Nascido no Canadá em 1967, Denis Villeneuve caiu nas graças de Hollywood na última década após chamar atenção com seus dramas inventivos. Esta lista relembra os dez filmes que o diretor fez até agora de acordo com a minha ordem de preferência (e, confesso, que fiquei surpreso com a cotação de alguns filmes que aparecem no blog). Vale ressaltar que está lista é totalmente subjetiva, o que não impede que você discorde e tenha a sua ordem preferencial (se puder escrever a sua nos comentários, eu agradeço). Segue a lista por ordem de favoritismo e, ironicamente, começando do início da carreira do moço...
Começando os trabalho após dirigir curtas e vídeos, Villeneuve constrói uma comédia romântica diferente com toques surreais (a começar pelo título) sobre um casal que se ama mutuamente de forma platônica. Tendo início em um acidente (e estendendo o mês de agosto até que as coisas se resolvam) é uma obra que serve mais pela curiosidade acerca da estreia de Denis.
Sucesso de bilheteria e de crítica, o filme foi o segundo projeto de Villeneuve em Hollywood. O curioso é que apesar de ser um filme sobre combate ao tráfico de drogas, o cineasta utiliza caminhos inesperados em sua execução - a começar por colocar Emily Blunt como protagonista para aos poucos dar cada vez menos destaque à sua personagem. O resultado foi o filme ter ganho três indicações técnias ao Oscar uma sequência sem Emily e sem Villeneuve.
Nesta segunda obra o diretor começou a refinar sua estética e a buscar os sentimentos difíceis de seus personagens no decorrer da trama. Questões como morte, culpa e redenção são os elementos que compõem o relacionamento da modelo Bibi Champagne (Marie-Jozée Croze) e Evian (Jean Nicolas Varreault). Se o filme parece comum para você, acrescente a ideia de que ele narrado por um peixe...
Sou daqueles que dão crédito à versão cinematográfica do cineasta para a obra de Frank Herbert - na esperança de que o melhor ainda está por vir na sequência prometida para 2023. Aqui, Villeneuve tem mais uma vez a chance de construir um mundo para seus personagens e constrói momentos impressionantes e outros de puro didatismo sobre a obra adaptada. Que venha a segunda parte.
Baseado na obra de José Saramago, este deve ser o filme mais enigmático do diretor. Contando a história de um homem que se depara com seu duplo e as situações que colocam em dúvida suas escolhas e a própria identidade, o filme se desenvolve lentamente na sobreposição dos dois personagens (no que muitos consideram uma alegoria sobre o adultério). Agora... explica aquela aranha!
Jake Gyllenhaal gostou tanto de trabalhar com o diretor nas ambiguidades que este filme reserva que acabou trabalhando com ele novamente em seguida. Jake vive um policial que investiga o sequestro de duas meninas e, junto ao pai de uma delas (vivido por Hugh Jackman), irá ultrapassar os limites entre justiça, crime e vingança. Um filme bastante tenso e provocador, mas que talvez seja o mais convencional do diretor.
O terceiro filme de Villeneuve deve estar entre os mais assustadores que já assisti. Ao reproduzir uma tragédia em uma escola em Montreal no Canadá em 1989, Villeneuve tenta desvendar um pouco da psique do responsável pelo massacre (e revela elementos assustadores). A narrativa multifacetada, apresentando o fato pela ótica de outros personagens, promove um resultado ainda mais impressionante.
Apesar de muita gente lembrar desta produção como o filme que não rendeu aquela merecida indicação ao Oscar para Amy Adams, o filme tem o mérito de desviar o foco da ficção científica para outro lado. É verdade que a ideia do Tio Sam de resolver tudo com uma guerra está lá, mas perde espaço para a ideia de que comunicar-se com o que lhe parece estranho ser uma experiência bastante reveladora.
Depois dos elogios e prêmios de Politécnica, Villeneuve foi parar no Oscar com sua adaptação para a aclamada peça de Wajdi Mouawad (mas inacreditavelmente perdeu a estatueta de filme estrangeiro para o xaroposo Num Mundo Melhor). A trama conta a história de dois irmãos que se deparam com um segredo inusitado da mãe em seu testamento. O fato os levará ao contato com uma realidade que nunca imaginaram e revelará um passado doloroso para toda a família. Um filme surpreendente.
Podem me tacar pedra, mas eu adoro a continuação feita para o clássico de Ridley Scott pelas mãos de Villeneuve. Acho genial a forma como ele amplia aquele universo e constrói uma sequência original e plenamente conectada ao original que insere o investigador K (Ryan Gosling) plenamente conectado à mitologia da obra de Phillip K. Dick. Além disso, tem aquelas cenas que fazem os fãs de Deckard e Rachel ficarem presos na cadeira... o filme é tão fiel ao original que fracassou nas bilheterias (tal e qual o filme de 1982). Um novo clássico!
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