domingo, 9 de junho de 2019

Na Tela: X-Men - Fênix Negra

Sophie: despedida melancólica dos mutantes da FOX. 

Os X-Men entraram para a história como o primeiro grupo de heróis a fazer um filme realmente de sucesso. Era o alvorecer do século XXI, as adaptações de quadrinhos andavam em baixa desde que Batman e Robin (1997) se transformou num mico cinematográfico e ninguém queria mais enveredar pelo ramo. Com o sucesso de Blade (1998) os estúdios pensaram que a coisa poderia funcionar com uma pegada diferente e a FOX convenceu a Marvel de que poderia fazer uma produção que prestasse com o seu time mais popular. Convidaram o ascendente Brian Singer para dirigir e um elenco vindo de todo canto do mundo. O resultado foi um grande sucesso. De lá para cá muita coisa aconteceu não apenas com o grupo, mas com o próprio gênero dos filme de super-heróis. Novas produções de sucesso surgiram e estabeleceram novos padrões, concorreram a prêmios importantes no Oscar e fizeram bilheterias milionárias. Neste caminho, a Fox fez de tudo com os seus heróis (de bom e de ruim) enquanto a Marvel se expandia ao infinito no cinema. Quando a Fox foi comprada pela Disney e a Marvel ficou mais próxima dos seus heróis Mutantes as pessoas não se deram conta de que os filmes que estavam em produção sofreriam um bocado (Novos Mutantes vive sendo refeito e adiado). Nesta esteira X-Men: Fênix Negra do  estreante Simon Kinberg (que está envolvido com a franquia desde 2006) teve a estreia adiada e precisou ser refeito porque sua trama apresentava semelhança com outros filmes de heróis que foram lançados neste ano (até Michael Fassbender brincou que tinham espiões nas filmagens - e se você viu o filme identificou fácil os filmes que "copiaram" ideias daqui).  Ou seja, o filme perdeu o seu momento - e ainda tem a missão ingrata de suceder o mal-resolvido X-Men: Apocalipse (2016), o pior da franquia mutante. X-Men segue ainda a sua cartilha, não existem as piadinhas da Marvel, as baixarias de Deadpool ou não existe a vontade de agradar da nova fase da DC e o que vemos é um grupo de heróis que se despede do cinema a contragosto. Fica evidente que a história cria escopo para novos filmes, acontece uma crítica à postura do Professor Charles Xavier (James McAvoy), uma mudança na postura do domesticado Fera (Nicholas Hoult) e uma nova crise no relacionamento com Magneto (Michael Fassbender), tudo isso por conta de Jean Grey (Sophie Turner) ficar com poderes ilimitados após uma missão no espaço (que desperta até a cobiça de uma raça alienígena pouco amistosa liderada por Jessica Chastain). Ao colocar em discussão o papel dos X-Men no mundo, o filme se tornam mais sombrio e pesaroso, mas se torna apressado em sua necessidade de se tornar uma despedida. O filme não é perfeito, mas fica evidente que os filmes mutantes seguiriam outro caminho nos próximos anos investindo no desenvolvimento mais elaborado dos personagens que sempre eram coadjuvantes. Os efeitos especiais são interessantes, a trilha sonora é tensa e as cenas de ação são boas, mas insisto que Fênix Negra sofre por ter o estilo de outro tempo e ainda tem que se esquivar de X-Men: O Confronto Final (2006) que também bebeu na fonte da Fênix. Este é o fim melancólico de um legado, mas ele termina triste por não termos visto o pleno desenvolvimento dos personagens juvenis como Noturno (Kodi Smit-McPhee), Tempestade (Alexandra Shipp) e Ciclope (Tye Sheridan). Sheridan fez até fez um apelo pelo grupo de jovens atores dizendo que a Marvel poderia aproveitá-los na nova fase, mas provavelmente será ignorado. 

Ciclope, Xavier, Noturno e Tempestade: indo para a Marvel. 

X-Men: Fênix Negra (X-Men: Fênix Negra / EUA -2019) de Simon Kinberg com Sophie Turner, James McAvoy, Jennifer  Lawrence, Michael Fassbender, Jessica Chastain, Tye Sheridan, Alexandra Shipp, Nicholas Hoult e Kodi Smit McPhee. ☻☻ 

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