Paulo e Monica: amizade à toda prova.
"Os Homens são de Marte... e é para lá que eu vou" fez um sucesso danado no teatro, no cinema e na televisão e um produtor esperto sabe que enquanto a ideia estiver funcionando, vale a pena continuar ganhando. Minha Vida em Marte é a continuação do filme que chegou aos cinemas em 2014 e ao invés de repetir o que vimos no primeiro filme soube mudar o foco e se tornou uma grata surpresa. Depois de fechar o primeiro filme com o casamento de Fernanda (Monica Martelli) e Tom (Marcos Palmeira) - acho que nem é SPOILER dizer (afinal, aparece no trailer) que o casamento deles não duraria muito tempo (desde o início achei o homem um chato de galochas). Aqui a protagonista se esforça para salvar o casamento com todo o tipo de clichê que pode ser utilizado, mas nada segura um casamento em que o marido estabelece que só quatro minutos para tomar banho! O casal até parece que teve seus dias bons, tiveram até uma filha (Marianna Santos), mas o fogo já está apagando e eles nem conseguem disfarçar. Já que Tom não se enquadra no posto de herói de comédia romântica (e convenhamos que Marcos Palmeira pode ser qualquer coisa, menos engraçado) o roteiro tem a sabedoria de ampliar a participação do amigo de Fernanda, o sócio Aníbal (Paulo Gustavo). Juntos, Fernanda e Aníbal (ou Monica e Paulo) são garantia de boas risadas, mesmo quando o roteiro não ajuda muito. Assim, Fernanda percebe que para se sentir bem não precisa necessariamente de um marido ao seu lado, Aníbal garante a diversão seja numa festa de casamento em que precisam improvisar ou na organização de um funeral que pode garantir um novo mercado de trabalho para a dupla. Os dois também vão para Nova York, mas o que ganhava tanto destaque no trailer é uma viagem rápida que avacalha com Central Park, se diverte com as farmácias americanas e faz troça com arte moderna. O filme também pontua que arranjar um relacionamento não está fácil numa era com relacionamentos abertos e pessoas comprometidas se aventurando por aí, Fernanda se percebe cada vez mais pertencer a outro tempo de flerte. Ainda que a direção da estreante Susana Garcia não inove, achei o filme bem divertido e fico feliz de ver a protagonista menos paranoica para arranjar namorados - com um amigo espirituoso à tiracolo a vida pode ser muito mais divertida. A única coisa que achei esquisita no filme é que depois da separação a filha de Fernanda simplesmente desaparece junto com o marido mala. Senti falta de uma cena da garota se divertindo com a mãe e o tio Aníbal, nem que fosse com aquele porquinho de estimação (presente do estorvo em forma de pai, claro!).
Minha Vida em Marte (Brasil - 2018) de Susana Garcia com Monica Martelli, Paulo Gustavo, Marcos Palmeira, Fiorella Matheis e Lucas Capri. ☻☻☻
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