Com Noé colocando a tolerância dos religiosos para ferver não há como não lembrar de outros filmes que deram o que falar ao abordar personagens religiosos. Em 2014 parece que filmes religiosos estão em alta, depois de Russell Crowe construir a arca sob a batuta de Darren Aronofsky, em breve, Christian Bale irá guiar os hebreus rumo à terra prometida em Exodus, novo longa de Ridley Scott. Bale já interpretou Jesus num filme para a TV em 1999 e em dezembro chegará às telas na pele de Moisés. Será que a polêmica irá prejudicar suas investidas na temporada de ouro? A seguir cinco filme que ficaram famosos pelas polêmicas e bilheterias milionárias.
05 O Código DaVinci (2006) Esse deve ser o filme mais insosso da lista, sempre fico pensando qual seria o tamanho de seu sucesso se não fosse toda a polêmica que ronda o livro de Dan Brown. O filme risca a trilha de pólvora com a premissa de que Jesus Cristo tinha um caso com Maria Madalena e deixou sua descendência sobre a Terra. O problema é que a narrativa cheia de segredos, suspeitas e tiro n'água de Brown pode até funcionar num livro, mas num longa metragem tudo soa covarde demais. Apesar da bilheteria abençoada, o diretor Ron Howard, o astro Tom Hanks (na pele do pesquisador Robert Langdon) e a francesa Audrey Tautou ainda não se recuperaram desse pastel de vento em suas carreiras.
04 Jesus Cristo Superstar (1973) Baseado no álbum conceitual de Andrew Lloyd Weber e Tim Rice, além do motivador sucesso na Broadway, o filme de Norman Jewison conta os últimos dias da vida de Cristo (vivido por Ted Neeley) de uma forma anacrônica através dos olhos de Judas (Carl Anderson). Lançado em 1973, o filme ambienta a jornada de Cristo por Jerusalém até sua crucificação em meio a gírias, alusões políticas e comportamentais da época em que a cultura hippie estava no auge. Quem embarcou na brincadeira gostou da ideia, mas a ambiguidade em torno de Cristo não agradou muita gente - ainda assim o filme ganhou aura cult com o passar dos anos.
03 A Paixão de Cristo (2004) Não são poucos os que consideram que o diretor Mel Gibson exagerou nas tintas violentas ao contar a passagem bíblica nas telonas. Se Gibson radicalizou ao fazer seu elenco falar em aramaico, a coisa ficou mais pesada com a violência realista empregada no filme. Jim Caviezel está mais do que convincente na pele de Jesus, talvez por isso cada chibatada, jorro de sangue ou pedaço de pele que solta de seu corpo doeu ainda mais na plateia. O Evangelho Hardcore de Mel Gibson faturou milhões ao redor do mundo, mas deixou muita gente chocada com o tom agressivamente épico de sua narrativa.
02 A Vida de Brian (1979) A mistura de comédia com religião costuma ser explosiva, mas o grupo Monty Python foi esperto ao contar a história de um homem judeu chamado Brian Cohen (Graham Chapman) que nasceu no dia de Natal e se alia a grupos de luta contra os romanos... e que é confundido com Jesus! Considerado o Messias ele é perseguido, cultuado e crucificado. O tom de palhaçada não evitou que os mais conservadores vissem no filme uma grande blasfêmia (ainda que a vida de Brian fosse mostrada paralelamente à vida do verdadeiro Messias). Ainda assim, o filme é considerado um dos melhores longas de todos os tempos.
01 A Última Tentação de Cristo (1988) Se você achava que a história do affair entre Cristo e Madalena é uma novidade, você precisa conhecer este polêmico filme de Martin Scorsese que humaniza a história do Messias. Apresentando Cristo como um homem de inseguranças, desejos e falhas, o longa mexeu num verdadeiro vespeiro. Apesar de lançado em 1988, a trama foi escrita em 1951 pelo grego Nikos Kazantzákis num controverso romance. Willem Dafoe encarna Jesus, Barbara Hershey era a tentadora Madalena (pelo papel, Hershey foi indicada ao Globo de Ouro) e Harvey Keitel encarna Judas. Apesar de tanta polêmica, Scorsese faz um filme solene e até respeitoso que lhe rendeu a única indicação do filme ao Oscar: melhor diretor. Mexe com quem tá quieto...
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