05 Trair e Coçar é só Começar (2006) Escrita por Marcos Caruso e encenada desde 1986, tornou-se a peça teatral com mais tempo em cartaz (sendo mencionada várias vezes no Guiness). Com o renascimento do cinema nacional, somado ao interesse do público por comédias, era inevitável que o texto recebesse uma versão para o cinema. Embora a direção de Moacyr Góes não tenha muita personalidade, o elenco garante a diversão com as trapalhadas de Olímpia (Adriana Esteves) enquanto seu patrão prepara a comemoração surpresa pelos quinze anos de casamento - e ela imagina que ele trai a patroa. No meio de tantas interpretações erradas, Olímpia cria uma grande confusão.
04 Romance da Empregada (1988) Quando foi lançado, o filme de Bruno Barreto foi subestimado... sorte que as críticas positivas e a propaganda boca a boca fizeram com que o filme fosse um sucesso. Betty Faria (ótima) interpreta Fausta, um doméstica que tem que aguentar as chatices da patroa e um marido bêbado e desempregado ao chegar em casa. Sua chance de mudar de vida aparece quando ela conhece Zé da Placa (o veterano Brandão Filho em ótimo momento), que acredita que terá uma vida melhor se convencer Fausta a morar com ele. O roteiro espirituoso e a química do casal garante a diversão (e o resultado foi até escolhido para concorrer a uma vaga ao Oscar de Filme Estrangeiro)!
03 Bendito Fruto (2005) É uma pena que pouca gente conheça esse interessante filme de Sérgio Goldenberg que brinca o tempo todo com as aparências. Edgar (Otávio Augusto) é um cabelereiro que se finge de homossexual para ter mais clientes, em casa ele mantem um relacionamento com Maria (Zezéh Barbosa) e tem até um filho com ela - mas a apresenta como sua empregada. Quando uma amiga (Vera Holtz) precisa ficar na casa de Edgar por alguns dias, o jogo de aparências do casal fica comprometido - e a chegada do filho irá tencionar ainda mais essa relação. Goldenberg faz um filme rico em nuances sobre preconceitos variados, diverte e faz pensar, além de trazer uma estupenda atuação de Zezeh! Uma pérola de nossa cinematografia que merece ser encontrada.
02 Domésticas (2001) Quase não lembramos que antes do famigerado Cidade de Deus/2002 a dupla Fernando Meirelles e Kátia Lund fizeram essa adaptação da peça de Renata Melo para o cinema. O filme mistura a história de um grupo de personagens que tem em comum o mesmo trabalho: são domésticas. Misturando situações engraçadas e dramáticas, o filme constrói um retrato interessante do cotidiano das personagens. Entre a moça que não consegue parar no serviço, a filha de empregada que não quer seguir a profissão da mãe, a ambiciosa que se mete em uma controversa nova carreira, entre outras histórias, Domésticas consegue manter um frescor de estreia muito bem vindo.
01 Que Horas Ela Volta? (2015) O aclamado filme de Anna Muylaert colhe elogios em todo o mundo por romper com alguns lugares comuns quando o assunto é retratar uma empregada doméstica. Como faz isso? Aprofundando ainda mais o abismo social brasileiro que separa empregados e patrões, como se existissem pessoas de primeira e segunda classe. O melhor é que o filme faz isso sutilmente a partir da chegada da filha de Val (Regina Casé). Val dedicou mais de uma década para cuidar da casa e do filho dos patrões enquanto sua filha era criada em outro estado. Quando as personagens se encontram o que vemos é um conflito de identidade tão interessante quanto o de classes.
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