Shame
Dificilmente Michael Fassbender passará em branco nas premiações. Após ter faturado o prêmio de Melhor Ator em Veneza (e o festival costuma dar sorte aos seus vencedores nesta categoria) por Shame, o filme tem sido cada vez mais comentado e cotado para lhe render sua primeira indicação ao Oscar. No filme o ator interpreta um personagem com verdadeira compulsão sexual e que vê as regras de seus relacionamentos com a mulherada irem por água abaixo quando recebe a visita da irmã (Carey Mulligan). O problema do filme é o conservadorismo da Academia que já deixou o ator de fora quando fez Hunger (2008) sob a batuta do mesmo diretor - Alexander McQueen (que não possui qualquer relação com aquele astro das antigas).
A Dangerous Method
Se a indicação não vier por Shame, A Dangerous Method deve satisfazer a Academia (eu nem acredito que um filme de David Cronenberg está sendo sugerido como conservador...). O filme explora a controversa relação entre Freud (Viggo Mortensen, que tem dado sorte em suas parcerias com o diretor) e Carl Jung (Michael Fassbender) em torno do caso de uma paciente (Keira Knightley num papel pouco agradável). O filme capta o momento onde os métodos de ambos recebem uma ruptura no campo da psicanálise. É bom ficar de olho no trio de atores e no diretor entre os indicados, já que Cronenberg tem se mostrado cada vez mais maduro.
Moneyball
Bem mais leve é este filme de Brad Pitt (mas a tática é a mesma de Fassbender, se o difícil "A Árvore da Vida" não decolar, ele tem este mais palatável para segurar as pontas). O filme tem recebido atenção porque alguns acreditam que irá repetir o feito de Um Sonho Possível, sendo um filme modesto, pouco original, família e de mensagem edificante que pode se destacar entre os filmes de fim de ano. O filme é mais uma vez a história de um treinador que procura dar um sentido ao sonho de um bando de esportistas sem perspectivas. Na minha opinião, tudo piora quando sabemos que é baseado numa história real e, para a maioria da nação piora muito mais - pelo esporte da vez ser o baseball! Quer apostar quanto que será o maior sucesso nos EUA?
Contagion
Quem estreou recentemente nos EUA foi Contágio, o novo filme de Steve Soderberg - e desta vez disposto a tirar o pé da lama depois de seus projetos mais pessoais e de pífia bilheteria. Soderberg desta vez aposta no cinema catástrofe, onde uma penca de personagens vividos por astros mirados no Oscar (Kate Winslet, Marion Cotillard, Gwyneth Paltrow, Lawrence Fishburne, Matt Damon e Jude Law) lutam contra um inimigo invisível. Todo mundo sabe que Soderberg não é Roland Emerich e está muito mais preocupado em desenvolver os personagens e os âmbitos mais humanistas de sua trama. A maior surpresa do filme é que Paltrow está sendo a mais elogiada do elenco, podendo tirar o pé da lama depois de muitos fracassos de público e crítica. O filme tem data de estreia para 28 de outubro por aqui.
Anonymous
Falando em Roland Emmerich o cara está tentando ser sério mais uma vez (ele sempre tenta, é desprezado e retorna com outro filme catástrofe. Lembra de O Patriota?). Agora ele soma seu nome ao de Shakespeare (!!!) num filme que é aposta da Columbia para as grandes premiações! Anonymous é um filme de época estrelado por Vanessa Redgrave (como Rainha Elizabeth), Joely Richardson, David Thewlis e Rhys Iphans (pelo menos o elenco britânico é caprichado) e com roteiro baseado numa lenda do mundo literato: a de que William Shakespeare nunca existiu e que não passava de um pseudônimo. É ver para crer, ainda mais que não é o único filme que flerta com o bardo inglês neste ano... mas isso fica para a próxima...
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