Taylor e Daisy: o romance que salva o filme.
Quando a atriz Reese Witherspoon comprou os direitos do best seller Um Lugar Bem Longe Daqui, muita gente começou a especular sobre premiações. Quando o filme estreou não foram poucos os que se decepcionaram e confesso que por conta disso demorei um pouco para assistir ao longa. Em cartaz no HBOMax, pude entender perfeitamente o motivo de frustração de parte da plateia, no entanto, existem outros pontos que compensaram a empreitada. A começar pela atriz escolhida para o papel principal, acho que já posso dizer que sou fã de Daisy Edgar Jones desde que a vi na minissérie Norma People (2020), seu jeito de moça comum de olhos tristes conseguem transmitir a exata medida do estranhamento de Kya diante do mundo. Quando a narrativa começa, ela é presa como suspeita de um assassinato perto do pântano em que mora desde que nasceu. Apelidada de Menina do Brejo desde sempre, ela viu sua família ir embora até que ficasse sozinha por ali, dependendo da bondade de poucos moradores da cidade que tinha nas proximidades. A grande maioria dos moradores preferiam ofender a menina que sempre foi vista com estranhamento por adultos e crianças mesmo sendo deixada à própria sorte ao longo da vida. A única criança que gostava dela era Tate (que cresce e fica bonitão com a cara de Taylor John Smith) e os dois vivem uma bonita história de amor que prende a atenção do filme até o final. A história do casal já valeria o filme com todos os seus percalços, mas o filme tem um crime a ser solucionado e neste ponto o filme derrapa. A forma como tudo é exposto no tribunal é muito simplista e pouco convincente, de forma que até a dúvida sobre a culpa de Kya termina diluída com a narrativa fragmentada realizada pela diretora Olivia Newman e a roteirista Lucy Alibar. Com isso, os temas importantes presentes no livro (violência sexual, masculinidade tóxica, alienação parental, alcoolismo, racismo) terminam pouco desenvolvidos no decorrer da história para curvar à trama ao tal julgamento que nunca empolga. O bom é que sempre que Tate e Kya se encontram, o filme se torna mais interessante e envolvente. Embora muita gente considere o filme insosso, não posso dizer o mesmo já que me prendeu a atenção e me deixou com a respiração suspensa depois da cena final seguida da arrepiante canção Carolina de Taylor Swift (que pode sim ser indicada ao Oscar). Um Lugar Bem Longe Daqui pode não ser tudo que se esperava dele, mas é melhor do que muita superprodução por aí.
Um Lugar Bem Longe Daqui (Where the Crawdad's sing/EUA -2022) de Olivia Owen com Deisy Edgar Jones, Taylor John Smith, Harris Dickinson, David Dtrathairn, Michael Hyatt, Sterling Macer Jr. e Logan MaCrae. ☻☻☻
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