sábado, 10 de setembro de 2011

KLÁSSIQO: Ensina-me a Viver

Curt e Ruth: química inusitada em 40 de um clássico.

Clássico que se preze não envelhece! Melhor ainda, quando assistimos ficamos imaginando o escândalo que foi assistir aquele filme em décadas longínquas! Ensina-me a Viver está completanto 40 anos e o mais engraçado é que não envelheceu! Não estou me referindo às roupas ou penteados (que ficariam bem até em uma produção de época de hoje em dia), mas à sua essência trasngressora que deve causar calafrios até hoje nos mais conservadores. O diretor Hal Ashby deixa tudo em seu devido lugar (até mesmo as canções de Cat Stevens que dialogam com os personagens) nesta comédia de humor negro  que vez por outra ganha uma nova versão no teatro. O filme conta a história de Harold (Bud Cort, com pinta de moleque aos 23 anos), um rapaz problemático de 20 anos que se diverte fingindo suicídios diante da mãe ricaça  (enforcamento, afogamento, tiros, mutilação...) e visitando enterros de desconhecidos. Essa identificação com a morte vem do fato que sua vida é quase um sepultamento, exemplo disso é a cena em que a mãe pretende arranjar-lhe uma esposa e ao preencher uma ficha de cadastro para uma agência casamenteira ela decide as respostas dele. A vida de Harold poderia se arrastar até o dia de seu funeral, mas ele conhece Maude (Ruth Gordon, também famosa como a vizinha satanista de O Bebê de Rosemary/1969)  uma senhora de 79 anos e muita energia (às vezes até demais). Entre as travessuras de Maude se enquadra pegar carros de outras pessoas (isso sem carteira de motorista), o sequestro de uma árvore entre outras aventuras. Maude ensina Harold que a vida não precisa ser levada tão a sério e que ficar remoendo suas mazelas não ajuda. Mas, aos poucos percebemos que Maude também teve seus momentos tristes (uma inscrição em sua pele demonstra que esteve em campos de concentração). Curioso como Ashby consegue imprimir na história um tom realista que vez por outra flerta com o surreal e o imaginário - por vezes tudo parece uma grande fantasia, mas o filme tudo está de fato acontecendo -  mesmo quando descobrimos que Harold considera a amiga idosa muito mais interessante que as pretendentes que assombra nos encontros organizados por sua mãe (com direito até a arakiri no tapete do escritório). com o tempo é inevitável que Harold e Maude tenham uma noite de amor. O filme não faz escândalo com a cena, sendo simples e eficaz (e a ideia de Harold menos menino e mais homem funciona muito bem). Não é novidade que Harold & Maude não fez muito sucesso em seu lançamento, mas ao longo do tempo foi colecionando admiradores fiéis. O melhor de tudo é que aos 40 anos, o filme permanece mais moderno e inovador do que algumas comédias recentes.

Ensina-me a Viver (Harold & Maude/EUA-1971) de Hal Ashby com Ruth Gordon, Bud Cort e Vivian Pickles. ☻☻☻☻

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