O LGSM: tudo por uma boa causa.
A elogiada comédia Pride (que foi indicada ao Globo de Ouro em 2015) chegou ao Brasil direto em DVD e com um nome que parece retirado de um livro de Jane Austen: Orgulho e Esperança. Assim, dificilmente conseguirá chamar atenção para sua história sobre um grupo de homossexuais londrinos que apoiaram a causa dos mineradores durante a famigerada greve de 1984, contra as medidas do governo Margareth Tatcher. Liderados pelo carismático Mark (Ben Schnetzer), o grupo de ativistas percebeu que poderia fazer doações para os mineradores que viam as finanças minguarem durante a greve. Obviamente que a própria tarefa de prestar ajuda não foi fácil, já que com o preconceito existente, somente um grupo da pequena aldeia de Onllwyn, no vale Dulais do País de Gales, aceitou as doações de Mark e seus amigos - quase que por engano, já que não se deram conta de que era um grupo de gays e lésbicas que ligaram para o comitê grevista oferecendo ajuda. O diretor Matthew Warchus faz o possível para deixar os filmes nos moldes de uma produção capaz de agradar todos os públicos, não ousa nas cenas homo-afetivas e capricha no bom humor para contornar os momentos de mal estar que começam a existir entre as famílias mais conservadoras. Enquanto os dois grupos tentam ajustar as diferenças em nome de uma causa comum, o roteiro mistura as histórias de alguns personagens, a que recebe mais destaque é a do jovem Joe (Adam MacKay) que está começando a descobrir sua sexualidade e a esconde dos pais. Os nomes mais famosos do elenco estão entre os habitantes do vilarejo grevista, que conta com Imelda Staunton, Bill Nighy e Paddy Considine como os maiores entusiastas da união entre os dois grupos tão semelhantes em sofrer injustiças e perseguições na Inglaterra dos anos 1980. Embora alguns possam argumentar que o filme é uma versão ingênua do que realmente aconteceu durante o episódio, resta lembrar que o filme enquadra-se num gênero cada vez mais comum no cinema inglês - que já deu fruto a Revolução em Dagenham (2010), Garotas do Calendário (2003) e Ou Tudo ou Nada (1997), onde os ingleses fazem humor com o contexto social do país, o resultado gerar filmes que são agradáveis de se assistir e que fazem pensar por não perderem de vista os problemas que abordam. Em Orgulho e Esperança, para além do preconceitos e da importância de ressaltar como é produtivo grupos oprimidos se unirem ao invés de ficarem isolados em seus guetos próprios, ele ainda aborda um período em que o fantasma da AIDS começava a assombrar a comunidade gay mundial. Simpático e bem humorado, o filme de Matthew Warchus merece uma conferida, nem que seja para ver a energia que o desconhecido Ben Schnetzer imprime no engajamento de seu personagem.
Orgulho e Esperança (Pride/Reino Unido - França/ 2014) de Matthew Warchus com Ben Schnetzer, Adam MacKay, Paddy Considine, Imelda Staunton, Bill Nighy, Dominic West e Andrew Scott. ☻☻☻☻
Orgulho e Esperança (Pride/Reino Unido - França/ 2014) de Matthew Warchus com Ben Schnetzer, Adam MacKay, Paddy Considine, Imelda Staunton, Bill Nighy, Dominic West e Andrew Scott. ☻☻☻☻
Nenhum comentário:
Postar um comentário