Cooper: Mais inteligente do que pensava.
Lembro de Bradley Cooper fazendo o papel de um ator canastrão e mulherengo na série Nip/Tuck, mas ele só chegou ao estrelato quando fez o sucesso Se Beber, Não Case (2009), mas desde então a vida não estava sendo fácil para o cara. Fez a baboseira As Idas e Vindas do Amor (2010), o remake de Esquadrão Classe A (2010) que não fez o sucesso esperado e a continuação de Se Beber... (2011) que passou longe do sucesso do anterior. Sorte que apareceu no seu caminho o roteiro de Sem Limites e lhe deu um sucesso surpresa num ano de vacas magras. O melhor de Sem Limites é que não tem grandes pretensões, trata-se de um filme de verão americano com ação, algum suspense uma pitada de romance e um roteiro que traz até alguma novidade. Bem feitinho e bem resolvido o filme encontrou abrigo na ausência de concorrentes de peso quando entrou em cartaz. Além das qualidades do filme em si, Bradley Cooper pode comemorar por dar conta de um personagem mais dramático do que havia realizado até então e, talvez pelo seu tom sério, pela primeira vez me dei conta de como ele parece com Ralph Fiennes! No filme, Cooper interpreta Eddie Morra, um escritor que não consegue escrever e nem convencer a namorada (Abbie Cornish) de que se casar com ele é uma boa ideia. Ainda revivendo as lamúrias do divórcio, barbudo, mal vestido e cabeludo as coisas não vão muito boas até que ele encontra o irmão de sua ex-esposa. O cunhado é um desses traficantes de drogas moderninhas que sempre aparecem em filme americano e lhe oferece uma novidade no mercado: uma pílula transparente que quando ingerida faz com que a pessoa utilize toda sua capacidade cerebral. Chega a ter certo charme o fato do filme ter seu enredo brotado de um mito antigo (de que a humanidade utiliza somente 20% de sua capacidade intelectual) e a ideia da pílula estimulante misteriosa (chamada NZT) resolve a descrença sem maiores dificuldades. Embora seja um pouco longa a parte em que Eddie descobre seus poderes - e consegue utilizar todas as informações de suas memórias de forma articulada de forma a de escreve um livro em uma noite - o filme é bem interessante. A história começa mesmo quando Eddie procura seu cunhado por mais uma dose e acaba se envolvendo em crimes (que para seu azar ficam cada vez mais constantes quando procura utilizar suas habilidades no mercado financeiro). Embora tenha uma crítica aqui e outra ali sobre o uso de drogas o roteiro é esperto o suficiente para perceber que sua trama é mais fantasiosa do que realista, não perdendo muito tempo com esse tipo de coisa. O diretor Neil Burger (de O Ilusionista/2006) consegue imprimir bom ritmo na narrativa e saídas gráficas interessantes para contar sua trama (aquelas cenas da câmera em alta velocidade num efeito vertiginoso funciona muito bem e a edição picotada na hora certa para reproduzir a percepção alterada de seu personagem também é algo positivo) e o roteiro de Jo Willems nos poupa daquelas piadinhas infames que costumam aparecer nesse tipo de filme. Sem Limites é filme pipoca bem feito e ainda conta com a participação especial de Robert DeNiro numa ponta de luxo (que serviu para conseguir alguma atenção da mídia para um filme que não era sequência, remake, adaptação de quadrinhos, games ou best seller) sem ameaçar Bradley Cooper de ter o seu melhor momento na tela desde que Hollywood o descobriu.
Sem Limites (Limitless/EUA-2011) de Neil Burger com Bradley Cooper, Robert DeNiro e Abbie Cornish. ☻☻☻
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