Xavier e seus mutantes: contra o vilão mais chato de todos os tempos!
Acho que num futuro próximo X-Men: Apocalypse será visto como o filme menos querido da franquia mutante. Só a expectativa gerada já é um grande problema para o filme, afinal ele fecha o segundo ciclo de aventuras dos heróis no cinema. A primeira trilogia já havia tropeçado em sua terceira parte quando Bryan Singer havia deixado o posto de diretor. Sorte que depois Matthew Vaughn assumiu o posto e entregou o que a muitos consideram o melhor filme de Xavier e sua turma. X-Men: Primeira Classe (2011) fez sucesso ao inaugurar novos parâmetros para os mutantes na telona, rejuvenescendo os personagens e mesclando à História houve um novo gás para as aventuras. Apesar do sucesso, Vaughn cedeu espaço para Singer comandar Dias de Um Futuro Esquecido (2014), que para além de ser uma continuação teve a missão de passar a limpo todos os tropeços cometidos no universo mutante. A partir dali os fãs sabiam que tudo seria possível. Conforme eram anunciados os atores que viveriam os X-Men jovens o público ficava ainda mais ansioso com que estava por vir. Nem mesmo o criticado visual do vilão Apocalypse desanimou a galera. Porém, quando o filme estreou as opiniões se dividiram. A verdade é que não há nada de errado em investir em um novo vilão, sendo este o primeiro mutante surgido muitos anos antes de Cristo. Após adormecer por vários anos, Apocalypse (Oscar Isaac sob pesada maquiagem e figurino) acorda insatisfeito com os rumos que a humanidade tomou e precisa juntar quatro cúmplices para destruir o mundo como conhecemos. Assim, ele consegue a ajuda de Tempestade (Alexandra Shipp), Arcanjo (Ben Hardy), Psylocke (Olivia Munn) e Magneto (Michael Fassbender) - que após dez anos vivendo em anonimato tem mais uma tragédia a superar. Enquanto isso, a escola do Professor Xavier (James McAvoy) ajuda jovens mutantes a lidarem com seus poderes - com destaque para sua discípula Jean (Sophie Turner) e o recém chegado Scott (Tye Sheridan), ao time ainda irão se juntar Kurt (Kodi Smith McPhee), Peter (Evan Peters) além de Mística (Jennifer Lawrence) que passou a ser cultuada como heroína (quem diria) após salvar o presidente no final do filme anterior. Singer e os roteiristas tem o enorme desafio de conjugar mais de uma dezena de personagens durante o filme com algum equilíbrio (e criar a base para a próxima fase do X-Men na telona, já que McAvoy, J.Law e Fassbender já anunciaram que este foi o último a contar com eles). Se a plateia já tem carinho de sobra pelos mutantes, o filme decepciona por perder tempo demais com Apocalipse recrutando seus cavaleiros e discursando incansavelmente contra a humanidade (e as limitações impostas para a atuação de Oscar Isaac prejudicam muito a dinâmica do personagem que torna-se um chato de armadura), o filme ainda cansa por explicar personagens que já conhecemos muito bem e, além de tudo isso, depois de cinco filmes com heróis mutantes, dois longas de Wolverine e ainda o recente Deadpool, não fique surpreso se você achar que está tudo um pouco bagunçado na linha do tempo dos personagens depois que o Futuro Esquecido zerou tudo que existiu antes dele. Por conta disso, X-Men Apocalipse não fecha as ideias de uma trilogia, mas apresenta-se como a primeira parte de uma nova saga mutante, uma espécie de introdução para o que parece ser mais interessante do que o resultado alcançado neste aqui. Ainda que não seja ruim, o resultado perde muito ao deixar de lado os dilemas políticos que fazem dos mutantes mais interessantes que a maioria dos heróis. Optando por ser menos sombrio e mais colorido (afinal o filme se passa nos anos 1980), ao menos Singer escolheu um ótimo elenco jovem que não decepciona para protagonizar os próximos filmes.
X-Me: Apocalipse (X-Men: Apocalypse/EUA-2016) de Bryan Singer com James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Oscar Isaac, Rose Byrne, Sophie Turner, Tye Sheridan, Evan Peters, Kodi Smith McPhee, Alexandra Shipp, Olivia Munn e Nicholas Hoult. ☻☻
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