Wayward Pines: novos atores e novo fôlego.
Ao final do século XX as comédias dominavam as séries televisivas, depois seguiram as séries hospitalares, as investigativas e atualmente as tramas de mistério ganham mais espaço nas emissoras . A FOX percebeu a demanda por tramas de suspense e investe cada vez mais no gênero, tanto que voltou atrás e bancou a segunda temporada de Wayward Pines, produzida por M. Night Shyamalan e comprou os direitos de exibição da adaptação da HQ Outcast (originalmente do Cinemax) para a exibição no Brasil. As duas estão chegando ao final de suas respectivas temporadas e a audiência não tem do que reclamar, se Outcast tinha como maior desafio manter o tom macabro de seu primeiro episódio, o de Wayward Pines era ajustar alguns deslizes de sua primeira temporada e aumentar o número de fãs. Sem a necessidade de alimentar seus maiores segredos na nova temporada, Wayward Pines teve uma narrativa mais fluente, menos confusa e mais dramática que o ano anterior. Mesmo com um elenco renovado, a série soube lidar com bastante elegância na transição de um grupo para o outro (e não é todo dia que podemos contar com participações especiais de luxo de Melissa Leo, Toby Jones e Hope Davis). Se na primeira temporada o agente Matt Dillon teve a tarefa complicada de desvendar o que havia de mais estranho na cidade misteriosa, o médico vivido por Jason Patric recebeu a tarefa de estranhar uma cidade comandada por adolescentes e cercada por aberrações. O choque inicial diante da situação em que se encontrava existiu, mas foi tratada de forma mais concisa, evidenciando que os roteiristas não queriam repetir o foco do ano anterior. A trama com Jason (Tom Stevens) comandando a cidade em meio às suas próprias inseguranças soube abordar algumas questões bastante contemporâneas como a adesão ao pensamento autocrático e a intolerância, além da prepotência que o tornou incapaz de perceber a realidade que estava a um palmo de seu nariz. Com mistérios e dramas que apareciam naturalmente no andar da trama, Wayward Pines merece uma nova temporada, mas se terminar por aqui, obteve um desfecho digno e conseguindo uma rara segunda temporada que supera a primeira. Já a novata Outcast precisa tomar cuidado para não ficar repetitiva com a história de um jovem perseguido por demônios. O episódio de estreia foi bastante promissor, sobretudo pela ótima atuação de Patrick Fugit (que já foi o jovem jornalista de Quase Famosos/2000), que é assombrado por espíritos do mal - que prejudicaram sua vida familiar com a mãe e com a esposa. Fugit está perfeito como Kyle Barnes, o homem com a vida arruinada, mas que tenta superar o passado e colocar a vida nos eixos, mesmo que seja trabalhando como auxiliar de um exorcista da região (Phillip Glenister). Criado por Robert Kirkman (o mesmo de Walking Dead) para os quadrinhos e adaptado para a TV, a série tem atmosfera bem construída, mas precisa tomar cuidado para não errar a mão nas cenas de violência e atrocidades, que podem tirar o foco do protagonista e tornar-se apenas um show de horrores - essa busca pelo equilíbrio de seus elementos esteve presente em todos os episódios, alcançando um resultado coerente sobre as descobertas que Kyle faz sobre si mesmo ao longo da temporada de estreia. Outcast já possui uma segunda temporada confirmada para o ano que vem e comprova que as histórias de horror e suspense ainda terão sucesso por mais algum tempo.
Outcast: atuação perfeita de Patrick Fugit.
Wayward Pines - 2ª Temporada (EUA-2016) de Chad Hodge com Jason Patric, Niomrat Kaur, Tom Stevens, Kacey Rohl, Hope Davis, Toby Jones, Josh Helman e Djimon Hounsou. ☻☻☻☻
Outcast (EUA-2016) de Robert Kirman com Patrick Fugit, Phillip Glenister, David Denman e Wrenn Schmidt ☻☻☻
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