporada. A série já se tornou um sucesso mundial e já entrou para a história da gigante do streaming como uma das mais vistas de todos os tempos. A série é boa mesmo! O que mais gosto é o fato de dar para a herdeira da Família Addams uma vida própria no decorrer dos oito episódios que compõem a primeira temporada. Aqui ela surge um tantinho mais velha, entre os quinze e dezesseis anos, com o mesmo estilo cool e o gosto pelo mórbido que sempre foi sua marca registrada. Vivida por Jenna Ortega (uma jovem atriz que já havia conseguido papéis de destaque no mais recente Pânico/2022 e X/2022 ), Wandinha depois de aprontar em várias escolas é enviada para a escola em que seus pais se conheceram, a Lugar Nenhum, que sempre foi destinada a pessoas com um pezinho no terror. Entre sereias, vampiros, lobisomens, descendentes de Medusa, metamorfos e outros indivíduos com características especiais, a escola lembra um pouco a pegada mais adolescente de X-MEN ou O Lar das Crianças Peculiares/2016 que ganhou versão cinematográfica pelas mãos de Tim Burton (que assina os quatro primeiros episódios do programa). Parece que depois de um período apático de sua carreira, Burton ressurge inspirado na construção dos episódios e cria um dueto perfeito com Jenna. Outro acerto da produção foi escalar a gigante Gwendoline Christie para viver a diretora da escola e ex-colega de quarto de Mortícia Addams (vivida aqui por Catherine Zeta-Jones). Para costurar todos os episódios existe um mistério em torno de uma criatura que está destruindo pessoas nos arredores da escola e que aos poucos uma série de suspeitos são apontados - entre eles dois pretendentes de Wandinha, Tyler (Hunter Doohan) e Xavier (Percy Hynes White). O elenco juvenil é um grande acerto da série, já que diante da premissa de filme adolescente misturada com mistério e terror ganha um tempero a mais com o entrosamento que todos demonstram em cena. A ideia funciona tão bem que Wandinha precisa pouco de seus parentes ilustres (outros que aparecem na série é o papai Gomez vivido por Luiz Guzmán, o maninho Feioso vivido por Isaacc Ordenez e Tio Chico interpretado por Fred Armisen) e, com todo respeito, quando eles aparecem a série perde até o ritmo da narrativa. Quem se torna um coadjuvante ilustre indispensável é Mãozinha, que é feita magistralmente por Victor Dorobantu. Os xiitas vão reclamar que a série foge das caracterizações dos filmes clássicos do Barry Sonnenfeld lançados em 1991e 1993, mas fugir do que já estava consolidado me parece mais uma qualidade do que um defeito. Que venha a segunda temporada. 

Wandinha (EUA-2022) de Miles Millar e Alfred Gough com Jenna Ortega, Hunter Durhan, Emma Myers, Percy Hynes White, Gwendoline Christie, Catherine Zeta-Jones, Luis Guzmán, Joy Sunday e Christina Ricci.  

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