domingo, 31 de outubro de 2021

#FDS Halloween: A Mansão

 
Barbara: intenções desperdiçadas. 

Para terminar o #Fim de Semana eu assisti um filme que acaba de chegar no Prime Video. Confesso que me animei de ver o primeiro por conta da presença da veterana Barbara Hershey, uma das atrizes mais interessantes (e subestimadas de Hollywood), indicada somente uma vez ao Oscar (de coadjuvante por Retrato de Uma Mulher/1996) e considerada duas vezes a melhor atriz no Festival de Cannes (por Gente Diferente/1987  e Um Mundo à Parte/1988), a atriz teve seu último papel relevante no cinema em Cisne Negro (2010), filme que parece ter lhe aberto as portas para os filmes de terror, seja na franquia Sobrenatural, da qual participa de dois filmes ou em séries de TV (ela era a melhor coisa da malfadada Damien/2015). Aos 73 anos, Barbara já enfrentou dias melhores na carreira, mas ainda consegue ser o melhor motivo para vermos um filme como A Mansão, um dos lançamentos irregulares da parceira da Blumhouse com o Prime Video. A atriz vive Judith, uma ex-bailarina plenamente consciente dos efeitos da idade em seu corpo, mas física e mentalmente capaz de cuidar de si mesma. Após um episódio em uma festa de família, ela considera que é melhor internar-se em uma casa de repouso para ter maiores cuidados. A filha concorda na hora, mas o neto (Nicholas Alexander) não gosta da ideia, já que não consegue perceber a necessidade da avó ir para um lugar daqueles. Embora Judith faça amigos no lugar, ela percebe que alguns hóspedes possuem uma situação bastante complicada, mas, ainda assim, considera que a equipe do local por vezes exagera no tratamento - especialmente quando começam a força-la a tomar remédios para dormir. Não demora para que ela comece a ter visões estranhas e fique mais atenta aos alertas de idosos do local que ninguém leva a sério. Com o talento e profissionalismo de sua atriz, por vezes A Mansão parece que irá desenvolver uma trama interessante sobre a forma como os idosos são vistos e tratados na sociedade obcecada pela juventude (o que poderia ser um ponto ainda mais aprofundado no final do filme). Muitas vezes considerados incapazes e tratados de forma infantilizada, existem vários diálogos que deixam claro o desconforto da protagonista com a mudança na forma como é vista e tratada, ao ponto de suas vontades e  observações sobre o que está acontecendo naquele lugar serem completamente  ignoradas. Pena que o filme não aprofunda estas questões e quando se aproxima do desfecho opte por soluções apressadas que fazem até a surpresa do final perder o impacto, afinal, a ambiguidade que era anunciada até a metade se perde logo depois. A impressão é que lá pelo meio do caminho o orçamento ficou curto e resolveram terminar logo com as gravações, desperdiçando não apenas a ótima atriz que topou a empreitada como a ideia promissora também.

A Mansão (The Manor / EUA - 2021) de Axelle Carolyn com Barbara Hershey, Bruce Davison, Fran Bennett, Nicholas Alexander e Jill Larson. ☻☻

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