Não deve ser fácil carregar um sobrenome como Watts, afinal, nos lembra energia, choque elétrico, luzes de tudo mais. Sorte que Naomi Ellen Watts consegue carregar um nome desses em grandes problemas. Claro que houve um tempo que ela era apenas mais uma atriz querendo aparecer em bons filmes à altura de seu talento, mas Naomi ainda é um caso curioso que precisou apenas de um longa de sucesso para ser colocada entre as melhores atrizes de Hollywood. Naomi nasceu na Inglaterra em 1968 e a vida familiar da loura não foi fácil, seus pais se separaram quando tinha apenas quatro anos e o pai faleceu quatro anos depois. Seu pai era engenheiro de som do Pink Floyd e sua mãe era um hippie meio destrambelhada que tinha a ideia fixa de dar a guarda de Naomi e seu irmão para os avós. Aos quatorze anos Naomi foi morar em Sidney, onde começou a fazer cursos de interpretação e conheceu sua melhor amiga, Nicole Kidman. Aos 18 anos se aventurou numa mal fadada carreira de modelo, a qual a atriz quer esquecer até hoje. Enquanto a carreira de atriz não deslanchava trabalhou no comércio e depois com um editor de revistas de moda - além de dedicar-se ao judô (esporte pelo qual chegou a participar de alguns campeonatos). Quando a vida artística voltou aos eixos foi para uma participação em filmes pouco conhecidos como For love alone (1986), Flertando (1990) e séries de TV. Do seu período de anonimato os filmes mais conhecidos são (o legal) Matinee (1993), Tank Girl (1995) e a voz usada em Babe 2 (1998). Mas, quando Naomi foi escalada para trabalhar com David Lynch em Mullholand Drive (1999) que as coisas mudaram de rumo. Está certo que MD era uma série de TV que acabou rejeitada, engavetada, reciclada e lançada só em 2001 com prêmios em Cannes e indicações a prêmios importantes como o Oscar. Mullholand Drive virou Cidade dos Sonhos e deu ao mundo uma atriz capaz de tirar o fôlego da plateia sobre o efeito da mente criativa de Lynch. O filme se tornou sucesso mundial e colocou Naomi no páreo pelos grandes papéis. Ela não parou mais, enfileirando o sucesso O Chamado (2002), o namoro com Heath Ledger nas filmagens de Ned Kelly (2003), trabalho com James Ivory em À Francesa (2003) e a consagração deifinitiva com 21 Gramas de Alejandro Gonzalez Iñarritú no mesmo ano. Este último lhe rendeu o prêmio de atriz em Veneza e sua merecida primeira indicação ao Oscar. Naomi ainda ganhou espaço em produções independentes como na troca de casais de Tentação (2004), a participação especial em O assassinato de um presidente (2004) e exercitou seu lado cômico em Huckabees (2004) e Elle Parker (2005) - onde reviveu a personagem de um curta de 2001. Enfileirando vários projetos por ano ela ainda arranjou tempo para a continuação de O Chamado, ser a musa do King Kong de Peter Jackson e uma das peças de A Passagem de Marc Foster - tudo isso em 2005. Workaholic assumida, ela diminuiu o ritmo em 2006, fazendo a voz de um dos coelhos do novo filme de David Lynch, Império dos Sonhos e tentou uma vaga no Oscar com O Despertar de uma Paixão. Se os prêmios ignoraram sua atuação, pelo menos nas filmagens ela conheceu o esposo Liev Schreiber, com quem está junto há seis anos. Depois do casamento, a atriz diminuiu o ritmo para dar conta das duas vezes em que engravidou (que gerou Alexander Pete em 2007 e Samuel em 2008), mas ainda assim arranjou tempo para atuar no remake de Violência Gratuita (2007) de Michael Haneke e o badalado Senhores do Crime (2007) de David Cronenberg, que vivem dizendo que terá uma continuação. Em 2009, com outra gravidez no currículo, sua partipação em Trama Internacional de Tom Tykwer foi modesta, mas não atrapalhou seu vigor no maternal Destinos Ligados de Rodrigo Garcia. Ano passado, Naomi quase trabalhou com Nicole Kidman em Você vai conhecer o homem dos seus sonhos (2010) de Woody Allen, mas Nic acabou desistindo do papel por problemas de agenda. O filme de Allen foi exibido em Cannes assim como Jogo de Poder (2010), mas nenhum deles fez o sucesso esperado. Este ano, Naomi está em três filmes inéditos por aqui: A Casa dos Sonhos (ao lado do casal Rachel Weisz e Daniel Craig), The Ipossible (com Ewan McGregor) e o ambicioso J. Edgar de Clint Eastwood estrelado por Leonardo DiCaprio, Armie Hammer e Josh Lucas, que deve figurar entre os mais cotados para o próximo Oscar. Resta cruzar os dedos...
Naomi e Liev: de amantes na tela para o "casal mais feliz de Hollywood"!
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