sábado, 30 de outubro de 2021

#FDS Halloween: Maligno

 
Anabelle Wallis: um assassino sempre por perto. 

Descendente de chineses malasianos, James Wan se tornou um dos nomes mais rentáveis quando o assunto é filmes de terror. Afinal, ele está envolvido com as duas franquias mais rentáveis do gênero no século XXI. Foi ele que concebeu a atmosfera de Jogos Mortais em seu curta de 2003 para no ano seguinte inaugurar a franquia. Quando o filme rendeu várias sequências ao longa da década, Wan já se firmava não apenas como diretor mas também produtor e roteirista no cinema e na televisão. Em 2008 inaugurou outra franquia milionária com Sobrenatural que criou toda uma seara de spin offs isnpirado em seus artefatos amaldiçoados e nas desventuras do caçador de assombração Josh Lambert (Patrick Wilson). Caído nas graças dos estúdios por sua inventividade, orçamentos baixos e grandes retornos de bilheteria, Wan acabou dirigindo até um filme de super-herói, o Aquaman (2018) - que tem a continuação anunciada para o ano que vem. Entre um e outro o diretor trabalhou em Maligno, filme que visa trazer algo completamente novo para o gênero, mas que enfrentou problemas com a produção e a distribuição em tempos de pandemia. Acabou lançado de forma bastante discreta e agora está disponível no HBO MAX (que criou até uma cinelist dedicada ao diretor chamado Hallo-Wan). De fato, Maligno está sempre na busca de trazer algo novo e surpreender o espectador, ao ponto de sua primeira hora parecer uma grande confusão enquanto a plateia tenta entender o que está acontecendo. A introdução não deixa muito claro do que estamos prestes a ver, não sabemos se é um monstro, um alienígena, uma pessoa com deformações, uma assombração... sua real protagonista, Madison (Annabelle Wallis), mulher que enfrenta dificuldades para ter filhos e enfrenta dificuldades com o esposo agressivo (Jake Abel). Eis que após uma briga, o esposo é assassinado por uma criatura sombria e este é só o início de uma sucessão de mortes sem explicação que parecem ter relação com Madison. Aos poucos a história da personagem começa a ter ligação com as mortes - e o fato de ter sido adotada e ter sua origem desconhecida, faz com que a família de Madison e a polícia comecem a investigar o passado da protagonista. Como eu já disse anteriormente, Wan cria uma verdadeira bagunça no início para confundir o espectador com todas as possibilidades que a trama oferece, para aos poucos filtrar as pistas e criar uma relação bastante incomum entre a mocinha e o assassino da história. Depois da primeira hora Maligno entra nos eixos e  oferece explicações tão mirabolantes que é impossível ficar indiferente, especialmente quando o vilão da história se revela e aquele arrepio é inevitável. Vale ressaltar que o envolvimento de Wan com os filmes da DC colaborou muito para a concepção do monstrengo que aparece por aqui, as cenas de luta protagonizadas por ele na segunda metade do filme impressionam e não fariam feio num filme de origem de um supervilão (a cena na cela é a mais memorável do filme). Se você não levar a sério e der um desconto para os momentos em que o filme se enrola nas próprias intenções, a produção pode ser bastante interessante em sua busca por originalidade.

Maligno (Malignant / EUA -2021) de James Wan com Annabelle Wallis, Maddie Hasson, George Young, Michole Briana White, Susanna Thompson e Jake Abel. ☻☻

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