Celeste, Dakota, Izabela e Sydney: um dos micos do ano. |
A primeira vez que ouvi falar da personagem Madame Teia da Marvel foi quando Sandra Bullock declarou seu interesse em viver a personagem em uma adaptação que estava em andamento para ao cinema. Obviamente que procurei mais informações sobre a personagem do universo do Homem-Aranha, descobri que ela era uma personagem de idade avançada, cadeirante, cega e que tinha entre os seus superpoderes a propriedade de prever o futuro. Quando ouvi falar da personagem novamente foi quando a Sony decidiu que Dakota Johnson viveria a personagem no cinema. Existe uma diferença de vinte e cinco anos entre Sandra e Dakota. O que poderia ser apenas uma ideia de que o estúdio escolheu uma atriz mais jovem era que ela poderia ser aproveitada ao longo de uma franquia cinematográfica ao longo dos anos, por outro lado, os fãs reclamaram que poderia ser um indício de que a personagem seria descaracterizada no cinema. Como a personagem não é muito conhecida, o pecado não parecia tão grave assim... pelo menos até o filme estrear nos cinemas. A personagem criada em 1980 já sofreu muitas alterações em sua origem, mas nenhuma delas dava indício de que sua ida para o cinema seria tão desprovida de sentido. Embora o filme apresente uma origem para a personagem (envolvendo a floresta amazônica peruana e uma espécie rara de aranha), temos a impressão que a história que o espectador gostaria de assistir está no filme seguinte. A trama gira em torno de Cassandra Webb (Dakota Johnson) descobrindo seus poderes a partir de um acidente traumático. A partir dali, ela começa a ter episódios de dejá vù que na verdade são visões do que irá acontecer no futuro. Sem saber controlar seus poderes, ela irá se deparar com três adolescentes que assombram uma figura do seu passado, Ezekiel Sims (Tahar Rahim), um sujeito que sonha constantemente que o trio irá matá-lo no futuro. Acontece que Julia (Sydney Sweeney), Anya (Izabela Merced) e Mattie (Celeste O'Connor) serão super-heroínas que enfrentarão o vilão num futuro que o filme não apresenta. O roteiro não gasta nenhum instante para explicar como as três irão se tornar futuras "mulheres-aranhas" e como irão se deparar com Ezekiel, elas são apenas perseguidas por ele durante todo o filme e contam com a ajuda de Cassandra para escaparem. O filme é basicamente isso, uma correria para lá e para cá e nunca vai além disso. A impressão que esticaram o epílogo de um filme para deixar a história em si para outro momento, sendo mais uma vítima daquela síndrome que se propagou em filmes de super-heróis de deixar "o melhor" para o filme seguinte. Pra piorar, o filme desperdiça bons nomes do elenco sem lhes oferecer muito a fazer em cena e, para piorar, apresenta uma apatia irritante de Dakota Johnson em cena. Na pele de Cassie (e o nome Cassandra é inspirado no mito grego de mesma habilidade) a atriz parece não esforçar muito, deixando que as coisas simplesmente aconteçam ao seu redor (o resultado é que momentos como aquele em que um novo poder é revelado perto do final, o riso é inevitável). No entanto, os filmes do gênero já ficaram tão saturados que tive a impressão que já vi coisas piores do que Madame Teia, este aqui serve ao menos para passar o tempo com algum suspense e a forma interessante como insere o futuro embaralhando o presente da narrativa. É pouco, eu sei, mas para ver no streaming até que serve para distrair um pouco a cabeça. Se a ideia do estúdio era guardar ideias para uma continuação... bem, isso já é um problema perante o fiasco nas bilheterias (custou mais de oitenta milhões e rendeu pouco mais que isso ao redor do mundo).
Madame Teia (Madame Web / EUA -2024) de SJ Clarkson com Dakota Johnson, Tahar Rahim, Sydney Sweeney, Celeste O'Connor, Izabela Merced, Adam Scott, Emma Roberts, Zosia Mamet, José María Uazpik, Mike Epps e Kerry Bishé. ☻☻
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