sexta-feira, 3 de junho de 2011

CATÁLOGO: Trilogia X-MEN


X1: Inspirado em Luther King e Malcolm X.

Bryan Singer tinha dois filmes de respeito no currículo (Os Suspeitos/1995 e O Aprendiz/1998) quando topou dirigir a adaptação dos mutantes da Marvel para a telona. Uma decisão que até eu estranhei, já que ao contrário de hoje, os filmes de super-heróis eram projetos muito arriscados depois da lambança que Joel Shumacher fez com Batman & Robin (1997). Quando colocaram os olhos na primeira aventura cinematográfica de X-Men (2000) perceberam que Singer colocava os filmes baseados em HQ em outro parâmetro. Marcado pelo realismo e um roteiro sólido o princípio do diretor nortearia o trabalho de outros que se aventurassem pelo gênero (incluindo Chris Nolan e seu Batman), ou seja,  não fazer uma adaptação de  HQ, mas uma obra cinematográfica. Trocando em miúdos, o cara respeita a obra em que se inspira, mas toma liberdade de alterar alguns aspectos para que a história tenha maior fluência enquanto cinema - afinal, são linguagens artísticas bem diferentes. O grande acerto de Bryan e seus parceiros no roteiro foi construir toda a trama em torno do preconceito contra os mutantes (sujeitos com desajustes genéticos que possuem características especiais) usando uma analogia com um fato histórico: a Segunda Guerra Mundial. E neste ponto obscuro da história que conhecemos o jovem Magneto que teme que aquela situação se repita. Este temor o colocará em oposição aos anseios de Charles Xavier e o futuro irá se encarregar de colocar Magneto (Ian McKellen, ótimo como sempre) e Patrick Stewart (Patrick Stewart) em lados opostos na busca de um mesmo interesse. Enquanto o primeiro é a favor da violência na defesa dos mutantes, o segundo é um pacifista que acredita na convivência entre mutantes e seres ditos "normais" numa sociedade mais justa. No filme essa disputa serve de pano de fundo para as intrigas políticas em torno da rejeição dos mutantes. Enquanto Magneto tem seus seguidores em planos que beiram o terrorismo (destaque para a estonteante Mística de Rebecca Romjin-Stamos), Xavier possui uma escola para jovens com poderes especiais com "professores" do porte de Ciclope (James Marsden), Tempestade (Halle Berry) e Jean Grey (Famke Janssen) que estão prestes a receber dois mutantes novos. Um deles é Vampira (Anna Paquin) capaz de drenar a energia vital de quem tocar, o outro é o arisco Wolverine (o então desconhecido Hugh Jackman, o grande achado do filme). A esta altura não precisa dizer que o australiano Jackman rouba o filme em meio ao plano de Magneto de tranformar todos em mutantes. O filme foi criticado pro ser didático demais na apresentação de seus personagens e por ser curto (pouco mais de noventa minutos), mas o estúdio (FOX) não queria se arriscar. No fim das contas o resultado é enxuto, competente e elogiado por driblar brilhantemente o maniqueísmo que gira em torno desse tipo de produção. É difícil identificar quem é mocinho ou vilão no filme. Se Xavier tem seus fãs seguidores, o mesmo pode se dizer de Magneto - e isso torna o filme ainda mais interessante. 
  
X2: filme anabolizado na melhor aventura mutante.

Na segunda aventura mutante o orçamento ganhou uma anabolizada, o filme ganhou mais tempo de duração e tudo ficou ainda melhor. Em X2 (2003), Singer volta para a direção e aprofunda ainda mais os conflitos entre o governo e os mutantes. Se Magneto (McKellen) e Mística (Rebecca) ainda estão no elenco, desta vez eles estão longe de ser os vilões da trama. O posto fica para Willian Striker (Bryan Cox) que possui planos de invadir a mansão de Xavier (Stewart) e prender quantos mutantes puder. Striker ainda possui uma ligação com o passado misterioso de Wolverine (Jackman) e um rejeitado filho mutante que será peça fundamental em sua caça. O filme serviu para aprofundar vários traços do primeiro filme: a amizade ente Xavier (Stewart) e Magneto, a cumplicidade entre Magneto e Mística, o relacionamento entre Vampira (Paquin) e Bob/Homem de Gelo (Shawn Ashmore), a tensão sexual entre Jean (Jamssen), Cyclope (Marsden) e  Wolverine, além do eixo principal que é a proximidade da guerra entre homo-superior (mutantes) e o resto da humanidade. Como se pode perceber assunto é o que não falta para desenvolver e Singer consegue manter um ritmo impecável na narrativa - o único problema no desenvolvimento dos personagens é o foco religioso que é posto entre Tempestade (Berry, já com o Oscar na estante) e Noturno (Alan Cumming, que resulta bem menos descolado que nos quadrinhos), a religiosidade presente nos diálogos dos dois é pouco mais do que rasteira. Mas ainda bem que X-Men não é filme religioso... por conta de Striker a galera de Xavier e de Magneto irão lutar juntos para a não extinção dos mutantes e o resultado é ainda melhor que o primeiro filme. No meio do caminho o pacifismo de Xavier e a agressividade de Magneto tem até um soldado a disputar: Pyro (Aaron Stanford), que ainda coloca um pouco de fogo na relação de Vampira e Bob. O ápice do filme é uma baixa que promete uma mudança radical na vida dos X-Men. Os dois filmes se mostramservem uma boa estrutura para a terceira aventura dos mutantes na telona: X-Men - O Confronto Final (2007) que  volta com o mesmo elenco e roteiro esperto pautado na Fênix Negra (Famke Janssen) - a identidade obscura de Jean Grey que ressurge das cinzas. O problema maior do filme foi Bryan Singer ter topado dirigir Superman Returns (2006) para Warner e a Fox (talvez por ciúme) o riscou da direção. Quem ficou no seu lugar foi Brett Ratner (que não tem metade do estilo de Singer) que faz o que pode  em suas limitações autorais. O resultado é um fechamento coerente com o arco narrativo da trilogia, mas que não possui o mesmo estilo  e tudo parece descambar fica a um passo do melodrama. Prova disso é o romance rasgado entre Wolverine e Jean. Entre mortos e feridos na trama que gira em torno de uma "cura" para mutantes,  novos personagens aparecem - o Fera (Kelsey Grammer), Anjo (Ben Foster, no seu único papel de rapaz bonzinho), Leach - a cura em pessoa (Camreon Bright) entre outros. Alguns ganham destaque como Lince Negra (Ellen Page, antes de virar estrela) e  Colossus (Daniel Cudmore). O filme comprovou a teoria de que cada filme da trilogia mutante potencializava a bilheteria do seguinte - de forma que este foi o maior sucesso dos mutantes nas telas e deixou a FOX com um dilema: negociar o cachê e a agenda de todos os astros do filme (e seguir a mesma linha) ou arriscar um novo caminho de sua franquia milionária.

 X3: Wolverine e Jean aproveitam a ausência de Bryan Singer.

X-Men:  O Filme (X-Men - The Movie/EUA- 2000) de Bryan Singer com Hugh Jackman, Ian McKellen, Patrick Stewart, Famke Janssen, Jamer Marsden, Halle Berry, Anna Paquin, Bruce Davison e Rebecca Romjin-Stamos. ☻☻☻

 X-Men 2 (X2: X-Men United/EUA-2003) de Bryan Singer com Hugh Jackman, Ian McKellen, Patrick Stewart, Rebecca Romjin-Stamos, Bryan Cox, Famke Janssen, Allan Cumming, Shawn Ashmore, Halle Berry, Anna Paquin, Aaron Stanford. ☻☻☻☻

X-Men: O Confronto Final (X-Men: The Last Stand/EUA-2007) de Brett Ratner com Hugh Jackman, Famke Janssen, Halle Berry, Ian McKellen, Patrick Stewart, Rebecca Romjin-Stamos, Shawn Ashmore, Anna Paquin, Aaron Stanford, Ellen Page, Ben Foster, Cameron Bright e Shooreh Aghdashloo. ☻☻☻

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