domingo, 25 de agosto de 2013

NªTV: Real Humans / A Young Doctor's Notebook / Hit & Miss

Faz tempo que estou para escrever sobre alguns programas que acompanhei esse ano, mas os dias passam e fico pensando em coisas muito elaboradas que nunca chegam ao blog. Resolvi condensar minhas considerações nesse post que serve de sugestão para pessoas que curtem séries européias:

Real Humans 

Neste semestre estreia na Suécia a segunda temporada de Real Humans. Lançada em 2012 a série criada por Lars Lunsdröm é situada num futuro onde os humanos contam com robôs feitos à sua imagem e semelhança para ajudarem nas mais variadas tarefas. Porém, se tudo fosse tranquilo não haveria motivo para escrever dez episódios na primeira temporada! Apesar de serem programados para tarefas específicas existe um grupo de hubots rebeldes que guardam um segredo que pode mudar a relação entre os homens e máquinas. Essa relação já aparece bastante desgastada, já que muitos acreditam que as máquinas ocuparam lugares que eram dos humanos, seja no trabalho ou em casa. Além de babás, governantas, operários, professores e domésticas, existem os hubots que são programados para manterem relações sexuais (e outros que não são feitos para isso, mas são alterados ilegalmente para prestas o serviço). Some a isso a relação afetuosa que existe entre alguns humanos e seus hubots, crimes, segredos, vilões, clones e hubots bonzinhos e você terá uma ideia do motivo da temporada ser uma das mais aguardadas do ano. O universo da série me lembra muito o de Inteligência Artificial (2001), mas conseguindo ter vida própria a base de personagens bem construídos e uma atmosfera tensa que deixou várias perguntas para a nova temporada. Sucesso em mais de cinquenta países, e exibido no Brasil em janeiro desse ano pelo canal MAX, a segunda temporada  ainda não tem data de estrear por aqui. Obviamente que uma ideia tão boa chamou a atenção de canais de língua inglesa que compraram os direitos da série e ainda não tiraram o remake do papel. ☻☻☻☻☻

Diário de um Jovem Doutor (A Young Doctor's Notebook)

O mais legal dessa série exibida por aqui pela HBO é que vira do avesso dois atores que conhecemos bem por seus icônicos personagens. Jon Hamm já estrou para história por sua atuação como Don Draper na premiada série MAD MEN - e ele nem precisava ser tão dedicado ao total oposto de Don nesta série: um malajambrado médico viciado em morfina que passa a sofrer uma investigação e viaja mentalmente ao passado para ver como seu vício começou. Já Daniel Radcliffe prova que quer distância de Harry Potter e que tem talento para isso ao encarnar o jovem médico em início de carreira nos cafundós da Rússia (que é assombrado por sua persona madura). No melhor estilo "eu sou você amanhã" a série não se preocupa em dar explicações sobre o motivo do personagem em duas fases diferentes começarem a interagir, fica tudo no campo do delírio e você embarca numa boa já que você mesmo (ciente dos problemas que teria) daria dicas para sua juventude fazer tudo corretamente, sem falar que é saboroso acompanharmos a construção daquele instigante personagem. Radcliffe capricha no humor de seu inexperiente personagem (que às vezes parece mais um açougueiro juvenil) e Hamm  está na medida exata com um personagem pesaroso que relembra suas mazelas. Ambos se destacam pela sintonia nessa série britânica em quatro episódios (os ingleses adoram séries curtas) baseada nos contos do escritor russo Mickhail Bulgarov. O tom sombrio e o humor negro pode não agradar todo mundo, mas o texto funciona que é uma beleza. A série ainda pode ser vista em reprises na HBO e uma segunda temporada já está em andamento - e deve chegar em breve por aqui. ☻☻☻☻

Hit & Miss

A pior notícia fica por conta de Hit & Miss, série inglesa produzida pela Sky Atlantic com texto de Paul Abott. Afinal, depois de acompanharmos seis episódios da saga da transexual matadora profissional Mia (Chloë Sevigny, excepcional) não tem como não nos apaixonarmos por seus personagens e receber um balde de água fria quando descobrimos que a série não terá uma segunda temporada. O problema não foi a relação com a audiência ou com a crítica, mas os problemas de agenda (além dos boatos de que ela detestava filmar em Manchester por seis meses e ter que usas uma prótese que demorava noventa minutos para ficar pronta) que impediram Chloë Sevigny de ter disponibilidade para voltar a defender a personagem que pediu a Deus! A trama é a fusão de dois projetos desenvolvidos por Abott: um explorava os dilemas de um matador de aluguel, o outro era sobre um transexual que recebe uma família de presente. Depois  de assumir a transexualidade e deixar a família, Mia se torna uma máquina de matar. Sua vida está em total controle até que recebe a notícia de que uma ex-namorada está com câncer e confiou a guarda dos filhos à ela (sendo que um deles, é filho biológico de Mia). De início, Mia é hostilizada por aquele lar,  precisa enfrentar o dono da casa em que vivem de aluguel e depois tem que lidar com um relacionamento com um homem (o bom Jonas Armstrong) que não faz ideia de que ela é ele. Além dos personagens ricos, Hit & Miss prima pelo ritmo lento e silêncios que ressaltam a solidão e o isolamento dos personagens (ainda que embalado por uma ótima trilha sonora que inclui PJ Harvey, GroupLove e Joy Division). Exibida pelo MAX aqui no Brasil, a série é considerada por vários críticos como a melhor série britânica lançada em 2012, resta aos fãs esperar uma brecha na agenda de Chloë que já revelou adorar a série (e os elogios que recebeu por ela). ☻☻☻☻☻

3 comentários:

  1. Esta série futurista parece muito estranho e comecei a ver porque eu li críticas muito boas sobre isso e eu acho que Äkta människor reflete uma sociedade que não está muito longe, para começar relacionamentos com as pessoas estão cada vez mais distantes e tecnologia parecem Ele está preenchendo este espaço, algo que nos mostra esta série.

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  2. Ao mesmo tempo, Real Humans, aborda várias nuances desse relacionamento. A situação de relação entre espécie criadora e criatura, especialmente no que diz respeito aos preconceitos, hierarquias, abusos de poder, incompreensão e solidão. A nova ordem revela muito da intolerância do homem de todas as épocas.

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  3. Esta série é mus popular, em primeiro lugar, devo confessar que saco onda com alguns problemas, mas finalmente começou a tomar Real humanssabor, uma história diferente do que um grande número de série não é para o público, mas vale a pena ver.

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