Carey e Ralph: entre amores e arqueologia.
Carey Mulligan é uma das atrizes mais faladas nesta temporada de prêmios nos EUA por sua performance em Promising Young Woman e deve ser indicada ao Oscar nesse ano, onze anos após sua indicação por Educação (2009) filme que a colocou a britânica entre as atrizes mais requisitadas de Hollywood. Ajuda muito em sua campanha que um título feito A Escavação seja lançado pela Netflix justamente agora, já que ela apresenta mais uma atuação elogiável em um filme bastante correto sobre um fato histórico. No filme ela interpreta Edith Preety, uma viúva aristocrática na Inglaterra de 1938, prestes a ingressar na Segunda Guerra Mundial. Ela cede à curiosidade perante os boatos sobre suas terras e investe numa escavação para descobrir o que se esconde por ali. Assim ela contrata o arqueólogo e escavador Basil Brown (Ralph Fiennes), um sujeito simples, obstinado e bastante consciente do que pode haver naquelas terras. Basil começa aos seus trabalhos em Sutton Hoo e percebe que sua descoberta é algo muito mais importante do que poderiam imaginar. Baseado no romance de John Preston, fica evidente que o filme romantiza bastante a história dos personagens envolvidos na escavação, dando um clima de interesse sutil entre a viúva e o rústico funcionário (afinal minha gente, é o Ralph Fiennes), além de incrementar os personagens de Lilly James e Johnny Flynn como um casal secundário importante na história. Esta mistura de romance e história resulta num filme bem produzido, com ótima reconstituição de época, fotografia bem cuidada e direção eficiente de Simon Stone em seu segundo trabalho para o cinema. É interessante ver os interesses em torno ao que é descoberto, como isso afeta a relação entre os envolvidos e a História em si, porém, existe um certo consenso em dizer que a fleuma britânica afetou a alegria assombrosa dos envolvidos em se deparar com uma das maiores descobertas sobre seus antepassados na Inglaterra. Talvez realmente falte um pouco de energia à narrativa, mas nada que comprometa a satisfação que o filme pode proporcionar, outra crítica também ficou por conta da verdadeira Edith Pretty ser vinte anos mais velha que Carey Mulligan e que a atriz conseguiu o papel somente quando Nicole Kidman abandonou o projeto por conflitos de agenda. Porém, nada tira a impressão que A Escavação é um filme que quer fazer tudo correto e direitinho (de quebra traz algumas reflexões interessante sobre vida, tempo e morte em alguns diálogos).
A Escavação (The Dig / Reino Unido - 2021) de Simon Stone com Ralph Fiennes, Carey Mulligan, Lilly James, Monica Dolan, Archie Barnes, Johnny Flynn, Lily James e Ben Chaplin. ☻☻☻
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