Matthias: adorável ladrão de cofres.
Faz tempo que enfrento dificuldades para assistir Army of the Dead/2021 do Zach Snyder. Desde que o filme estreou em maio na Netflix, já tentei assistir até o final umas três vezes e... sempre cochilo. É uma dificuldade bastante pessoal, que não sei se já citei por aqui, geralmente os filmes de ação tem efeito de sonífero na minha atenção. Parece brincadeira, mas não é. Assim, tão logo este novo filme (que narra os acontecimentos anteriores ao de Snyder chegou na plataforma de streaming) eu não fiz muita questão de assistir. Sorte que uma amiga disse que o filme é bem diferente do anterior e que torna-se muito divertido ao narrar as desventuras do personagem Ludwig Dieter (Matthias Schweighöfer), o genial arrombador de cofres daquele filme. Falar de Ludwig era inútil, já que eu nem cheguei à parte que ele aparece em Army of the Dead... mas, como é uma amiga de confiança eu assisti Army of Thieves sem esperar muita coisa e fiquei surpreso com a energia esperta que o filme possui. Se de fato o cara apareceu no filme anterior como um sujeito capaz de abrir os cofres mais difíceis do mundo, que são inspirados na obra do compositor Richard Wagner (1813-1883), realmente o moço merecia um filme para chamar de seu. A ideia fica ainda melhor quando descobrimos que Ludwig nem é o nome verdadeiro do moço, que ele era somente um admirador dos famosos cofres criados pelo engenheiro Hans Wagner (Christian Steyer) quando postou um vídeo na internet falando sobre eles. Dieter nem imaginava que seria convidado para arrombá-los (convidado pela única pessoa que visualizou seu vídeo na internet). Assim, o jovem alemão que lidava com um emprego tedioso tem a chance de demonstrar que é capaz de muito mais, ainda que seja enveredando pelo mundo do crime. Um tanto nervoso e neurótico, o moço vai parar na gangue liderada por Gwen (Nathalie Emmanuel) menina rica que resolve criar assaltos elaborados para passar o tempo ao lado do namorado Brad Cage (Stuart Martin). Eles contam com a ajuda de uma hacker brasileira (Ruby O. Fee) e o amigo Rolph (Guz Khan), formando o quarteto que é chamado de exército do título - e que vai dar um trabalho danado para o detetive Delacroix (Jonathan Cohen) que os perseguirá a cada novo assalto. São três cofres a serem arrombados e a mistura de ação e humor funciona em perfeito equilíbrio, com a vantagem de ter menos zumbis e mais personagens interessantes. Ao que parece, o que move Gwen e Dieter é mais a conquista de arrombar os lendários cofres (cuja a localização era até secreta) do que propriamente roubar o dinheiro. Vale destacar que Matthias Schweighöfer está luminoso no papel principal e, mais do que isso, ele também é o responsável pelo ritmo envolvente que a narrativa segue do início ao fim. Se os filmes de roubos a cofres pode ser considerado um gênero, seu personagem está entre os melhores por ser um sujeito comum que desde a infância sonhou em desvendar os segredos destes mecanismos, só lhe falta a experiência para lidar com o mundo do crime. Por ser diversão garantida, Exército de Ladrões - Invasão da Europa é um dos casos em que o derivado consegue ser ainda melhor do que a produção de origem (e deixa até a vontade de tentar ver Army of Dead por inteiro da próxima vez - eu já tentei novamente depois deste aqui, mas não consegui... foi mal Snyder).
Exército de Ladrões - Invasão da Europa (Army of Thieves / Alemanha - EUA / 2021) de Matthias Schweighöfer com Matthias Schweighöfer, Nathalie Emmanuel, Ruby O. Fee, Stuart Martin, Guz Khan, Jonathan Cohen, Noémie Nakai e Christian Steyer. ☻☻☻☻
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