Kubrick: criador de universos e referências.
De vez em quando uso a expressão "Deuses do Cinema" aqui no blog e alguns amigos me perguntam a que "deuses" eu me refiro. Considero que são deuses do cinemas todos aqueles que ajudaram a pensar a arte de fazer cinema e que não estão mais entre nós. Aqueles artistas iluminados que deixam sua obra em nosso inconsciente coletivo e que servem de inspiração para quem se aventura pela sétima arte. São visionários, precursores que ousaram olhar fora da caixinha de segurança e mudaram a forma como vemos um filme. Stanley Kubrick é um desses! Nascido em Nova York em julho de 1928, o filho de imigrantes judeus estava destinado a se tornar uma referência do cinema. Desde que ganhou uma câmera de presente ao completar treze anos de idade, Stanley decidiu que registraria o mundo através de uma lente. Aos dezessete já era aprendiz de fotógrafo, mas somente em 1951 dirigiu seu primeiro curta-metragem. Se o primeiro longa (Medo e Desejo/1953) era um drama com toques de filme de guerra (o gênero mais frequente em sua diversificada carreira), logo depois ele enveredou pelo gênero policial ("A Morte Passou Perto"/1955, "O Grande Golpe"/1956, "Glória Feita de Sangue"/1957). A guinada em sua carreira veio com o épico Spartacus/1960, que concorreu a seis Oscars e lhe garantiu o reconhecimento que faltava em Hollywood. Dali em diante, Kubrick sempre buscou surpreender a audiência, pulando de um gênero para o outro, mas sempre com um estilo único de fazer cinema. Tanto que escolheu não seguir o caminho mais seguro para um diretor na mira da Academia e filmar o roteiro do escritor Vladimir Nabokov para seu livro homônimo (e polêmico), "Lolita"/1962.
Depois da controversa recepção ao filme, Stanley retornou à guerra, mas desta vez com tom de escárnio com Dr. Fantástico/1964, uma trama que falava do amor americano à... bomba atômica! O filme concorreu a quatro estatuetas no Oscar, melhor ator (para Peter Sellers) e três para Kubrick (filme, diretor e roteiro adaptado), mas não levou nenhum para casa. No filme seguinte, o referencial 2001 - Uma Odisseia no Espaço (1968), o diretor demonstrou que ficção científica poderia ser levada a sério e, ironicamente, o filme rendeu o único Oscar da carreira do diretor: melhores efeitos visuais (o cinestas também concorreu ao prêmio de Melhor Filme e Melhor Diretor naquele ano). Em 1971, Kubrick colocou no páreo um dos filmes mais estranhos a figurar na premiação: A Laranja Mecânica! Deliciosamente subversivo dramatúrgica e esteticamente, o filme gerou polêmicas e ainda conquista fãs por seu visual moderno e história explosiva. Como era de se esperar, Kubrick mudou de gênero ao fazer o romance de época Barry Lyndon (1975) e em seguida o terror O Iluminado (1980). Cada vez mais metódico e criterioso com seus filmes, o espaço entre seus lançamentos tornava-se cada vez maior, tanto que demorou sete anos para lançar seu olhar único sobre a Guerra do Vietnã em Nascido para Matar (1987) e doze anos para se despedir do público com De Olhos Bem Fechados (1999). Ao todo foram 13 longa metragens e 13 indicações ao Oscar que construíram um verdadeiro mito do cinema que identificamos suas referências quando alguém se inspira em seu universo tão genial quanto desafiador.
Depois da controversa recepção ao filme, Stanley retornou à guerra, mas desta vez com tom de escárnio com Dr. Fantástico/1964, uma trama que falava do amor americano à... bomba atômica! O filme concorreu a quatro estatuetas no Oscar, melhor ator (para Peter Sellers) e três para Kubrick (filme, diretor e roteiro adaptado), mas não levou nenhum para casa. No filme seguinte, o referencial 2001 - Uma Odisseia no Espaço (1968), o diretor demonstrou que ficção científica poderia ser levada a sério e, ironicamente, o filme rendeu o único Oscar da carreira do diretor: melhores efeitos visuais (o cinestas também concorreu ao prêmio de Melhor Filme e Melhor Diretor naquele ano). Em 1971, Kubrick colocou no páreo um dos filmes mais estranhos a figurar na premiação: A Laranja Mecânica! Deliciosamente subversivo dramatúrgica e esteticamente, o filme gerou polêmicas e ainda conquista fãs por seu visual moderno e história explosiva. Como era de se esperar, Kubrick mudou de gênero ao fazer o romance de época Barry Lyndon (1975) e em seguida o terror O Iluminado (1980). Cada vez mais metódico e criterioso com seus filmes, o espaço entre seus lançamentos tornava-se cada vez maior, tanto que demorou sete anos para lançar seu olhar único sobre a Guerra do Vietnã em Nascido para Matar (1987) e doze anos para se despedir do público com De Olhos Bem Fechados (1999). Ao todo foram 13 longa metragens e 13 indicações ao Oscar que construíram um verdadeiro mito do cinema que identificamos suas referências quando alguém se inspira em seu universo tão genial quanto desafiador.
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