segunda-feira, 5 de agosto de 2013

DVD: Minha Mãe é uma Viagem

Andy e Joyce: viajando para discutir a relação. 

Seth Rogen é um comediante dos bons, mas que às vezes peca pela repetição do mesmo personagem no no cinema. Barbra Streisand é uma diva do cinema e da música há décadas, mas que precisava de um papel que demonstrasse seu poder de fogo para divertir e comover há tempos. Acho que ela gostou da experiência materna em Entrando numa Fria Maior Ainda (2004) - onde faz a mãe de Ben Stiller - e agora resolveu adotar Seth Rogen.  Minha Mãe é uma Viagem (nem vou comentar o que penso desse nome imbecil... oops) é uma comédia leve e despretensiosa, que pode não causar gargalhadas, mas que diverte o público pela forma como explora a relação entre mãe e filho que se tornaram (um pouco) distantes. Joyce (Streisand) é uma típica mãe (extremamente) zelosa que não percebeu que seu filhote cresceu. Mesmo depois dele estudar química numa faculdade distante e visitá-la somente uma vez por ano, Joyce não se deu conta de que seu garoto não é mais aquele que dependia dela para tudo. Dirigido por Anne Fletcher (do sucesso A Proposta/2009 com Sandra Bullock) o filme consegue equilibrar seu lado emocional com boas doses de humor, ainda que mais contido do que o público se acostumou nos últimos anos. Andy (Seth Rogen caprichando em uma atuação mais contida) acaba de criar um produto de limpeza orgânico chamado Cienciogênico e está apresentando o produto para possíveis compradores, mas sem muito sucesso - não porque o produto não funciona, mas por sua total falta de habilidade para vender a ideia. Numa dessas viagens de divulgação ele visita a mãe e este é o ponto de partida para que ele a convide para acompanhá-lo na jornada de venda do produto. Para conduzir a trama, está o reencontro (forçado) criado por Andy de sua mãe com um namorado da juventude (achei meio bobo que o tempo inteiro Joyce e Andy fiquem cobrando um ao outro que precisam namorar o tempo todo, mas eu já perdi a conta de quantas vezes minha mãe me cobra o casório sempre adiado), mas o plano de Andy é puro pretexto para que no caminho a dupla se meta em algumas pequenas aventuras (algumas engraçadas, outras nem tanto - como o encontro de Andy com uma ex e uma briga de bar desnecessária) enquanto aguardam o momento de colocar a relação em pratos limpos. É verdade que muito do filme depende da química de Rogen e Barbra e eles conseguem um bom resultado diante do que tem em mãos, especialmente quando Andy começa a perceber que os conselhos de sua mãe podem ainda ser úteis em sua vida profissional, ao mesmo tempo, Joyce nota que o filho não precisa dos cuidados excessivos de outrora. Talves por sua simplicidade agridoce, Minha Mãe é Uma Viagem não alcançou o sucesso esperado nos cinemas americanos - já que foi lançado junto com os pesos pesados que esperavam uma indicação ao Oscar. No entanto, foi uma maldade indicar Barbra para o Framboesa de Ouro de pior atriz - quando o estúdio esperava que ela fosse indicada ao Globo de Ouro. Barbra prova que ainda tem carisma e tem uma atuação bastante divertida.  Ainda que alguns considerem Joyce uma chata, a atriz faz o que se pede para transformar a personagem num arquétipo vitaminado de mãe zelosa. Quem não conhece uma Joyce? E um Andy? Sem querer julgar os personagens, eu tenho dificuldade de entender como uma pessoa que foi especial por tanto tempo pode ser tratada com irrelevância na vida adulta (e falo não só das mães como dos próprios filhos), o filme é de grande leveza ao explorar esse acerto de afinidades que pode ser aproveitada sem os exageros de ambos os lados.

Minha Mãe é uma Viagem (Guilt Trip/ EUA-2012) de Anne Fletcher com Seth Rogen, Barbra Streisand, Brett Cullen e Adam Scott. ☻☻☻

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