Pooh e Christopher: reencontrando os amigos.
Christopher Robin - Um Reencontro Inesquecível apareceu em várias listas de filmes mais esperados do ano, afinal, como resistir à uma versão live action do famoso Ursinho Pooh (o antigo Puff) e sua turma? Adicione esta premissa à presença do escocês Ewan McGregor e a direção de Marc Foster (que quando quer, acerta no alvo) e a expectativa era das melhores quando chegou nos cinemas. O resultado dividiu opiniões, mas a produção mostra-se bastante agradável de se assistir. A trama explora o aconteceu com o menino Christopher depois que ele cresceu e teve que se afastar dos seus brinquedos favoritos - por alguns instantes minha mente pensou estar vendo uma sequência diferente de Toy Story. O filme não gasta muito tempo contando como foi estudar na cidade, se formar, começar a trabalhar, conhecer uma mulher interessante (vivida pela Agente Carter Hayley Atwell), casar e ter uma filha. Diante das responsabilidades da vida adulta, nem precisa dizer que o menino brincalhão se tornou um adulto um tanto sisudo. O que ele não suspeita é que Pooh, Leitão, Tigrão, Bisonho, Can, Abel e seus outros amigos de pelúcia continuam aguardando o seu retorno desde o dia em que saiu de casa. O roteiro investe no reencontro de Christopher com seus brinquedos e, neste momento, mistura fantasia e realidade de uma forma que pode não ser das mais originais, mas que rende alguns momentos divertidos. Esta mistura, faz com que Christopher repense (um pouco) sua forma de encarar a vida e uma série de incidentes preparados pelo roteiro farão com que os brinquedos colaborem para que ele faça algumas escolhas até o final do filme. Embora eficiente, a direção de Foster tem dificuldade para encontrar o tom da narrativa, embora tenha fofura de sobra no texto, existe uma atmosfera de pesada melancolia durante toda a sessão - que torna o humor do filme um tanto sufocado pela tristeza. A melancolia também aparece na fotografia e na criação dos bichinhos, que embora sejam fofos, estão banhados em uma tristeza que por vezes parece sombria. A sorte é que o fato de serem conhecidos do público (desde 1921, quando foram criados por Alan Alexander Milne) já lhes garante uma empatia imediata. Os efeitos especiais que dão vida aos bichos de pelúcia são bastante coerentes, sendo realistas e surreais na medida certa, o que ajuda muito em algumas situações da história. Talvez a ideia fosse que ele fizesse o mesmo que executou em Em Busca da Terra do Nunca (2004), mas a coisa pesou um pouco mais do que devia. No entanto, embora nasça do enorme clichê do homem que cresceu e perdeu o jeito de levar a vida com leveza, Christopher Robin - Um Reencontro Inesquecível está longe de ser uma decepção, mas será melhor apreciado pelos fãs mais crescidos.
Pooh e seus amigos: fofura melancólica.
Christopher Robin - Um Reencontro Inesquecível (EUA/2018) de Marc Foster com Ewan McGregor, Bronte Carmichael, Hayley Atwell, Mark Gatiss, John Dagleish e Amanda Lawrence. ☻☻☻
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