Zellweger: quando a carreira vira um horror.
Esteja onde estiver, Renée Zellweger deve estar pensando numa forma de colocar sua carreira nos eixos novamente. A atriz se tornou uma das grandes promessas de Hollywood em meados da década de 1990 e quando dividiu a cena com Tom Cruise em Jerry Maguire (1996) sua carreira ganhou um impulso impressionante, somando três indicações ao Oscar (sendo premiada como atriz coadjuvante pelo drama Cold Mountain em 2004). O pior foi que desde que foi premiada, Renée tem custado a conseguir um novo sucesso, algumas pessoas atribuem o fracasso aos cacoetes incorporados de sua atuação como Bridget Jones (que rendeu sua primeira indicação ao Oscar em 2002), outros à overdose de botox que seu rosto sofreu nos últimos anos. Eu fico com o terceiro grupo, aquele que considera que a moça perdeu o gosto por roteiros bons. Em 2009 ela achou que daria uma guinada na carreira, lançou quatro filmes e os quatro fracassaram, um deles foi este Caso 39, uma das aventuras do cineasta alemão Christian Alvart na terra do Tio Sam. O filme ficou mais de um ano engavetado e quando estreou era como se todos já soubessem o resultado. De fato, Caso 39 é um filme decepcionante. Pra começar investe em mais uma trama de terror centrado numa criança. Desta vez ela é uma menina chamada Lilith (Jodelle Fernand) que é o caso do título que cai nas mãos de Emily (Zellweger), uma assistente social de bom coração. Os pais de Lilith são bem estranhos, de uma frieza quase doentia mesmo quando recebem a visita do serviço social. Não bastasse isso o filme não nos poupa de saber que o casal maltrada a garota - em uma das cenas chegam a colocá-la num forno!!! Comovida com a situação, Emily recebe a guarda da menina pensando que irá dar conta dos traumas da menina. Não é bem assim. Não chega a ser um SPOILER porque um bando de gente deve ter visto o trailer do filme que passou mais de um ano nos cinemas e ele deixava claro que acusavam a menina de ser um demônio. Basta Emily cuidar da menina para uma série de acontecimentos estranhos acontecerem nas redondezas, vitimando até o pretendente com pinta de galã da insossa assistente social (Bradley Cooper antes do estrelato). O problema do filme é investir numa trama gasta sem grandes inovações visuais ou narrativas, todos tem pouco a fazer e Zellweger poderia ser substituída por qualquer desconhecida que o resultado seria o mesmo. Além de tudo ser unidimensional, convencional e previsível, o sono é inevitável - já que perdi a conta do número de vezes que cochilei durante a sessão. Além disso me incomoda a forma como, mais uma vez, uma criança é mostrada como fonte de todo mal. Acho sem sentido e cafona essa história de dizer que filmes influenciam o comportamento das pessoas (penso que as intenções de uma pessoa precedem qualquer filme que tenha visto), mas vendo todas as sandices que o roteiro atribui à Lilith foi invevitável pensar no bando de malucos que andam torturando crianças. Acho que no fundo estes pensam muito parecido com o roteirista Ray Wright que para diminuir a má impressão da "legitima defesa" defendida pelo roteiro troca a jovem atriz por um diabo que parece mais um ET na última cena. Francamente Renée, como você pensava recuperar credibilidade com uma bobagem dessa? Sem projetos desde 2010 (ano em que fez Minha Canção de Amor, recentemente lançado em DVD por aqui) é melhor voltar mesmo a ser Bridget Jones no terceiro filme da franquia baseado na personagem de Helen Fielding (ainda sem data de estreia), assim ela pode lembrar da época que foi a escolhida entre concorrentes do porte de Helena Bonhan Carter e Kate Winslet. Bons tempos.
Caso 39 (Case 39/EUA-2009) de Christian Alvart com Renée Zellwegger, Jodelle Fernand, Callum Keith Rennie e Bradley Cooper. ☻
Nenhum comentário:
Postar um comentário