GLOW: aventuras dentro e fora do cassino.
The Gorgeous Ladies of Wrestling chegaram à sua terceira temporada na Netflix e muita coisa mudou desde que o programa estreou. Se no início o tom de zoeira tomava conta, na segunda temporada o programa indicava começar a levar suas lutadoras cada vez mais a sério fora do ringue. Esta nova temporada explora pouco as batalhas surreais de suas estrelas e mergulha mais em suas vidas pessoais. Depois de todas as dificuldades que enfrentaram nas temporadas anteriores, agora as garotas estão com um show fixo em um Cassino de Las Vegas, o que ajudou muito a não terem mais a incerteza do pagamento no final do mês. No entanto, o peso do sucesso começa a ter efeitos colaterais em suas vidas: Tammé (Kia Stevens) começa a sentir o peso da idade nas lutas que enfrenta toda noite, Rhonda (Kate Nash) começa a perceber que seu casamento com o produtor Bash Howard (Chris Lowell) tem um pequeno imprevisto por conta dos gostos do rapaz, Jenny (Ellen Wong) começa a se sentir desconfortável com os estereótipos que o programa explora... dramas pessoais é o que não falta nesta temporada. Alguns são tratados com graça, outros com ousadia e até melancolia, mas sempre com respeito pelas personagens que já conquistaram o público desde a primeira temporada. No entanto, o centro da narrativa parece não ser mais Ruth (Alisson Brie) que sofre agora para manter um relacionamento à distância enquanto se descobre cada vez mais interessada pelo diretor Sam Sylvia (Marc Maron) - que está às voltas com o primeiro roteiro escrito por sua filha. O destaque maior está com Debbie Eagan (Betty Gilpin) que de estrela se tornou produtora e agora parece disposta a mudar com as oportunidades que a vida coloca em seu caminho (mas com um pouco de receio pela distância que está do filho pequeno). A cada episódio Glow demonstra que está amadurecendo em meio ao humor multicolorido e cede cada vez mais para abordagem de temas GLSBTQ (a sexualidade de alguns personagens, o fantasma da AIDS nos anos 1980, drag queens e Liza Minelli...). Caminhando para um caminho mais sério em seus dramas, senti falta daquele frescor que a série trazia com os enredos alucinados das lutas - aqui o ringue de mentirinha só recebe devido destaque em dois momentos, numa noite em que as atrizes mudam de personagens e num especial de natal. Amadurecer drenou um pouco da graça do programa e, embora não alcance toda a profundidade que deseja, aponta caminhos que podem ser interessantes no futuro. Sobre as novas aquisições do elenco, os destaques são Geena Davis como a gerente esperta do Cassino em que as moças se apresentam e Kevin Cahoon como uma drag queen ladra de cenas. Aos fãs fica um certo aperto no coração com o desfecho da temporada e a impressão de que a irmandade Glow está prestes a ruir no auge. Aguardem os próximos capítulos.
Glow - 3ª Temporada (EUA-2019) de Liz Flahive, Carly Mensch com Alison Brie, Betty Gilpin, Marc Maron, Sydelle Noel, Kate Nash, Britney Young, Gayle Rankin, Kia Stevens, Chris Lowell e Jackie Tohn. ☻☻☻
Nenhum comentário:
Postar um comentário