Tatiana Maslany: talento aclamado.
E chegou ao fim a saga das clones de Orphan Black (o último capítulo da série está disponível na Netflix desde o último domingo) e embora não tivesse um roteiro brilhante (que às vezes se embolava ou ridicularizava com vícios da ficção científica) ou tivesse se tornado um grande sucesso de audiência, a série canadense serviu para colocar a atriz Tatiana Maslany na história da TV. A atriz foi responsável por dar vida a mais de uma dezena de personagens que compartilhavam o mesmo DNA devido a experiências de uma sombria corporação. Embora tenha sido indicada ao Globo de Ouro somente uma vez pela série (em 2013), Tatiana fez bonito no Emmy duas vezes (perdendo em 2015 e ganhando em 2016) e levou o Critic's Choice Awards para casa por dois anos seguidos (em 2013 e 2014, sendo indicada também em 2016). Estes foram apenas alguns dos prêmios recebidos por dar vida à Sarah, Rachel, Cosima, Alison, Helena, MK... e várias outras personagens durante os cinco anos da série. Maslany compensou qualquer deslize das cinco temporadas (sendo a primeira e a quarta as melhores). Curiosamente, o clímax da trama foi na penúltima, deixando a quinta somente para amarrar algumas pontas, ressuscitar personagens, matar outros e exagerar na sanguinolência. Agora os órfãos somos nós e para celebrar a despedida da série, preparei esta singela lista das minhas favoritas do clone club.
#10 Tony/Antoinette
Tony ficou famoso como a clone transexual do programa, apareceu somente em um capítulo e não estava nem um pouco preocupado com suas origens. Ele serviu para testar a versatilidade da protagonista, mas pecou pelo visual (com direito a cabelão e questionável cavanhaque). A abordagem esquisita da atração que ele provocou no irmão gay de Sarah, Felix (Jordan Gavaris) também ficou meio desengonçada, mas pelo menos sua aparição está entre os momentos mais marcantes do programa - embora merecesse ser mais explorada durante a série.
#09 Katja Obinger
Katja dava a impressão que seria uma exterminadora das clones quando apareceu logo no início, mas , para a surpresa do público, ela logo se despediu no segundo episódio - e percebemos que a saga das personagens seria bem mais complicada. Pelo menos Katja serviu para mostrar que existiam várias possibilidades para o programa seguir e que Tatiana Maslany não brincaria em serviço quando o assunto era inventar sotaques e expressões específicas para cada personagem.
#08 MK
Hacker inteligentíssima e de passado obscuro, MK revelou boa parte dos segredos sobre a corporação responsável pela sua criação. Fazendo vídeos protegida pela máscara de ovelha (homenagem à Dolly) e aparecendo de vez em quando sem revelar muito de si, MK sempre foi uma personagem que preferiu à penumbra e talvez por isso, tenha se tornado uma das criações mais melancólicas do programa. A sua última cena no programa deve ser uma das mais violentas da série.
#07 Beth Childs
A policial Beth Childs foi nosso primeiro grande incentivo para acompanhar a série, afinal, foi a identidade dela que a problemática Sarah Manning roubou naquela estação de trem. Beth é a porta de entrada para o universo da série e aos poucos os autores revelaram um pouco mais de sua vida e o uso do flashbacks serviram para demonstrar sua complexidade, especialmente por ela nunca ter digerido bem o fato de ser um experimento científico. Seu complicado relacionamento com o bonitão Paul (Dylan Bruce) só conferiu ainda mais profundidade à personagem (e confusão para Sarah) e tristeza ao seu desfecho.
06 Sarah Manning
Sarah era a grande protagonista da série. No primeiro ano ela brilhou ao ter que se esforçar para encaixar na vida complicada de Beth Childs, se envolveu com o marido dela (Dylan Bruce), teve que ganhar a confiança do parceiro dela (Kevin Hanchard) e depois se envolveu numa espiral de descobertas e situações malucas onde ela era o alvo, especialmente por ter um defeito de "fabricação": fertilidade. Aos poucos Sarah perdeu em desenvolvimento em comparação às outras clones, tornando-se o arquétipo da heroína que faria de tudo para proteger a filha e suas irmãs (e sofreu um bocado).
05 Cosima Niehaus
Cientista brilhante interessada em saber tudo o que estava por trás de sua origem, Cosima ganhou facilmente os nossos corações para logo depois demonstrar que um mal congênito de todas as clones poderia lhe custar a própria vida. Cosima ainda foi responsável por explicar todos os conceitos mirabolantes que a trama envolvia e ainda tinha tempo para ter um relacionamento conturbado com Delphine (Eveline Brochu). Sorte que seu melhor amigo, Scott (Josh Vokey) sempre estava por perto para dar uma ajudinha em suas descobertas.
04 Helena
Por algum tempo, pensamos que Helena seria a vilã da série. Sua função inicial era caçar as clones como se fossem aberrações. No entanto, bastou entendermos que a personagem era fruto de uma rígida educação opressora para percebemos que debaixo de toda aquela cabeleira, não havia apenas uma mente desmiolada, mas uma alma torturada. A complexidade da irmã gêmea perdida de Sarah a transformou na sestra mais surpreendente do programa. Helena era capaz de ser cômica, assustadora, sinistra e muito violenta numa mesma cena e, para complicar, ainda se envolveu com devotos de uma comunidade bem esquisita.
#03 Krystal Goderitch
Quando as clones estavam mergulhadas em tramas sérias ou sombrias demais, os roteiristas inventaram a esteticista Krystal na terceira temporada. Embora nunca tenha entrado para o grupo de personagens principais do programa, ela tinha um jeito especial de ser alheia a tudo que a cercava, criando suas próprias teorias sobre os acontecimentos estranhos que surgiam ao seu redor - e de vez em quando até acertava. A personagem serviu como excelente forma de Tatiana Maslany mostrar que podia ser leve e engraçada - sem fazer muito esforço. Pena que a loura aparecia pouco na série.
02 Rachel Duncan
A gêmea clone má quase conseguiu dominar a lista. O fato é que Rachel Duncan foi a vilã ardilosa que a série sempre prometeu para os fãs. Rachel foi criada pelos cientistas responsáveis pelas experiências com clonagem humana do programa e nunca aceitou muito bem que fosse apenas uma cópia. Sua vontade de ser especial era tão forte que não só infernizou a vida das sestras como de todos os outros personagens. Herdeira do sinistro Instituto DYΛD, ela faria de tudo para aprimorar seus experimentos e ter ainda mais poder. Uma vilã de respeito!
#01 Alison Hendrix
Alison era casada, feliz e tinha dois lindos filhos adotivos. Sua obsessão por perfeição e levar uma vida certinha fazia com que parecesse uma personagem que saiu de Desperate Housewives - especialmente quando tudo virou do avesso. Alison poderia ser a personagem mais normal da série, mas aos poucos demonstrou que debaixo de sua casca de dona de casa perfeita, existia uma pessoa capaz de cometer os maiores absurdos no conforto do subúrbio canadense. Ela se tornou um dos tipos mais complexos do programa e a mais divertida com suas desventuras com o fofucho esposo Donnie (o adorável Kristian Bruun), mesmo que eu não tenha curtido sua guinada nos últimos episódios, ela ainda é minha criação favorita do programa! Só espero que o cinema reserve personagens deste quilate para o talento de Tatiana Maslany em breve!
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